Pequim pede a bancos para reforçarem apoio a construtora em apuros

Pequim pediu também aos credores privados que considerem uma extensão do repagamento de dívida da imobiliária estatal China Vanke
Reuters
Diogo Mendo Fernandes 11 de Março de 2024 às 11:43

O Governo chinês está a pedir aos bancos para reforçarem o apoio financeiro à imobiliária estatal China Vanke e aos credores privados para aceitarem uma extensão do repagamento da dívida, numa rara intervenção por parte dos reguladores chineses para apoiarem uma empresa em dificuldades de liquidez.

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A notícia está a ser avançada pela Reuters, que cita fontes conhecedoras do assunto, e indica que é a cúpula do Governo, o Conselho de Estado, está a coordenar estes esforços. Os reguladores foram também instados a realizar progressos rápidos.

O apoio pelo Estado chinês a empresas individuais não é recorrente, tendo apenas acontecido com a Country Garden. A maioria foi apoiada a nível local ou não teve intervenção. Um destes exemplos é a gigante Evergrande, que viu um tribunal de Hong Kong ordenar a sua liquidação, depois de não ter conseguido chegar a acordo com os credores para reestruturar a dívida emitida além-fronteiras.

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No entanto, ao contrário destas duas empresas, a China Vanke é detida em 33,4% pela Shenzhen Metro, uma companhia detida pelo regulador de ativos do Estado da região. É também uma das poucas construtoras chinesas que tem um "rating" de investimento de qualidade, atribuído por parte das principais agências de notação, e qualquer problema no pagamento de dívida poderia reduzir a confiança do mercado, explicaram analistas à Reuters.

"O Governo central quer mostrar que está ativamente a resgatar o mercado. Está a relaxar nas medidas para que os bancos possam também fazê-lo", disse Alvin Cheung, diretor da Prudential Brokerage, à agência canadiana.

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O analista acrescentou que as autoridades não conseguiram estabilizar o mercado após a falência da Evergrande e se a Vanke - a segunda maior construtora do país - entrar em incumprimento não sobrará liquidez nem confiança no mercado.

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