Espanha admite recuar e manter centrais nucleares abertas

A mudança de posição surge numa altura em que o Governo de Pedro Sanchez tenta assegurar junto da oposição de centro direita apoio para mitigar as tarifas norte-americanas.
Focke Strangmann/Lusa
Catarina Almeida Pereira 24 de Abril de 2025 às 09:32

Espanha está a sinalizar pela primeira vez a hipótese de recuar no encerramento das centrais nucleares na próxima década.

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"A energia nuclear vai estar presente no nosso ‘mix’ até 2035" ou mais, caso as empresas proponham uma extensão, diz a Ministra da Transição Ecológica Sara Aegesen, numa entrevista citada pela Bloomberg. Contudo, a proposta não terá sido feita. "Nos não estamos a considerar nada porque não há nenhuma proposta específica em cima da mesa".

Explica a agência de notícias que o novo discurso, uma novidade no governo socialista, acontece numa altura em que a oposição de centro direita pede uma revisão do abandono da energia nuclear em troca de apoio nas medidas para mitigar as tarifas impostas pela administração de Donald Trump. A Iberdola também pede que o Governo espanhol se afaste do plano desenhado em 2019.

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Desde 2023, 31 países acordaram triplicar a capacidade nuclear em 2050, face aos níveis de 2020. Só a China está a construir 28 novos reatores que estarão prontos no final da década. A Bélgica atrasou o encerramento das suas duas novas plantas até 2035.

No caso espanhol, a energia nuclear representa cerca de um quinto do total.

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