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Rui Costa campeão do Mundo de ciclismo

O ciclista português Rui Costa sagrou-se hoje campeão mundial de ciclismo, ao vencer a prova de fundo nos Mundiais de Florença, em Itália.

 Rui Costa
Rui Costa Eric Gaillard/Reuters
29 de Setembro de 2013 às 16:34

O luso da Movistar cumpriu os 272,26 quilómetros, em 7:25,43 horas, com o mesmo tempo do espanhol Joaquin Rodriguez e menos 16 segundos do que o também espanhol Alejandro Valverde e do que italiano Vincenzo Nibali.

O português Tiago Machado foi 36.º, a 2.01 minutos do compatriota, enquanto André Cardoso abandonou.

"Não esperava nada, estava em boa condição, mas nunca pensei ganhar aqui", disse o primeiro campeão do mundo português da história, em declarações após a sua vitória em Florença.

Para Rui Costa, a camisola arco-íris significa "uma vida".

"Foi algo que sempre sonhei, mas era difícil de concretizar", assumiu antes de subir ao pódio, onde chorou com os últimos acordes do hino nacional.

Depois de ter vencido duas etapas na Volta a França, o ciclista da Póvoa de Varzim preparou-se especificamente para o Mundial, uma estratégia que hoje viu recompensada.

Estratégia e inteligência de Rui Costa são das cores do arco-íris

Rui Costa deu hoje mais um passo na sua afirmação como o melhor ciclista português da sua geração, com uma vitória nos Mundiais de Florença que revela duas das suas principais características: inteligência e determinação.

Calculista e inteligente como poucos ciclistas do pelotão, Rui Costa soube poupar as suas forças e esperar pelo momento mais oportuno para "roubar" o título mundial ao espanhol Joaquim Rodriguez e garantir que nos próximos 365 dias irá andar de camisola arco-íris, reservada ao campeão do mundo, vestida.

Os últimos meses têm sido de sonho para o jovem da Póvoa de Varzim, com os triunfos a sucederam à rapidez com que construiu a sua carreira. Duplo vencedor da Volta à Suíça, festejou o triunfo com a conquista do título de campeão nacional de contrarrelógio mesmo antes de embarcar para a Córsega, onde arrancou a Volta a França, onde ganhou duas etapas, um registo só semelhante ao do histórico Joaquim Agostinho.

Foram mais pegadas firmes num trilho que começou a percorrer em 2007 no Benfica, onde esteve essa e outra época antes de despertar a atenção de uma das potências do ciclismo mundial, a espanhola Caisse d'Épargne, com o segundo lugar na Volta à França do futuro.

Com apenas 23 anos, Rui Costa deu o salto internacional para uma equipa em que podia ambicionar mais e respondeu com resultados: primeiro da geral dos Quatro Dias de Dunkerque, foi 13.ª na sua estreia na Volta à Suíça antes de ser segundo nos campeonatos nacionais.

O estatuto de promessa consolidou-se em 2010, com a vitória no Troféu Deia e triunfos em etapas na Volta à Suíça, a sua prova "fetiche", e na Volta a Chihuahua.

A mudança de patrocinador não mudou a essência da sua equipa, agora batizada Movistar, nem a sua: vence a oitava etapa da Volta a França, a Volta a Madrid, o Grande Prémio de Montreal e consegue um meritório 15.º lugar nos Mundiais.

Meticuloso, destaca-se entre os ciclistas da sua geração, nomeadamente Tiago Machado (RadioShack), com quem tem protagonizado um interessante duelo na Volta ao Algarve, onde acumulou dois quintos lugares nos dois últimos anos.

Mas é na Suíça, onde agora reside, que mais se tem destacado, com um triunfo em 2012, ano em que foi terceiro na Volta à Romandia, nono na Volta a Pequim, 11.º nos Mundiais e 13.º nos Jogos Olímpicos de Londres, e outro este ano.

Natural da Póvoa de Varzim, o ciclista de 26 anos é um apaixonado pelos animais e um homem de família, partilhando com o irmão Mário, também profissional, o gosto pela modalidade. Ambos foram suspensos e posteriormente ilibados de um positivo pelo estimulante metilhexaneamina, que comprovadamente se deveu à contaminação de um suplemento alimentar.

Hoje, mais uma vez, deu que falar, ao revelar ser um "lobo solitário", homem adepto de fugas em que depende só de si para vencer, algo que, para os portugueses, começa a ser quase um hábito.

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