De chimpanzés a abutres e um hospital. As entregas mais improváveis da DHL em 2024

Na África do Sul, 163 abutres-do-cabo e abutres-de-dorso-branco-africanos estavam fechados num centro de reabilitação perto de Pretória. Estas aves, "criticamente ameaçadas", foram em janeiro deste ano levadas ao longo de mais de mil quilómetros e 18 horas de viagem até à reserva de vida selvagem de Shamwari, no Cabo Oriental do mesmo país.

O transporte daquele que foi o maior projeto de recolocação de abutres alguma vez realizado ficou nas mãos da norte-americana DHL. Foram precisos dois camiões de 34 toneladas e cinco veículos de apoio para transportar os animais em segurança. 

E este não foi a única entrega atípica da empresa de logística e distribuição com sede em Bonn, na Alemanha. 

O ano seguiu com o transporte de um hospital. Sim, um hospital. No segundo mês do ano, a DHL atravessou 9.500 quilómetros de mar e terra para levar a primeira "clínica do coração" móvel do mundo até El Salvador. A pequena clínica chega a zonas do mundo que não têm instalações especializadas para operar crianças com problemas cardíacos e ficou operacional 15 dias depois da chegada.

Passados dois meses e de volta aos 11 contentores que o transportaram, o equipamento médico "em missão" seguiu viagem para o Burundi, na África Oriental.

Agosto foi o mês de mais duas grandes entregas para a DHL - e a lista volta ao mundo animal. A empresa transportou o chimpanzé Chocolat do Quénia até à sua nova casa no Reino Unido: o Monkey World Ape Rescue Centre, em Dorset.

Em comunicado, a distribuidora conta que Chocolat "foi salva ainda bebé, em 2001, depois de ter sobrevivido ao comércio ilegal de carne de animais selvagens no Congo, onde caçadores furtivos mataram a mãe. Sofreu ferimentos provocados por balas de caçadeira, que a deixaram com uma mão e uma pata paralisadas. Durante mais de duas décadas, foi tratada no Quénia, mas precisava de um lar permanente, que lhe pudesse prestar os melhores cuidados possíveis".

Na viagem de alta pioridade até Dorset, teve direito a fruta e batata doce e a uma equipa de especialistas. "Hoje vive com outros seis chimpanzés, que se tornaram na família que lhe faltava desde o tempo na natureza".

A segunda encomenda do mês percorreu, a bordo de 22 camiões da DHL, 320 quilómetros da exposição "Bond in Motion", em Praga, até "007 Action", em Viena. Foram mais de 130 peças do imagináro de James Bond, entre eles um dos mais famosos carros da história do cinema: o Aston Martin DB5. Na mesma viagem seguiu um dragster com mais de oito metros de comprimento, "utilizado numa emocionante perseguição no gelo em 'Die Another Day' e o helicóptero que James Bond destruiu em 'Spectre'", relembra a DHL. 

Setembro teve direito à última entrega improvável do ano para a DHL e a empresa confessa que exigiu "um esforço logístico complexo". A operação de envio foi feita de forma "meticulosa", com um equilíbro da temperatura em os 17 e os 21 graus e os objetos levados em caixas que absorvessem possíveis choques. Tratou-se da entrega de quase 60 instrumentos da Orquestra Filarmónica de Londres para dar início a uma digressão do outro lado do mundo, no Japão.

Depois de quase 10.000 quilómetros percorridos via terra e mar, a digressão começou em Hamamatsu a tempo e horas, seguiu para Nagoya, Osaka e terminou em Tóquio.