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Espanhola Ercros cobiçada pela Bondalti passa de lucros a prejuízos de 12 milhões até março

Prejuízos do primeiro trimestre de 2025 superam os de 2024, ano em que entrou no "vermelho". Empresa atribui resultados à fraca procura pela indústria química europeia, antecipando uma recuperação paulatina só em 2026, e a maiores custos com energia, num contexto em que a guerra de tarifas também não ajuda.

D.R.
14 de Maio de 2025 às 18:40

A Ercros, química espanhola que está a ser disputada pela portuguesa Bondalti e pela italiana Esseco, fechou o primeiro trimestre com prejuízos de 12,16 milhões de euros, que comparam com lucros de 3,05 milhões em igual período do ano passado.

As perdas registadas no primeiro trimestre superam, aliás, as de todo o ano passado, quando entrou no "vermelho" com prejuízos de 11,6 milhões de euros contra lucros de 27,6 milhões em 2023.

Em comunicado, enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários de Espanha (CNVM), a empresa indica que as receitas caíram 2,3% para 184,45 milhões de euros, com as vendas de produtos a contribuirem com 172,75 milhões de euros, ou seja, menos 2,2% do que nos primeiros três meses de 2024. Em volume, a quebra foi de 8,1% para 223 mil toneladas. O EBITDA [resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações] foi de 9 milhões de euros entre janeiro e março, refletindo uma diminuição de 99,9%.

"Estes resultados são consequência de uma persistente debilidade da procura, de maiores custos de energia e de uma forte concorrência internacional", justifica a empresa, com sede em Barcelona.

"A atual guerra de tarifas, iniciada pelos Estados Unidos, não ajuda a melhorar a atividade da economia europeia, como evidenciado pelo ajustamento em baixa da taxa de crescimento projetada para 2025 recentemente pelo Fundo Monetário Internacional. E, por seu lado, os elevados preços da energia continuam a comprometer a competitividade da Europa face aos Estados Unidos e à Ásia", complementa.

E o cenário - admite - só deve melhorar no próximo ano: "O consenso generalizado das publicações especializadas prevê uma recuperação paulatina da procura pela indústria química europeia a partir de 2026, se bem que dependente de uma razoável resilução da atual crise das tarifas".

Apesar de assinalar que mantém uma "sólida situação financiera", com 91,67 milhões de euros de liquidez, a Ercros comunica um agravamento da dívida financeira líquida, dando conta de que passou de 133,58 milhões de euros no início do ano para 151,65 milhões de euros a 31 de março.

"Dado os maus resultados do primeiro trimestre de 2025, a sociedade considera muito provável o incumprimento das cláusulas contratuais acordadas nos seus contratos de financiamento, a 30 de junho, data em que serão avaliados", diz a empresa, ressalvando, porém, estar "confiante" de que irá conseguir obter as isenções obrigatórias por parte das instituições financeiras, como sucedeu em ocasiões anteriores.

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