O pelouro da rede comercial, que no anterior conselho era competência do vice-presidente da CGD, passou agora a ser partilhado por dois vogais executivos, de acordo com a distribuição de tarefas ontem aprovada na primeira reunião do novo conselho de administração, em que José de Matos foi designado presidente da comissão executiva. O novo CEO fica responsável, entre outros pelouros, pela gestão do risco de crédito.

No encontro de ontem, foram ainda designados dois vice-presidentes executivos: António Nogueira Leite e Norberto Rosa. O antigo administrador da Brisa e conselheiro do PSD vai ficar responsável pelo planeamento estratégico e pela gestão de riscos de balanço. Já o segundo vai assumir a pasta dos recursos humanos, além de outras competências.

As operações internacionais da Caixa continuarão a ser um pelouro de Rodolfo Lavrador, ainda que uma pequena parte dessa pasta seja partilhada com Fernandes Thomaz, antigo CEO da boutique financeira Ask e militante do CDS/PP. Já Pedro Cardoso, que também transitou da anterior equipa, assumirá a gestão financeira do banco.

Além da rede comercial, Jorge Tomé vai manter o pelouro da banca de investimento e das participações empresariais da Caixa, além dos negócios de seguros e da saúde, cuja privatização é imposta pelo acordo estabelecido com a troika internacional.

Ao que o Negócios apurou, a primeira reunião da administração da CGD decorreu de forma tranquila e alheia à polémica suscitada pela mudança de modelo de gestão, pelas simpatias políticas de alguns gestores e pelos alegados conflitos de interesses de alguns administradores.

Em resposta à crítica de que a alteração do sistema de governação da CGD implicou um aumento do número de administradores de sete para 11 elementos, o comunicado do banco do Estado explica que "com o novo modelo, foi extinto o conselho fiscal". Assim, "da nova composição resulta que há apenas mais um elemento a compor o conselho de administração do que no modelo anterior em que coexistiam" o órgão de gestão e o órgão de fiscalização "que era composto por três membros".

Por outro lado, a Caixa justifica a mudança de modelo com as exigências da troika e também com as recomendações das agências de "rating".

O antigo vice-governador do BdP, José de Matos, assumiu a liderança executiva da CGD.

Nogueira Leite foi designado vice-presidente executivo, cargo para que tinha sido convidado.

Norberto Rosa, um dos gestores reeleitos, passou a vice-presidente executivo.

Ideias-chave

Não executivos terão funções de controlo

Faria de Oliveira fica como "chairman"

O "chairman" Fernando Faria de Oliveira terá como missão presidir ao conselho, colaborar na definição da estratégia da CGD, e coordenar a actividade da administração e das comissões de aconselhamento da administração.

Restantes não executivos integram comissões

Os restantes não executivos - Eduardo Paz Ferreira, Pedro Rebelo de Sousa e Álvaro Nascimento - vão controlar a acção da equipa executiva, através das várias comissões (auditoria, estratégia e governação, e avaliação e remunerações). Paz Ferreira vai presidir à comissão de auditoria.