Governo põe Ramalho escolhido por Isabel dos Santos à frente da Efacec

Nacionalizada a participação da empresária angolana, o Estado português decidiu nomear o CEO escolhido por Isabel dos Santos como presidente do conselho de administração da Efacec.
Angelo Ramalho_EFACEC
Pedro Trindade
Rui Neves 06 de Outubro de 2020 às 18:30

Grande surpresa: Ângelo Ramalho, o homem que Isabel dos Santos escolheu para CEO da Efacec, não só se mantém no cargo como é promovido a presidente do conselho de administração da empresa nacionalizada há cerca de três meses.

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Ramalho assume, assim, os cargos de CEO e chairman da Efacec, sendo que nesta última cadeira estava anteriormente sentado Mário Leite da Silva, o gestor dos negócios de Isabel dos Santos em Portugal.

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Jaime Andrez, presidente da Parpública, assim como Carlos Ribeiro, que também pertence aos órgãos sociais da gestora de participações públicas, são dois dos novos nomes escolhidos pelo Estado português para a administração da Efacec, que foi eleita em assembleia geral da empresa realizada na passada sexta-feira, 2 de outubro.

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"A comissão executiva é também presidida por Ângelo Ramalho e é composta pelos vogais executivos designados para o conselho de administração", refere a Efacec, em comunicado.

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Na administração mantém-se como executivos Manuel Ferreira, Fernando Vaz, Nuno Silva  e Michael Silva, e entram como não executivos Maria Gabriela Chouzal, Rui Diniz e Manuel Carvalho Gonçalves.

 

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Foi a 2 de julho que, com as negociações para a venda da posição de Isabel dos Santos na Efacec a passo de caracol, o Governo decidiu nacionalizar a sua participação de 71,73% para evitar o colapso da Efacec. Uma nacionalização temporária, prometendo "a sua imediata reprivatização, a executar no mais curto prazo possível".

 

Em rutura de tesouraria iminente, estando já a falhar pagamentos a fornecedores e com a liquidação do subsídio de férias dos trabalhadores à porta, a Efacec estava desde a nacionalização parcial a aguardar a injeção do prometido empréstimo de 50 milhões de euros que lhe iria permitir regressar à normalidade.

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O dinheiro, que entrou na empresa a 17 de agosto, foi emprestado pelos cinco bancos credores da empresa (CGD, BCP, Novo Banco, BPI e Banco Montepio), com a garantia do Estado, tendo os respetivos contratos de financiamento sido assinados a 14 de agosto.

 

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Entretanto, a Winterfell, empresa de Isabel dos Santos que detinha a participação da Efacec que foi adquirida pelo Estado, impugnou a nacionalização desta empresa, argumentando que não foi ouvida antes desta decisão do Governo, ao contrário dos restantes acionistas.

(Notícia atualizada às 18:48)

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