Newshold diz ter "disponibilidade e meios" para avançar para privatização da RTP
O grupo económico Newshold, que detém por exemplo o jornal SOL, disse hoje em comunicado que tem "disponibilidade e meios" para avançar para uma eventual privatização da RTP, caso o modelo proposto pelo Governo se revele "um negócio interessante".
"Na hipótese de a solução a definir pelo Governo português para a privatização ou concessão da RTP se revelar um negócio interessante para as partes, a Newshold tem disponibilidade e meios para, isoladamente ou em parceria, apresentar uma candidatura séria com vista a assegurar e garantir a implementação de um projecto verdadeiramente sólido e independente para a RTP", diz comunicado hoje enviado pelo conselho de administração da Newshold.
O texto, longo e com diversos pontos, é crítico para com os "órgãos de comunicação social, jornalistas e comentadores" em Portugal que, diz a administração, caracterizam a Newshold "como uma empresa 'misteriosa' sobre a qual pouco ou nada se sabe".
O grupo esclarece aquilo que diz ser uma "falsidade", respeitante à propriedade da empresa.
"Convém esclarecer que todos os accionistas da Newshold, não obstante terem nacionalidade angolana, são também cidadãos de nacionalidade portuguesa, possuindo dupla nacionalidade", aponta a nota da administração da empresa.
A Newshold diz também que "nenhum dos jornalistas ou comentadores que têm atentado contra a honorabilidade" da empresa pode explicar em que medida é que "proveitos obtidos em Angola (que têm suportado a actividade da Newshold em Portugal) são diferentes dos proveitos obtidos igualmente" naquele país africano e que hoje "suportam e financiam a actividade em Portugal de tantas empresas".
"Em que é que o capital da Newshold com origem em Angola é diferente do capital com origem em Angola que hoje permite em Portugal a sobrevivência de muitas empresas de tantas áreas e que está a auxiliar a recapitalização da banca?", questiona o grupo.
O texto, assinado por Sílvio Alves Madaleno, presidente do conselho de administração, e Mário Ramires, CEO da entidade, diz que a Newshold "não ignora que, na origem da recente onda de notícias e opiniões difamatórias que têm sido publicadas, está a eventual privatização da RTP e a compreensível apreensão que a incerteza quanto ao destino da operadora pública de televisão em Portugal está a criar nos principais 'players' do mercado".
O interesse na RTP, sustenta no final do texto a Newshold, não será alterado "por quaisquer afirmações de cariz xenófobo, nem tão pouco por processos de intenção ou teorias da conspiração que possam vir a ser formuladas com o objectivo de denegrir" a empresa "ou a sua estrutura accionista".
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