Forma de guardar a energia "do sol" em estudo no Alentejo

Nos arredores de Évora, pela mão da Universidade, está a ser desenvolvido um projecto pioneiro de produção e armazenamento de energia aproveitando a luz do sol, sem poluição e que pode ter baixo custo.
Carlos Moedas
Pedro Elias
Lusa 28 de Abril de 2017 às 22:11

A "Évora Molten Salt Platform" é financiada pelo governo alemão e pela Universidade de Évora e é uma tecnologia que precisa de sol directo, que vai fundir sais que por sua vez vão levar à criação de vapor de água para produzir energia.

 

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"A vantagem é que a energia fotovoltaica não se pode armazenar e esta podemos armazená-la e usá-la quando quisermos", explicou João Farinha Mendes, do Laboratório Nacional de Engenharia Civil.

 

O projecto, ainda em fase de construção, foi hoje um dos muitos visitados pelo comissário europeu Carlos Moedas, responsável pelas pastas da Investigação, Ciência e Inovação, que durante dois dias (até sábado) promove no Alentejo um "Roteiro da Ciência", à semelhança do que já fez noutras zonas do país.

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O "Roteiro" destina-se a explicar a acção da Comissão Europeia na promoção da investigação e conhecer casos de sucesso nessa matéria, como os que hoje visitou em Beja e Évora.

 

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Hoje, além de visitarem esse caso, o comissário e o ministro da Ciência e Tecnologia, Manuel Heitor, participaram na Universidade de Évora (polo Mitra) num debate chamado "Challenges for Mediterranean Research: Food, Resources and Territories", com a presença de especialistas portugueses mas também de Espanha, de Itália ou de Marrocos.

 

Durante a tarde falou-se, por exemplo, do projecto PRIMA, um programa integrado sobre alimentação e água numa óptica de desenvolvimento inclusivo, sustentável e saudável. Junta 19 países (Portugal incluído) com o Mediterrâneo e a sua cultura como tema de fundo. "PRIMA é sentar as pessoas à mesa a falar sobre o Mediterrâneo", disse Carlos Moedas.

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E Manuel Heitor elogiou no final o debate e os resultados da visita do dia, salientando no final que Portugal precisa de "instituições sólidas, flexíveis e adaptáveis e de universidades que desempenhem um papel importante, mas também de novos intervenientes", como acontece na nova cátedra na área aeroespacial, que junta a partir de hoje a Universidade, a Fundação para a Ciência e Tecnologia e o Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto.

 

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Évora, disse Carlos Moedas, tem 14 dos 29 projectos do Alentejo no âmbito do programa europeu Horizonte 2020, de investigação e inovação e com um orçamento de quase 80 mil milhões de euros.

 

E o comissário "responsável" por todo esse dinheiro elogiou depois a Ciência, que abre portas e fronteiras que os políticos fecham, que pode ajuda a resolver o drama dos refugiados através de novas pesquisas mas também da escassez de água e de alimentos, e que pode afinal ajudar a criar "um mundo melhor para o futuro".

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