A Apple está oficialmente na corrida para ganhar espaço no "streaming". A gigante da maçã assinou um acordo de 700 milhões de dólares (599,4 milhões de euros à taxa de câmbio atual) para assegurar os direitos de transmissão exclusivo da Fórmula 1 nos Estados Unidos da América. 

O anúncio foi feito pelas duas partes, enquanto o valor está a ser avançado pelo Financial Times. "A Apple e a Fórmula 1 anunciam hoje uma parceria de cinco anos que levará todas as corridas de F1 exclusivamente para a Apple TV nos EUA a partir do próximo ano", lê-se no comunicado conjunto. 

Esta parceria chega depois da Apple TV ter produzido "F1: O Filme", protagonizado por Brad Pitt, que assegurou uma receita mundial de bilheteira superior a 629 milhões de dólares. "A Apple TV vai oferecer a cobertura completa da Fórmula 1, com todos os treinos, classificações, sessões de 'sprint' e Grande Prémios disponíveis para assinantes da Apple TV. Corridas selecionadas e todos os treinos também estarão disponíveis gratuitamente na Apple TV ao longo da temporada", descreve a empresa liderada por Tim Cook, naquele que é um dos últimos feitos da plataforma de "streaming".

O contrato de cinco anos por 700 milhões significa que o negócio está avaliado em 140 milhões de dólares anuais, de acordo com o Financial Times, quase duplicando o valor pago pela atual transmissora, a ESPN, na ordem dos 85 milhões de dólares por ano. Desta forma, a ESPN, detida pela Disney, deixa de ter os direitos de transmissão da corrida automóvel mais famosa do mundo. 

A parceria "vai garantir que possamos continuar a maximizar o nosso potencial de crescimento nos EUA com o conteúdo certo e canais de distribuição inovadores", diz Stefano Domenicali, presidente e CEO da Fórmula 1, relembrando que as duas organizações não são "estranhas, por termos passado os últimos três anos a trabalhar juntos para criar o filme, que provou ser um grande sucesso de bilheteira mundial". "Temos uma visão partilhada para levar este desporto incrível aos nossos fãs nos EUA e atrair novos fãs por meio de transmissões ao vivo, conteúdo envolvente e uma abordagem durante todo o ano para mantê-los viciados", continua o presidente do desporto automóvel.

Já Eddy Cue, vice-presidente dos serviços da Apple, admite "entusiasmo por expandir a nossa relação com a Fórmula 1 e oferecer acesso privilegiado aos assinantes da Apple TV nos EUA a um dos desportos mais emocionantes e de mais rápido crescimento do planeta". "[O ano de] 2026 marca uma nova era transformadora para a Fórmula 1, com novas equipas, novos regulamentos e carros com os melhores pilotos do mundo, e estamos ansiosos por oferecer uma cobertura 'premium' e inovadora", destaca.

De recordar que as plataformas de "streaming" têm apostado no segmento desportivo para expandir a sua base de subscritores. A Disney+ está atualmente a transmitir a Liga dos Campeões feminina, enquanto a Netflix está na corrida para garantir a transmissão da Liga dos Campeões masculina a partir de 2027, tendo forte concorrência de outras plataformas, num momento em que os clubes querem encaixar um prémio de cinco mil milhões de euros.