Bosch despede mais 13 mil trabalhadores, mas Portugal "não será afetado"

Plano de redução de pessoal será executado nos próximos cinco anos. Impacto será sentido sobretudo na Alemanha.
Bosch vai despedir 13 mil pessoas nas áreas de componentes automóveis
Matthias Balk / picture-alliance / dpa / AP Images
Rui da Rocha Ferreira e Rui Neves 14:30

A gigante alemã Bosch vai cortar 13 mil postos de trabalho nas áreas de componentes automóveis, uma redução que representa cerca de 3% da força de trabalho global da empresa. Ao Negócios, fonte oficial da Bosch Portugal adianta que a operação portuguesa "não será" afetada. "À data não há qualquer previsão nesse sentido", acrescentou.

A redução de pessoal será feita de forma faseada, num plano até 2030, e vai impactar acima de tudo as unidades de produção da empresa na Alemanha. Uma maior concorrência no mercado de componentes automóveis e um abrandamento na venda de carros estão a pressionar a divisão de mobilidade da empresa alemã, assim como outros fatores.

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"Os desenvolvimentos geopolíticos e as barreiras comerciais como as tarifas estão a criar incertezas significativas com as quais todas as empresas têm de lidar", disse Markus Heyn, do conselho de administração da Bosch e responsável pela divisão automóvel, a propósito dos despedimentos previstos. "Esperamos que a concorrência se intensifique ainda mais, por isso o nosso objetivo é aproveitar oportunidades de crescimento sempre que possível", acrescentou, citado pela agência de notícias financeiras Bloomberg.

Os cortes serão feitos acima de tudo nas diferentes unidades de produção que a empresa tem na Alemanha: em Feuerbach, onde são produzidos componentes de diesel, vão ser cortados 3.500 postos de trabalho; em Schwieberdingen vão ser eliminados 1.750 empregos; em Waiblingen a Bosch vai fechar uma fábrica de conetores e despedir 560 pessoas; já em Bühl serão 1.550 os despedimentos nos próximos anos, e em Homburg, numa fábrica dedicada a componentes para camiões, serão 1.250 pessoas.

A empresa adianta que já informou os trabalhadores e respetivos representantes sobre os planos de despedimento e vai procurar apoiar os funcionários afetados. "A Alemanha continua a ser central para a Bosch. Mas temos de nos tornar mais eficientes para mantermos a nossa competitividade global", comentou Stefan Grosch, diretor de recursos humanos da gigante alemã. 

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A pressão das tarifas comerciais tem-se feito sentir junto dos diferentes fabricantes automóveis, que têm procurado reduzir os custos juntos dos fornecedores, um cenário que afeta diretamente a Bosch. A também cada vez maior concorrência de fabricantes automóveis chinesas, sobretudo na área dos veículos elétricos, traz uma pressão acrescida ao mercado – e segundo os dados mais recentes, os

(Notícia atualizada às 15:06 horas com mais informação e às 16:11 horas com informação da Bosch Portugal)

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