REN diz que novo financiamento chinês só pode ter leitura "positiva"

A REN já obteve compromissos de empréstimos chineses de 1,16 mil milhões de euros, o que equivale a 47% da sua dívida líquida. Mesmo assim, o administrador financeiro da REN, Gonçalo Morais Soares, assegura que "a questão da dependência não se põe ainda".
gonçalo morais soares REN
Miguel Prado 14 de Novembro de 2013 às 12:04

O administrador financeiro da REN, Gonçalo Morais Soares, considera que o aumento do volume de financiamento captado pela empresa junto de bancos chineses "só se pode ver de forma positiva", não se colocando um cenário de excessiva dependência da REN face a um só mercado financiador.

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Esta semana a REN captou um empréstimo de 160 milhões de euros do banco ICBC, que se veio somar a outros 800 milhões de euros já acordados com o China Development Bank. Considerando que esta última instituição tem um compromisso para financiar mais 200 milhões de euros à REN, a empresa portuguesa soma já uma exposição de 1,16 mil milhões de euros a financiamento da China, embora nem toda essa verba tenha já sido contratada pela REN. 

 

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Ainda assim, esta exposição a financiamento chinês equivale já a 47% da dívida líquida da gestora de infra-estruturas energéticas, que no final de Setembro ascendia a 2.468 milhões de euros. 

 

Mas Gonçalo Morais Soares considera, segundo afirmou à margem do congresso da APDC, em Lisboa, que "a questão da dependência [de dívida oriunda da China] não se põe ainda". Segundo o administrador da REN, a empresa continua a ter abertas outras possibilidades para se financiar, como as emissões de obrigações. 

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O CFO da REN reitera a avaliação positiva do financiamento agora contratado com o ICBC. "O facto de ser uma coisa que não estava prevista [no acordo da privatização], mostra que o principal accionista da REN tem ido até além do que estava previsto", declarou Gonçalo Morais Soares. Na privatização da REN, em que comprou 25% do grupo, a State Grid of China comprometeu-se a obter financiamentos de mil milhões de euros para a REN através do China Development Bank. O empréstimo do ICBC não fazia parte do pacote de compromissos da privatização. 

 

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Gonçalo Morais Soares indicou que a REN continuará a explorar oportunidades de diversificação das fontes de financiamento, admitindo que a Europa e os Estados Unidos da América serão mercados a acompanhar pela REN. 

 

Evitando fazer projecções sobre a continuidade de juros atractivos nos mercados de dívida das empresas portuguesas, o administrador da REN admitiu, todavia, que as agências de "rating" estão a ter um contributo positivo. "Os comentários que as agências de "rating" têm vindo a fazer sobre Portugal têm sido positivos", assinalou o gestor. 

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