Portugal vai ter o primeiro centro europeu para testar robôs em parques eólicos “offshore”
A costa de Viana do Castelo, onde vai começar a operar o primeiro parque eólico "offshore" flutuante ao largo da Europa continental, com a maior turbina do mundo assente numa plataforma flutuante, o WindFloat Atlantic, foi escolhida para acolher o primeiro centro europeu de teste de robôs marítimos em ambiente real.
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"O Atlantis Test Center vai possibilitar a validação de soluções robóticas nas condições climatéricas mais extremas do Oceano Atlântico, em especial nos trabalhos de inspeção e manutenção das infraestruturas eólicas ‘offshore’", explica o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (Inesc Tec), em comunicado.
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Em causa está o desenvolvimento do projeto europeu "Atlantis - The Atlantic Testing Platform for Maritime Robotics: New Frontiers for Inspection and Maintenance of Offshore Energy Infrastructures", que é liderado pelo Inesc Tesc e conta com participação da EDP, assim como com o apoio de diversos parceiros tecnológicos e académicos.
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Com a duração prevista de três anos, o projeto está firmado com um investimento de 8,5 milhões de euros, sendo financiado pelo H2020 - Programa Quadro para a Investigação e Inovação.
"O Atlantis Test Center permitirá quantificar o valor acrescentado de nova tecnologia robótica e acelerar a sua integração no setor da energia eólica marítima. O projeto assenta numa verdadeira simbiose entre as indústrias da energia e da robótica marinha. Este centro de inovação será instalado em Viana do Castelo e terá uma importância estratégica para o roteiro científico da robótica em toda a Europa", afirma Andry Maykol Pinto, coordenador do projeto e investigador no Inesc Tec.
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Para Andry Maykol Pinto, o Atlantis Test Center constituirá, também, "uma excelente oportunidade para as pequenas e médias empresas (PME) que desenvolvam tecnologias capazes de reforçar a sustentabilidade do setor eólico marítimo, pois terão a possibilidade de avaliarem experimentalmente os seus produtos, e adequarem a sua oferta às necessidades e expectativas de um mercado emergente".
O novo centro, que utilizará o parque WindFloat Atlantic para validar e demonstrar aplicações robóticas, está focalizado na inspeção, manutenção e reparação de infraestruturas eólicas "offshore", onde "diversos robôs autónomos (subaquáticos, de superfície e aéreos) serão desenvolvidos e testados em diversos cenários industriais, como, por exemplo, na inspeção de cabos de amarração, monitorização de estruturas subaquáticas ou na limpeza de turbinas", refere o Inesc Tec.
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De resto, conclui, "a utilização de soluções robóticas neste setor pretende mitigar riscos e diminuir os custos de operação e manutenção dos parques eólicos ‘offshore’, nomeadamente em águas profundas, contribuindo também para a redução do custo normalizado de energia (Levelized Cost of Energy)".
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João Maciel, diretor de I&D da EDP, que considera que o WindFloat Atlantic "é um passo de gigante na criação de novos mercados para as energias renováveis e em particular, para o setor eólico", explica que "o projeto Atlantis é estratégico para a empresa porque aposta num dos vetores centrais que contribuirá decisivamente para aumentar a competitividade do eólico ‘offshore’ flutuante: a operação e manutenção inovadoras, criando novas opções viáveis para a descarbonização do sistema energético e da sociedade".
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