CEO da Amazon deixa aviso: IA vai eliminar postos de trabalho na empresa
Andrew Jassy antecipa que a inteligência artificial torne alguns dos cargos na tecnológica obsolutos, apontando para uma diminuição da força laboral da Amazon.
A inteligência artificial (IA) continua a desenvolver-se a um ritmo alucinante e, continuando assim, Andrew Jassy não tem dúvidas: a tecnologia vai revolucionar o mercado laboral. Numa missiva enviada esta terça-feira aos seus trabalhadores, o CEO da Amazon admitiu que a IA vai permitir autonomizar alguns postos de trabalho no futuro a curto-prazo, apontanto para uma redução da força laboral da tecnológica.
"À medida que vamos implementando mais ferramentas de IA generativa, temos de mudar a forma como o nosso trabalho é feito", começou por explicar Jassy, citado pelo jornal britânico The Guardian. "Vamos precisar de menos pessoas em alguns postos e mais pessoas a fazer outro tipo de trabalhos", acrescentou. O CEO foi ainda mais longe e admitiu: "Nos próximos anos, antecipamos que isto vai reduzir a nossa força laboral".
No final do ano passado, a Amazon empregava 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo. A grande maioria trabalha nos armazéns da empresa a processar encomendas e concentra-se nos EUA, onde a tecnológica é a segunda maior empregadora - apenas atrás da retalhista Walmart. Cerca de 350 mil colaboradores da empresa dedicam-se a trabalhos de escritório, aliados a funções de marketing e engenharia.
Na mesma missiva, o CEO da Amazon revela que o grupo vai expandir o uso da IA a "todos os cantos da empresa" e antecipa que a tecnologia vai começar a realizar algumas tarefas rotineiras. "Vários destes agentes ainda não foram construídos, mas não se enganem. Eles estão a chegar - e depressa", escreveu Jassy, aconselhando os trabalhadores a abraçar a tecnologia.
O diretor-executivo da Amazon não é o primeiro a deixar estes avisos aos seus trabalhadores. No fim de semana, o CEO da empresa de telecomunicações britânica BT já tinha afirmado que o desenvolvimento da IA poderia levar a "cortes profundos" na força laboral da companhia. Estes avisos aparecem um mês depois de o diretor-executivo da Anthropic ter antecipado que a tecnologia iria levar a uma revolução no mercado de trabalho, eliminando metade dos postos de trabalho de base.
No primeiro trimestre de 2025, a Amazon obteve lucros de 17,13 mil milhões de dólares, um aumento de 64% quando comparado com o mesmo período do ano passado. Por sua vez, as receitas da empresa atingiram os 155,67 mil milhões de dólares, um aumento de 8,6% face ao período homólogo, superando a estimativa média dos analistas (155,16 mil milhões).
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