Lucros da Mota-Engil caem 54% no primeiro trimestre

O volume de negócios do grupo liderado por Gonçalo Moura Martins recuou 0,9% entre Janeiro e Março de 2015. Tanto os lucros como as vendas ficaram aquém das expectativas.
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Bruno Simão
Carla Pedro 19 de Maio de 2015 às 22:50

A Mota-Engil reportou um lucro de 3,399 milhões de euros nos primeiros três meses deste ano, uma queda de 53,7% face aos 7,339 milhões registados no período homólogo de 2014.

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No entanto, a empresa liderada por Gonçalo Moura Martins (na foto), sublinha que "comparando com o quarto trimestre de 2014, o resultado líquido atribuível ao grupo cresceu significativamente, pois neste período atingiu apenas 0,8 milhões de euros".

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O volume de negócios, por seu lado, atingiu 483,4 milhões de euros, uma descida de 0,9% face aos 487,6 milhões registados um ano antes, sublinha a empresa em comunicado divulgado junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

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Tanto os lucros como a facturação ficaram aquém do estimado pelos analistas do CaixaBI, que apontavam para um aumento de 9% do resultado líquido da construtora, para oito milhões de euros, e para uma subida de 24% nas vendas (para os 606 milhões de euros).

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Segundo a empresa, a rubrica de ganhos e perdas em empresas associadas contribuiu positivamente para o resultado líquido com 3,9 milhões de euros (nos primeiros três meses de 2014 esta rubrica reportava um montante negativo de 2,8 milhões de euros). A Ascendi, sub-holding para a área de concessões, contribuiu nos primeiros três meses de 2015 com 4 milhões de euros para esta rubrica (primeiros três meses de 2014: 2,9 milhões de euros).

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Fruto desta performance operacional e financeira, a margem líquida atingiu 1,7% nos primeiros três meses do ano.

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A carteira de encomendas, no final de Março de 2015, voltou a crescer, agora para cerca de 4,6 mil milhões de euros, dos quais cerca de 3,6 mil milhões de euros em mercados fora da Europa, representando cerca de 78% do total da carteira, com destaque para o valor atingido na América Latina, mas também para o crescimento em África.

 

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Estes valores não incluem qualquer montante relacionado com o contrato da obra nos Camarões e Congo (2,6 mil milhões de euros) por ainda não se encontrar concluído o processo de financiamento do projecto assinado, ressalva a Mota-Engil.

 

A empresa reitera que 2015 será um ano de transição, nomeadamente para a actividade em África, uma vez concluído o projecto de Nacala. "Por essa razão, a análise que efectuamos compara o desempenho global do grupo face não só ao trimestre homólogo de 2014, mas também de 2013. Assim sendo, importa realçar a capacidade de manter o volume de negócios num nível similar ao alcançado de Janeiro a Março dos dois anos anteriores", explica a empresa.

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"Importa também realçar o equilíbrio entre os negócios das três regiões, Europa, África e América. O peso da actividade fora da Europa representou, nos primeiros três meses de 2015, 64% (primeiros três meses de 2014: 68%) do total do volume de negócios. Esta evolução resulta parcialmente da inversão na tendência de redução do volume na Europa, algo que já vínhamos sinalizando nos últimos dois trimestres e que vem reforçado com o aumento da carteira de encomendas nesta região", acrescenta o documento.

 

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Além disso, sublinha, "não foi obtida ainda a declaração de não oposição da Autoridade da Concorrência quanto à aquisição da EGF pelo que os resultados apresentados neste relatório não incluem ainda a actividade daquele grupo de empresas".

 

Fruto da alteração na composição dos negócios do grupo, a rentabilidade operacional diminuiu quando comparada com idêntico período de 2014, tendo registado um valor similar ao atingido no primeiro trimestre de 2013, isto é, 65 milhões de euros. A redução da actividade em África, e a consequente diminuição do contributo desta região para o EBITDA (de 66% para 52%) é o principal factor explicativo do desempenho operacional do grupo registado nos três meses em análise, sublinha o comunicado.

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Por outro lado, nos primeiros três meses de 2015, os encargos financeiros líquidos atingiram 18,1 milhões de euros (primeiros três meses de 2014: 25,2 milhões de euros), o que representa uma redução de cerca de 28%. "Esta redução deveu-se essencialmente ao aumento dos proveitos com juros, à redução de custos com garantias bancárias e outros serviços bancários associados a alguns grandes projectos, bem como ao resultado do esforço ao nível da melhoria das condições de pricing obtidas em novos financiamentos", conclui.

 

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(notícia actualizada às 00h53)

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