Fitch: Poder para comprar casa em Portugal deve piorar nos próximos dois anos

A agência de notação financeira Fitch antecipa que o poder para comprar casa em Portugal vai agravar-se apenas moderadamente nos próximos dois anos, de acordo com um relatório divulgado esta terça-feira.
Lusa 15 de Janeiro de 2019 às 16:36

"Prevemos que o poder para comprar casa ['housing affordability'] seja desafiante para os compradores em Lisboa e no Porto, onde os preços das casas estão a crescer rapidamente", indica Juan David Garcia, diretor sénior da Fitch Ratings, num relatório divulgado esta terça-feira sobre o mercado imobiliário.

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'Housing affordability' consiste num indicador que mede a capacidade da população para comprar uma casa.

 

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"Estimamos que a capacidade para comprar casa em termos nacionais se agrave moderadamente nos próximos dois anos", refere o especialista, acrescentando que, nas grandes cidades, a capacidade de deter uma casa vai enfraquecer em maior medida, pelo facto de os salários estarem a crescer a um ritmo menor do que os preços das casas.

 

A Fitch indica que também a contribuir para este cenário nas grandes cidades estão os compradores estrangeiros com muito capital disponível e a oferta limitada de casas novas.

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A agência de notação financeira recorda que os preços das casas em Lisboa e no Porto aumentaram 20%-22% no segundo trimestre de 2018, face ao mesmo período do ano anterior, mais do dobro do crescimento de preços das casas a nível nacional (9%) no mesmo período.

 

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No mesmo relatório, a Fitch antecipa que o rácio de crédito vencido sobre o total de empréstimos para compra de casa nos bancos estabilize em cerca de 5%, face ao pico de 7% em 2014.

 

"A Fitch espera que o saldo dos empréstimos para compra de casa estabilize em 2018 antes de crescer nos próximos dois a três anos, revertendo a contração de sete anos desde 2011", lê-se no relatório.

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Já para a Europa no seu conjunto, a Fitch antecipa que o aumento dos preços das casas abrande na maioria dos países, à medida que a capacidade para comprar casa diminui e o crescimento económico abranda.

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