China ou EUA? Fundador da Nvidia suaviza discurso sobre vencedor da corrida da IA
Uma entrevista ao Financial Times gerou o pânico na Nvidia e Huang teve de emitir um desmentido. Afinal, quem vai liderar a corrida à soberania da IA: China ou EUA?
O fundador da Nvidia revelou a sua posição em relação ao vencedora da corrida da inteligência artificial (IA), mas retirou-a no espaço de poucas horas. O Financial Times publicou uma entrevista a Jensen Huang, onde este afirma que “a China vai ganhar a corrida da IA”, alertando que os Estados Unidos precisam de acelerar.
O líder tecnológico, cuja empresa tem estado nas bocas do mundo e em quase todos os negócios, avisou que a China tem capacidade para ultrapassar os EUA, uma vez que tem custos energéticos mais baixos e regulações mais flexíveis.
Contudo, bastou um par de horas para que Huang emitisse um comunicado a desmentir o título do Financial Times. “Como tenho vindo a dizer, a China está a nanossegundos atrás dos EUA em IA. É vital que os EUA ganhem, assumindo a liderança e conquistando programadores de todo o mundo”, escreveu nas redes sociais.
O título da publicação vai contra os argumentos que Jensen Huang tem vindo a utilizar desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, começou a guerra tarifária. O CEO da Nvidia tem vindo a defender que os EUA se vão conseguir manter à frente, enquanto os programadores e desenvolvedores de tecnologias continuem a depender dos “chips” de IA da Nvidia, sendo este o mesmo argumento para pressionar a Administração Trump contra as restrições à exportação de vendas para a China.
Depois do vaivém de negociações em torno das tarifas, o governo chinês suspendeu a compra de “chips” à Nvidia, excluindo totalmente a empresa do mercado, isto depois dos EUA retomarem as exportações. Foi após esta retoma que Pequim exigiu que as tecnológicas suspendessem as compras dos processadores H20 até que fosse realizada uma revisão de segurança nacional.
Em outubro, o fundador da Nvidia apontou em direção à soberania americana. “Queremos que o mundo seja construído com base em tecnologia americana. Sem dúvida. Mas também precisamos de estar na China para conquistar os seus programadores. Uma política que faça dos EUA perderem metade dos desenvolvedores de IA do mundo não é benéfico a longo prazo, e pode prejudicar-nos ainda mais”, disse em Washington durante uma conferência.
Mesmo com o travão proveniente da China, a Nvidia conseguiu atingir uma capitalização de mercado superior a cinco biliões de dólares, sendo que está atualmente com um valor de mercado de 4,63 biliões, tendo vindo a perder algum valor em bolsa nas últimas semanas.
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