Ouro aproxima-se de máximos históricos. Prata em novo recorde
Euro inalterado face ao dólar. Libra cai com recuo do PIB britânico
Ouro aproxima-se de máximos históricos. Prata em novo recorde
Tensões na Venezuela levam petróleo a recuperar de mínimos de dois meses
Fed alimenta otimismo nas praças mundiais. Europa aponta para novo máximo
Juros agravam na Europa. Bunds alemãs com pior desempenho na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas estão a seguir com agravamento na sessão desta sexta-feira, um pouco por todo o mundo. O bloco europeu é o que apresenta o pior desempenho, embora a Argentina pese no continente americano.
Os juros das "Bunds" alemãs a 10 anos, que servem de referência para a região, avançam 1,3 pontos base para 2,853%, sendo aqueles que mais se agravam na Zona Euro. Por sua vez, as "yields" francesas com a mesma maturidade sobem 1,0 pontos para 3,561%.
Nos países do sul da Europa, os juros das obrigações portuguesas a 10 anos agravam-se em 0,4 pontos para 3,151%, enquanto os juros espanhóis crescem 0,5 pontos para 3,293% e os italianos sobem 0,6 pontos para 3,532%.
Fora da Zona Euro, mas ainda na Europa, mantém-se a tendência de agravamento, com os juros das "Gilts" britânicas a acelerar 0,2 pontos-base para 4,484%. O pior desempenho europeu está na Suíça, com os juros de referência a subir 1,7 pontos para 0,243%, enquanto na Suécia crescem 1,4 pontos para 2,895%. Nos Países Baixos somam 1,2 pontos-base para 2,984% e na Grécia aceleram 0,8 pontos para 3,442%.
O mesmo sentimento é visível nas Américas. Os juros da dívida pública na Argentina aceleram 4,3 pontos-base para 10,463%, nos EUA crescem 0,8 pontos para 4,164% e no Canadá sobem 0,9 pontos para 3,425%.
A Ásia-Pacífico não é exceção. Os juros crescem 3,7 pontos na Coreia do Sul para 3,388%, na Nova Zelândia sobem 2,7 pontos para 4,499% e no Japão agravam-se em 2,2 pontos para 1,939%.
Euro inalterado face ao dólar. Libra cai com recuo do PIB britânico
O euro está a negociar inalterado face ao dólar, após ter atingido máximos do início de outubro na sessão anterior, impulsionado pela decisão da Reserva Federal (Fed) norte-americana de cortar as taxas de juro em 25 pontos base. Apesar de o banco central ter sinalizado uma pausa na flexibilização da política monetária, mostrou-se mais otimista em relação à inflação e à economia dos EUA para 2026 - o suficiente para devolver o otimismo aos mercados e pressionar a "nota verde".
A esta hora, o euro segue nos 1,1738 dólares, isto depois de ter chegado a valorizar mais de 0,5% na sessão anterior. Já a libra cai 0,06% para 1,3379 dólares, após ter sido revelado que o PIB britânico recuou de forma inesperada nos três meses acabados em outubro - quando os economistas ouvidos pela Reuters antecipavam que se mantivesse estagnado.
Mesmo assim, a divida britânica prepara-se para fechar a semana com um saldo positivo face ao dólar, depois de também ter atingido máximos de dois meses na quinta-feira. Ao confirmar-se, será a terceira semana consecutiva de ganhos para a libra, numa altura em que o orçamento de outono de Rachel Reeves, ministra britânica das Finanças, parece ter apaziguado o nervosismo dos investidores.
Já face à moeda nipónica, o dólar está a acelerar 0,11% para 155,76 ienes. Este movimento acontece numa altura em que, apesar de uma subida nas taxas de juro por parte do Banco do Japão continuar em cima da mesa, os investidores estão divididos se a mesma vai acontecer ainda este ano ou só em 2026.
Ouro aproxima-se de máximos históricos. Prata em novo recorde
O preço do ouro atingiu máximos de mais de um mês esta sexta-feira, aproximando-se dos valores recordes atingidos em outubro, numa altura em que as previsões económicas da Reserva Federal (Fed) norte-americana para 2026 devolveram o otimismo aos mercados. A prata também está a beneficiar deste sentimento e atingiu um novo máximo histórico esta madrugada.
A esta hora, o ouro avança 0,14% para 4.286,23 dólares por onça, depois de ter acelerado mais de 1% na sessão anterior e atingido o nível mais elevado desde 21 de outubro. Já a prata ganha 0,38% para 63,74 dólares por onça, recuando ligeiramente das valorizações registadas no arranque da negociação, quando atingiu pela primeira vez na história os 64,31 dólares.
"A prata parece estar a puxar o ouro para cima e também está a puxar outros metais, como a platina e o paládio", explica Edward Meir, analista da Marex, à Reuters, que aponta ainda para a desvalorização no dólar para justificar as movimentações nestes metais preciosos. "A inflação [nos EUA] ainda não está na meta de 2% da Fed. Quando se reduz as taxas num ambiente inflacionário que ainda não é ideal, isso é muito otimista para o ouro", acrescentou.
Na quarta-feira, a Fed anunciou a sua decisão de cortar as taxas de juro em 25 pontos base pela terceira reunião consecutiva. Apesar de Jerome Powell, presidente do banco central norte-americano, ter sinalizado uma pausa no alívio da política monetária, a Fed reviu em alta as perspetivas para a maior economia do mundo, antecipando um crescimento de 2,3% no PIB para 2026, e mostrou-se mais otimista para a inflação, que deve abrandar para 2,4% no próximo ano.
Tensões na Venezuela levam petróleo a recuperar de mínimos de dois meses
O barril de petróleo está a recuperar dos mínimos de quase dois meses que atingiu na quinta-feira, impulsionado por receios de disrupções no abastecimento de crude venezuelano. Apesar das movimentações em alta desta sessão, os dois contratos "benchmark" da matéria-prima devem encerrar a semana com um saldo negativo, numa altura em que as negociações para a paz na Ucrânia continuam a dominar o sentimento de mercado.
A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – avança 0,54% para os 57,91 dólares por barril, enquanto o Brent – de referência para o continente europeu – segue a ganhar 0,47% para os 61,57 dólares por barril. Os dois contratos caíram cerca de 1,5% na sessão anterior, depois de os líderes europeus terem sinalizado avanços nas negociações após uma conversa telefónica com Donald Trump.
O fim da guerra na Ucrânia significaria o levantamento das sanções que o petróleo russo enfrenta nos mercados mundiais, agravando ainda mais o excedente que já se espera para 2026. De acordo com as projeções da Agência Internacional de Energia (AIE), a oferta vai exceder a procura em 3,84 milhões de barris por dia - um número ligeiramente inferior às estimativas anteriores, mas que ainda indica um mercado sob pressão.
Ainda no campo geopolítico, os EUA preparam-se para intercetar mais navios que transportem petróleo venezuelano ao longo da costa do país, tal como já tinha acontecido no início da semana. As tensões entre a administração de Donald Trump e o regime de Nicolás Maduro continuam assim a aumentar, com a Casa Branca a reforçar as pressões para levar o atual Presidente venezuelano a abandonar o cargo.
"A escalada da crise na Venezuela acrescenta um prémio de risco ao petróleo, mas não altera o panorama geral", explica Haris Khurshid, analista da Karobaar Capital, à Bloomberg. "A menos que as sanções interrompam repentinamente os fluxos ou perturbem as rotas marítimas, trata-se mais de ruído do que de um choque estrutural", acrescenta.
Fed alimenta otimismo nas praças mundiais. Europa aponta para novo máximo
Os principais índices asiáticos encerraram a derradeira sessão da semana em alta, numa altura em que o corte de 25 pontos base nas taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed) norte-americana e as suas perspetivas económicas para 2026 continuam a dar gás às ações mundiais - que voltaram a atingir um novo pico esta sexta-feira.
O índice MSCI All Country World - um dos indicadores mais abrangentes do mercado acionista global - cresceu 0,2% nesta sessão e renovou os máximos históricos atingidos na quinta-feira. As movimentações em Wall Street, com o S&P 500 e o Dow Jones a fixarem novos máximos de fecho, contribuíram para o grande otimismo que se vive hoje nos mercados e que deve alastrar-se à Europa, com os futuros do Euro Stoxx 50 a apontarem para uma abertura no verde e a sinalizarem um novo máximo histórico.
"O impulso deve continuar até ao final do ano", afirma Gina Bolvin, presidente do Bolvin Wealth Management Group. à Bloomberg. "Com cortes nas taxas em andamento, um novo presidente da Fed a caminho e os lucros a aumentarem, o mercado em alta parece posicionado para continuar assim em 2026. À medida que mais empresas adotam a inteligência artificial, a participação deve ampliar-se a setores além das Sete Magníficas".
Mesmo assim, e em contraciclo com a tendência global, as ações tecnológicas estão a ter dificuldade em continuar à tona, limitando os ganhos das ações mundiais e sinalizando um arrefecimento no setor após as grandes valorizações que caracterizaram 2025. Grande parte do nervosismo apareceu depois de a Oracle ter afundado mais de 10% na quinta-feira, pressionada por previsões de lucro abaixo do estimado pelos analistas, apesar dos grandes investimentos da empresa.
Pelo Japão, o Topix acelerou para um novo máximo histórico, ao acelerar quase 2%, enquanto o Nikkei 225 ganhou 1,37%. Um aumento nas taxas de juro por parte do banco central do país está no horizonte, mas os investidores continuam divididos se o aperto na política monetária chega já na próxima semana (numa altura em que o iene tem tido dificuldades em afirmar-se) ou se é adiado para 2026.
Já pela China, o Hang Seng, de Hong Kong, valorizou 1,75%, enquanto os ganhos do Shanghai Composite acabaram por ser mais limitados, com o índice a acelerar apenas 0,41%. Por sua vez, o sul-coreano Kospi saltou 1,38% e o australiano S&P/ASX 200 pulou 1,23%.
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