Google despede funcionário que questionou igualdade de género na empresa

James Damore defendeu, num documento interno, que há razões biológicas por detrás das preferências e competências de homens e mulheres. A tecnológica considerou que o empregado pisou a linha e despediu-o.
Reuters
Negócios 08 de Agosto de 2017 às 11:10

O autor de um documento interno que questiona a igualdade entre homens e mulheres na indústria tecnológica, atribuindo a razões biológicas a diferença de género existente no sector, foi despedido pela Google.

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O funcionário, James Damore, confirmou à Reuters a saída e disse que a demissão foi justificada pela empresa por "perpetuar estereótipos de género."

O documento com três mil palavras, da autoria de Damore, considerava que "a distribuição de preferências e competências de homens e mulheres difere em parte devido a razões biológicas... essas diferenças podem explicar porque é que não há igual representação de mulheres na tecnologia e na liderança." 

"O comportamento tendencioso de esquerda da Google criou uma monocultura do politicamente correcto," concluía o funcionário agora afastado, que tem um doutoramento em biologia de sistemas pela universidade de Harvard.

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A agência cita uma nota do CEO da Google, Sundar Pichai, que na segunda-feira defendeu junto dos colaboradores que o documento preparado por Damore "viola o nosso código de conduta e pisa a linha ao contribuir para estereótipos de género nocivos no nosso local de trabalho." 

O funcionário diz estar a estudar todas as possibilidades para recorrer da decisão e diz ter sido despedido depois de ter denunciado a empresa, junto das autoridades laborais norte-americanas, por alegadamente tentar silenciá-lo.

A Reuters recupera casos recentes no sector tecnológico - como alegações de assédio sexual na Uber - como exemplos de episódios críticos do tratamento dado às mulheres numa indústria dominada por homens.

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Embora muitas empresas se tenham comprometido a quotas em posições ligadas à engenharia e gestão, a igualdade de género continua por aplicar no sector, estando a Google a ser investigada por pagar menos às funcionárias mulheres que aos homens, uma acusação que é negada pela tecnológica.

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