Vendeu a Unbabel e em poucos meses criou a Spinnable, provando que não há espaço para parar quando o mundo da tecnologia continua em andamento. Vasco Pedro assegura que o país está a aproveitar para navegar na onda da inteligência artificial. 

"Portugal está a superar as expectativas em talento e recrutamento", considerou Vasco Pedro durante um painel da Web Summit em que foi abordado o futuro da IA, ao lado de Daniela Braga e Douwe Kiela da Contextual AI.

Vasco Pedro aproveitou para elogiar o trabalho desenvolvido pelas empresas portuguesas que estão a desenvolver a própria rede, dando o exemplo da Sword Health, que anunciou recentemente um investimento de 250 milhões de euros no Porto para criar um healthcluster para a saúde.

"Qualquer empresa que seja criada como empresa de IA em Portugal ambiciona um mercado maior do que o do país, mas do ponto de vista de talento e energia, estamos bem posicionados", explicou. 

Contudo, o fundador da Unbabel e da Spinnable opta por não esquecer que o país está limitado pelo seu tamanho, especialmente quando comparado com outros. "Portugal é um país pequeno. Está a acontecer muita coisa boa e estamos com um ambiente vibrante, com empresas a chegar e outras a serem criadas. Mas Lisboa é Lisboa, não é São Francisco ou Londres, não podemos comparar", atirou o empreendedor, analisando todo o ecossistema que se tem devolvido em torno da tecnologia. 

"Ainda estamos no início desta trajetória", adiantando que Portugal tem espaço para continuar a crescer. 

A visão foi partilhada pela CEO da Defined.ai, Daniela Braga, que admitiu que 70% da sua equipa a nível mundial - uma vez que criou a empresa nos EUA - está sediada em Lisboa. "Nem todos são portugueses, o que mostra a habilidade de atração de intelecto e talento internacional para Lisboa. De muitas formas, Lisbao é melhor do que São Francisco, arrisco-me a dizer", dando como exemplo a rede de transportes. 

Vasco Pedro aproveitou para exemplificar a atratividade de Portugal com o investimento que a Microsoft vai fazer no território nacional, que gerou dúvidas com a sua colega de painel sobre se eram milhões ou mil milhões. "A Microsoft anunciou que vai investir 10 mil milhões de dólares no 'data center'. Só isso mostra que há muita energia a ser despejada para desenvolver a infraestrutura de IA em Portugal e isso vai dar resultado", adiantou o fundador. 

Daniela Braga defendeu que é com este tipo de infraestrutura que Portugal se vai destacar, até porque foi anunciado que integra o consórcio liderado pelo Banco Português do Fomento que quer trazer uma das gigafábricas da União Europeia para Portugal. "Temos a candidatura à gigafábrica e o consórcio nacional quer construir infraestrutura de IA", disse.