EDP aumenta produção de eletricidade em 12% no primeiro semestre
A produção total de eletricidade da EDP cresceu 12% na primeira metade deste ano, ascendendo a 34,6 TWh, revelou esta sexta-feira a elétrica liderada por Miguel Stilwell em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A elétrica destaca o aumento de 13% até junho na produção eólica e solar (face aos primeiros seis meses de 2024) - graças ao forte crescimento da capacidade instalada fotovoltaica solar nos últimos 12 meses -, tendo as energias produzidas a partir de fontes renováveis representado 90% da produção total (21,2 TWh).
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A empresa assinala ainda que a "produção hídrica no mercado ibérico atingiu 7,3 TWh no primeiro semestre, ficando 1,9 TWh acima do esperado". Isto tendo em conta que os recursos hídricos ficaram 41% acima da média histórica. Quanto às barragens, que no início de 2025 estavam nos 59%, chegaram ao final de junho nos 87%, graças à chuva que caiu durante os primeiros meses do ano e que deixaram os reservatórios com "níveis confortáveis para suportar os meses mais secos do verão".
Já a produção hídrica a partir de bombagem aumentou 13% face ao período homólogo de 2024, "impulsionada pela volatilidade dos preços horários no mercado da eletricidade na Península Ibérica e pela procura por energia flexível e serviços complementares".
A EDP refere ainda que os preços médios de eletricidade na ibéria subiram de 39 euros por MWh na primeira metade do ano passado para 62 euros por MWh entre janeiro e junho deste ano.
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Segundo a alétrica, o apagão de 28 de abril que afetou Portugal e Espanha levou a um crescimento da produção térmica de mais 2,7 TWh face ao primeiro semestre do ano passado. "Após este evento, fontes de energia flexíveis como o gás foram priorizadas para reforçar a resiliência do sistema elétrico e garantir a segurança do abastecimento de energia. As restrições na capacidade de interligações entre Portugal e Espanha ocorridas a 28 de abril provocaram um aumento dos preços de eletricidade em Portugal", refere a EDP no comunicado, acrescentando que o apagão teve "um resultando num impacto financeiro negativo marginal para a EDP". Quanto às condições de interconexão entre os dois países, estas foram 100% restabelecidas a partir de 20 de junho, quase um mês depois do apagão.
Em termos de capacidade instalada, nos últimos 12 meses a EDP aumentou 3,5 GW de capacidade eólica e solar (dos quais +3,4 GW ao nível da EDPR - 83% na Europa e América do Norte e 68% de energia solar - e os restantes referente a solar distribuído na Europa e no Brasil). As adições de capacidade renovável no primeiro semestre os 400 MW: 161 MW de energia eólica e 257 MW de energia solar. Por região, a América do Norte representou 62% das adições, a Europa 23%, a Ásia-Pacífico9% e a América do Sul 6%.
No total, a capacidade instalada eólica e solar atingiu os 20,2 GW em junho de 2025 (+18%), mês em que a empresa tinha em construção 2,3 GW (acima do esperado para este ano): 900 MW de solar, 700 MW de eólica onshore, 400 MW de baterias, e 300 MW de eólica offshore, associado aos projetos da Ocean Winds em França.
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A EDP assinala uma transação de rotação de ativos em Espanha de 83 MW, tendo assinado mais duas operações nos EUA e também em Fraça e na Bélgica, e prevendo-se que sejam formalizadas outras duas transações adicionais no curto prazo, "em linha com os dois mil milhões de encaixe de rotação de ativos esperados para 2025".
A perda de clientes de eletricidade da EDP no mercado liberalizado em Portugal "abrandou significativamente", com a empresa a registar uma redução de 64 mil clientes (menos 47 mil no primeiro trimestre e menos 17 mil no segundo trimestre). No segmento residencial, a EDP registou um aumento de cerca de 30% nas aquisições de novos clientes e uma redução substancial de cerca de 16% nas saídas de clientes no primeiro semestre (face ao mesmo período do ano passado).
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