Europa no vermelho com investidores à espera da inflação nos EUA
Acompanhe aqui, minuto a minuto, a evolução dos mercados desta sexta-feira.
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Euribor sobe a três, a seis e a 12 meses
A taxa Euribor subiu hoje a três, a seis e a 12 meses em relação a quinta-feira.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que avançou para 2,072%, permaneceu abaixo das taxas a seis (2,104%) e a 12 meses (2,159%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu hoje, ao ser fixada em 2,104%, mais 0,005 pontos do que na quinta-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a agosto indicam que a Euribor a seis meses representava 38,13% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 31,95% e 25,45%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também avançou, ao ser fixada em 2,159%, mais 0,003 pontos do que na sessão anterior.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses avançou para 2,072%, mais 0,007 pontos do que na quinta-feira.
Em setembro, as médias mensais da Euribor subiram de novo nos três prazos, mas de forma mais acentuada a 12 meses.
A média da Euribor em setembro subiu 0,006 pontos para 2,027% a três meses e 0,018 pontos para 2,102% a seis meses.
Já a 12 meses, a média da Euribor avançou mais acentuadamente em setembro, designadamente 0,058 pontos para 2,172%.
Em 11 de setembro, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas diretoras, pela segunda reunião de política monetária consecutiva, como antecipado pelos mercados e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 29 e 30 de outubro em Florença, Itália.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Europa negoceia no vermelho com investidores à espera de dados da inflação nos EUA
Os principais índices europeus negoceiam de forma volátil esta manhã, enquanto vão registando perdas após uma abertura de sessão ter pintado as bolsas do Velho Continente de verde, ainda que apenas temporariamente.
O índice Stoxx 600 – de referência para a Europa – cede 0,15%, para os 573,55 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX cai 0,06%, o espanhol IBEX 35 recua 0,35%, o italiano FTSEMIB desvaloriza 0,32%, o francês CAC-40 perde 0,52%, o britânico FTSE 100 subtrai 0,12% e o neerlandês AEX soma 0,30%.
Os investidores parecem não querer avançar com grandes apostas nos ativos de risco antes da divulgação dos dados da inflação de setembro nos Estados Unidos (EUA). O relatório servirá para obter pistas sobre as perspetivas de política monetária na maior economia mundial - à medida que prossegue o “shutdown” do Governo Federal no país -, sendo que os “traders” já dão como praticamente certo uma nova flexibilização dos juros em 25 pontos-base na reunião do final deste mês da Reserva Federal (Fed).
A pressionar a Europa parece estar também uma nova leva de incerteza comercial depois de Trump ter dado por terminadas as negociações comerciais com o Canadá, com o republicano a acusar o país vizinho de utilizar num anúncio televisivo que considerou fraudulento um discurso feito por Ronald Reagan no qual o ex-presidente norte-americano fala negativamente sobre tarifas.
Ainda que registem perdas a esta hora, o sentimento do mercado recebeu um impulso no início da sessão, depois de a Casa Branca ter anunciado que o Presidente Donald Trump se reunirá com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, sinalizando um progresso nas relações entre as duas potências, após um recente agravamento das tensões comerciais.
E à medida que prossegue a época de apresentação de contas do terceiro trimestre, destaca-se na negociação esta manhã a tecnológica sueca Lagercrantz Group Aktiebolag, que segue a valorizar quase 8%, no seguimento de resultados positivos referentes ao terceiro trimestre. Também o NatWest Group chegou a subir perto de 7%, sendo que a esta hora regista ganhos mais contidos na ordem dos 2%, depois de o banco britânico ter revisto em alta as suas previsões para o ano, após ter superado as estimativas dos analistas para o terceiro trimestre. A beneficiar de contas acima das expectativas está igualmente a farmacêutica francesa Sanofi, que soma perto de 1%.
Entre os setores, o do imobiliário (-1,27%) regista a maior queda, seguido das “utilities” (-0,91%) e dos recursos naturais (-0,84%). Por outro lado, o tecnológico (+0,93%) lidera os ganhos, enquanto o setor automóvel avança 0,40%.
Juros registam fortes agravamentos em toda a linha na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro negoceiam com agravamentos em toda a linha, num dia em que os principais índices bolsistas da região registam perdas de forma generalizada.
Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, agravam-se em 4 pontos-base, para 2,997%. Em Espanha a "yield" da dívida com a mesma maturidade sobe 3,4 pontos, para 3,149%.
Já os juros da dívida soberana italiana avançam 3,5 pontos, para 3,407%.
Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa segue a mesma tendência e soma 4,3 pontos-base, para 3,423%, numa altura em que os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, agravam-se em 3,3 pontos, para os 2,615%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, seguem a tendência inversa e aliviam 0,7 pontos-base, para 4,415%.
Dólar ganha terreno em dia de dados da inflação
O dólar ganha terreno esta manhã, com os investidores a prepararem-se para dados atrasados sobre a inflação que provavelmente não impedirão Reserva Federal (Fed) norte-americana de flexibilizar as taxas de juro na próxima semana.
Do lado de lá do Atlântico, o índice do dólar ganha 0,09%, para 99,029 pontos.
Os "traders” aguardam agora pela divulgação do Índice de Preços no Consumidor dos EUA referente a setembro, que será divulgado ainda nesta sexta-feira, apesar do "shutdown” do Governo Federal. E embora analistas não esperem que os dados impeçam a Fed de reduzir as taxas em 25 pontos-base na sua reunião da próxima semana, os números podem fornecer pistas sobre o que o banco central poderá vir a decidir na sua reunião de dezembro.
As preocupações com a guerra comercial também voltaram à agenda, depois de e o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter dito que as negociações comerciais com o Canadá foram terminadas. O republicano acusou o Canadá de utilizar num anúncio televisivo que considerou fraudulento um discurso feito por Ronald Reagan no qual o ex-Presidente fala negativamente sobre tarifas.
A esta hora, o dólar avança 0,17%, para os 152,830 ienes.
Pelo Japão, a recentemente eleita primeira-ministra Sanae Takaichi está a preparar um pacote de estímulo económico que provavelmente excederá os 92 mil milhões de dólares do ano passado para ajudar as famílias a lidar com a inflação, disseram fontes governamentais familiarizadas com o plano à Reuters. O plano poderá vir a ser um obstáculo para o Banco do Japão aumentar as taxas de juro na próxima semana, com os “traders” a atribuírem uma probabilidade de apenas 19% de um aumento nas taxas de juro.
Por cá, a moeda única avança tímidos 0,05%, para 1,162 dólares. Ainda pela Europa, a libra valoriza 0,02% para os 1,333 dólares.
Ouro a caminho de primeira queda semanal em mais de dois meses
Os preços do ouro negoceiam em queda nesta sexta-feira, à medida que caminham para a primeira perda semanal em mais de dez semanas, com o metal amarelo a ser pressionado por um dólar mais forte e pela retirada de mais-valias.
A esta hora, o metal perde 0,75%, para os 4.094,210 dólares por onça.
Uma reunião entre os líderes dos EUA e da China na próxima semana tem boas hipóteses de diminuir as tensões comerciais, segundo especialistas citados pela Reuters, o que está a ajudar o dólar e a reduzir a procura pelo ouro enquanto ativo-refúgio.
O foco dos “traders” está agora no relatório do Índice de Preços no Consumidor (IPC) dos EUA, que deverá mostrar que a inflação se manteve em 3,1% em setembro, sendo que a divulgação dos dados adiada para o dia de hoje, devido à paralisação do Governo Federal norte-americano.
No plano da política monetária, os investidores dão já como praticamente certo um corte de 25 pontos-base nas taxas diretoras dos EUA na próxima reunião da Fed, que acontecerá nos dias 28 e 29 deste mês. “Do ponto de vista do ouro, um IPC moderado seria bem-vindo, pois manteria a Fed no caminho certo para reduzir as taxas duas vezes antes do final do ano”, disse à Reuters Tim Waterer, da KCM. Ainda assim, o especialista resslava que “qualquer surpresa positiva na inflação provavelmente fará com que o dólar ganhe ainda mais força, o que poderá ser prejudicial para o ouro”.
Petróleo recua com retirada de mais-valias mas segue a caminho de ganho semanal
Os preços do petróleo seguem a negociar com perdas esta manhã, ainda que se mantenham a caminho de um ganho no conjunto da semana, depois de as sanções dos EUA a duas das maiores petrolíferas russas terem impulsionado os preços do crude acima dos 5% na sessão de quinta-feira.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – recua 0,58% para os 61,44 dólares por barril, ainda que esteja a reduzir alguns dos ganhos registados anteriormente. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a valorizar 0,61% para os 65,59 dólares por barril.
"O petróleo bruto está a estabilizar, algumas realizações de lucros estão a ocorrer, indicando que o mercado não está a entrar em pânico com o abastecimento russo”, disse à Reuters Vandana Hari, da Vanda Insights, empresa de análise do mercado petrolífero.
As sanções dos EUA levaram as grandes petrolíferas estatais chinesas a suspender as compras de crude russo no curto prazo, disseram à agência de notícias fontes próximas do assunto. Nesta linha, a Índia, o maior comprador de petróleo russo, deverá reduzir drasticamente as suas importações de crude do país, após a pressão feita pelo Presidente norte-americano a Nova Deli. “Os fluxos para a Índia estão particularmente em risco... os desafios para as refinarias chinesas seriam mais moderados, considerando a diversificação das fontes de petróleo bruto e a disponibilidade de 'stocks'”, referiu Janiv Shah, da Rystad Energy.
Além dos EUA, o Reino Unido também avançou com sanções à Rosneft e Lukoil na semana passada, ao passo que a União Europeia aprovou um 19.º pacote de sanções contra a Rússia, que inclui a proibição das importações de gás natural liquefeito russo. O bloco também adicionou duas refinarias chinesas à sua lista de sanções contra a Rússia.
Encontro entre Trump e Xi leva Ásia a máximos com ajuda das tecnológicas
Os principais índices asiáticos registaram ganhos na última sessão da semana, impulsionados pela confirmação de que o encontro entre Donald Trump e Xi Jinping irá mesmo acontecer na próxima semana na Coreia do Sul. Os investidores parecem confiantes de que uma reunião entre os líderes das duas maiores economias mundiais poderá levar a um entendimento comercial entre as duas potências. Pela Europa, os futuros apontam para uma abertura no verde, com o Eurostoxx 50 a avançar cerca de 0,20% a esta hora.
Pelo Japão, o Nikkei subiu 1,43% e fechou em máximos, com o Topix a valorizar 0,52% e a registar igualmente um novo recorde de fecho. Também o sul-coreano Kospi registou um novo máximo de fecho, depois de pular 2,56%. Na China, a situação foi idêntica, com os principais índices a atingirem novos recordes de fecho de sessão. O Hang Seng de Hong Kong valorizou 0,62% e o Shanghai Composite ganhou 0,63%.
O índice regional MSCI Ásia-Pacífico subiu cerca de 0,4%, retomando a forte recuperação deste ano, que já elevou o índice a níveis recorde. As tecnológicas estiveram entre os principais catalisadores dos ganhos de hoje, destacando-se a fabricante de “chips” sul-coreana SK Hynix, que fechou a sessão a valorizar mais de 6%. Também pela China as cotadas ligadas à área dos semicondutores lideraram os ganhos, devido à renovada aposta do país em atingir a autossuficiência tecnológica - de acordo com o novo plano económico quinquenal da China.
A subida dos principais índices da região foi apoiada por um anúncio da Casa Branca de que o Presidente Trump se reunirá com o seu homólogo chinês Xi Jinping, após o recente agravamento das tensões comerciais. Os dois líderes conversarão na próxima quinta-feira, dia 30 de outubro, à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico, na Coreia do Sul. Esta será a primeira reunião cara a cara entre os dois líderes desde que Trump voltou ao poder.
“A confirmação de um encontro entre Xi e Trump deu aos mercados um motivo claro para uma recuperação de alívio hoje”, disse à Bloomberg Hebe Chen, da Vantage Markets. E acrescenta: “Não por causa das esperanças de relações mais cordiais entre os EUA e a China no futuro, mas pela percepção de que qualquer progresso é melhor do que um impasse, e que um novo acordo antes do prazo da trégua parece agora mais viável”.
Por agora, os investidores viram atenções para um relatório sobre a inflação nos EUA, que foi adiado e será divulgado nesta sexta-feira, à medida que prossegue o “shutdown” do Governo Federal norte-americano.
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