Embora seja "insuficiente" para fazer face à dimensão da escassez de recursos humanos, a restauração tem vindo a registar um "reforço importante" de mão-de-obra, com a chegada a Portugal de milhares de ucranianos, sobretudo mulheres, fugidos da guerra que estalou há três meses.

"Temos vindo a receber alguma mão-de-obra. É um reforço importante, mas mesmo assim a oferta ainda é muito baixa face à procura que existe. São poucos para as necessidades que o setor tem", diz o presidente da Associação Nacional de Restaurantes (Pro.Var), que representa sensivelmente 3.000 empresários da restauração a nível nacional, embora sem dispor de números concretos.

"Para se ter uma ideia da grandeza: há necessidade praticamente em todos os restaurantes do país de integrarem pelo menos mais uma pessoa", observa Daniel Serra, ao Negócios.

Numa primeira fase, os novos trabalhadores recém-chegados da Ucrânia, a esmagadora maioria mulheres, "têm vindo a ser encaixados nas cozinhas e nas copas", embora, com a facilidade de adaptação, incluindo à língua, se acredite que possam ocupar em breve outras funções.

"Temos boa memória dos trabalhadores ucranianos. São aplicados, com formação alta e muitas capacidades. São lutadores, estão habituados a serem resilientes e têm um grau de adaptação muito elevado. Há a questão linguística, mas eles também já demonstraram que, em poucos meses, aprendem facilmente a nossa língua, pelo que, com algum tempo e paciência, até acabamos por ter também essa facilidade nas mesas", exemplifica.