Estádio do Estrela em leilão online por 2,1 milhões numa falência de 37 milhões
O estádio, campo de treinos e bingo do falido Clube de Futebol Estrela da Amadora vão voltar à praça, em janeiro próximo, através de "leilão presencial e eletrónico".
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De acordo com um anúncio publicado este sábado, 11 de dezembro, pela leiloeira Onefix, o leilão iniciar-se-á com a tentativa de venda na globalidade de todos os ativos da insolvente, incluindo o estádio, campo de treinos e bingo, por um valor mínimo de 5,1 milhões de euros.
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Caso não registe ofertas, o leilão prosseguirá com a venda separada de dois lotes, com o campo principal e o recheio a ter como valor mínimo 2,1 milhões de euros, enquanto o bingo e o campo de treinos irão ser leiloados por três milhões.
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Com esta ressalva: "Os registos de oferta ficarão sujeitos a aprovação da comissão de credores. Caso apenas uma das verbas ultrapasse o valor mínimo fixado, a mesma não será adjudicada no final do leilão, ficando igualmente sujeita à aprovação da comissão de credores", lê-se no anúncio.
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É que, até hoje, apenas a SAD do Club Football Estrela da Amadora, clube que sucedeu ao insolvente (e após fusão com o Club Sintra Football), fez uma proposta firme pela compra do estádio, mas os dois milhões de euros oferecidos não foram aceites pela comissão de credores.
A propósito, a massa falida faz saber que renovou com a SAD tricolor "a utilização provisória do estádio até junho de 2022 (fim da época desportiva), mediante o pagamento a esta da contrapartida monetária mensal de cinco mil euros, ficando aqueles sujeitos ao pagamento de sanção pecuniária compulsória no valor diário de mil euro caso não entreguem o estádio até ao último dia útil do mês de junho de 2022", alerta.
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Já o bingo está subconcessionado à Pataca da Sorte, que paga uma renda de 10 mil euros mensais, de acordo com um contrato iniciado em novembro de 2014 e que só termina em novembro de 2024.
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Foi em fevereiro de 2011 que os mais de 200 credores do Estrela da Amadora, com o Estado à cabeça, chumbaram o plano de recuperação do clube, que faliu com dívidas de 36,8 milhões de euros, dos quais 12,5 milhões ao Fisco e 2,3 milhões de euros à Segurança Social.
Resultado: O Tribunal do comércio de Sintra determinou a liquidação do património, que seria colocado em hasta pública para venda.
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Nos dois anos seguintes, os ativos do clube, constituídos sobretudo pelo estádio, campo de treinos e edifício onde funciona o bingo, viriam a registar duas tentativas de venda, que deram em nada.
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E o processo de liquidação dos ativos do Estrela da Amadora hibernou durante meia dúzia de anos.
Em março de 2018, através de um despacho judicial, ficou-se a saber que tão longo impasse se deveu, entre outros fatores, à polémica conduta do seu primeiro administrador de insolvência.
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O tribunal concluiu que "foram violadas as obrigações processuais que se impunham ao administrador de insolvência no domínio das suas funções, designadamente quanto à violação reiterada da obrigação de apresentação de contas, e violação dos deveres impostos pelo EAJ [Estatuto do Administrador Judicial]", pelo que, "ocorrendo justa causa", determinou a "destituição imediata do administrador de insolvência nomeado".
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Em abril de 2018 foi nomeado um novo administrador de insolvência, Jorge Calvete, que viria no verão desse ano, consultada a comissão de credores do clube, a colocar o estádio do Estrela da Amadora à venda, no site da leiloeira Onefix, com um valor base de seis milhões de euros.
Mas eis que o processo de venda voltou a parar, sem que se conhecesse sequer o modelo de alienação deste ativo. "Brevemente", lia-se na abertura da página online do leilão do chamado estádio da Reboleira.
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E "brevemente" se manteve mais de um ano, até que, em outubro do ano passado, a Onefix atualizou a página do leilão do estádio do falido Estrela da Amadora.
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O valor base de venda manteve-se nos seis milhões de euros, mas a massa falida só recebeu uma proposta de dois milhões do clube que joga no estádio.
O Clube de Futebol Estrela da Amadora, que venceu a Taça de Portugal em 1990 - penhorada por dívidas a um jogador e à guarda do tribunal -, jogou pela última vez na Reboleira a 2 de maio de 2010, já na divisão secundária, com uma derrota frente ao Real Massamá.
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