Virgolino Faneca faz entrevista reveladora a Fernando Santos

Virgolino Faneca, para colmatar a falta de informação do amigo Ursino, conversou com Fernando Santos. O treinador da equipa das quinas revela o que os seus olhos dizem e como vai usar o hino de apoio à selecção nacional.
Celso Filipe 03 de Junho de 2016 às 17:00

Estimado Ursino, espero que esta te encontre bem aí na Índia, onde o futebol só é conhecido porque utilizam mão-de-obra infantil para fabricar bolas, enquanto a malta assobia para o ar fazendo de conta que essa realidade não existe. Para colmatar a falta de informação, resolvi, em vésperas do Europeu de Futebol, vestir a pele de jornalista e entrevistar alguns dos protagonistas da selecção portuguesa. Empenhei-me com denodo nesta tarefa e agora partilho contigo os resultados obtidos. Começo pelo seleccionador nacional, Fernando Santos, e depois te darei conta das conversas mantidas com outros jogadores, a começar pelo Cristiano Ronaldo.

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Virgolino Faneca (VF) – O que é que os seus olhos não dizem?

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Fernando Santos (FS) – Ora bolas, não vinha preparado para essa pergunta. Estava à espera que me perguntasse, como aquele rapaz do "Alta Definição", o que é os meus olhos dizem. Até descasquei uma cebola antes de vir ter consigo.

VF – Assim seja. O que dizem os seus olhos?

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FS – Que estou a precisar de óculos. Veja lá, porque eu não vi, que só dei conta que tinha convocado o Éder quando ele apareceu para os treinos na Cidade do Futebol. Quando isto acabar vou com a minha senhora àquela loja de óculos que a Ana Bola anuncia, onde se tem um desconto igual à idade, para resolver o problema.

VF – Ainda bem que fala do Éder. Há quem o critique por a selecção jogar sem avançados.

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FS – Não é verdade. A selecção joga deliberadamente ao ataque, com um quarteto ofensivo formado por três elementos, Ronaldo e Nani.

VF – Há também quem questione o facto de ter convocado o Renato Sanches.

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FS – São os Velhos do Restelo do costume. Um perfil como o dele faz falta à selecção, sobretudo porque tem rastas, fazendo com que os adversários o possam confundir com o Gullit. Até já lhe disse para ele deixar crescer o bigode para as parecenças serem maiores.

VF – Mas isso não é um critério futebolístico.

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FS – Os critérios são como os gostos. Não se discutem. E o rapaz é uma força da natureza.

VF – De que é que isso serve se não o vai pôr a jogar?

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FS – Serve para ele poupar forças para o Bayern de Munique e para próxima convocatória. E assim os lampiões também não chateiam tanto.

VF – O que acha da escolha da música do Pedro Abrunhosa para o hino da selecção nacional?

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FS – Foi a escolha perfeita. É entusiasmante. Vou usá-la como a música do Vitinho para avisar os jogadores quando for hora de irem para a cama.

VF – Qual a melhor selecção presente neste europeu?

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FS – A selecção de queijos e enchidos do chefe Hélio Loureiro. Sem dúvida.

VF – Em que aspecto a selecção precisa de melhorar?

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FS – O meu foco vai ser o de fazer trabalho específico com o Pepe para o ensinar a simular ter sido agredido. Viu o espectáculo confrangedor que ele deu no Real-Atlético? Vai ser uma tarefa árdua.

VF – Quais as expectativas para este Europeu?

FS – Queremos fazer história e conquistar o campeonato sem uma única vitória.

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VF – Mas isso é impossível!

FS – Para esta selecção não há impossíveis. Não me diga que nunca viu um porco a andar de bicicleta?

VF – Quer mandar alguma mensagem aos portugueses?

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FS – Ups, não tenho saldo no telemóvel. Pode mandar uma mensagem por mim. Diga-lhes que estou ansioso por conhecer a Disneylândia Paris. Aquilo deve ser uma obra de engenharia do camandro.

Virgolino Faneca

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