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Esquerda apela ao Governo para travar “arrogância” e "comportamento abutre" da Altice

O secretário de Estado do Emprego garante que o Governo está a “a acompanhar” a situação dos trabalhadores da PT. O Bloco considera que "estamos a assistir ao maior processo de assédio moral em escala que Portugal já assistiu".

Altice media capital combes paulo neves
Altice media capital combes paulo neves Miguel Baltazar
19 de Julho de 2017 às 18:11

O PCP e o Bloco de Esquerda apelaram ao Governo para travar "o comportamento abutre" da Altice, depois de os sindicatos que representam os trabalhadores da PT terem denunciado alegadas pressões e ilegalidade na transferência de alguns funcionários da Meo.

O tema foi debatido em plenário esta quarta-feira a pedido do PCP, que relembrou que antes da Altice ter fechado a compra da PT o partido tinha alertado que o negócio "colocava em risco o futuro da própria empresa", disse Jerónimo de Sousa.

"A PT está a ser conduzida à destruição", referiu, acrescentando que "o Estado perdeu o comando estratégico da PT e significativas receitas fiscais", quando decidiu privatizar a empresa.

Aliás, o PCP anunciou que depois das férias de verão vai avançar com um projecto de resolução para o regresso da PT ao controlo público.

"A Altice tem de ser travada. O Governo pode e deve opor-se a tal desfecho" da saída de trabalhadores da empresa, sublinhou Jerónimo de Sousa.

Um apelo partilhado pelo Bloco de Esquerda: "O Governo pode e deve intervir para travar este comportamento abutre da Altice", apontou José Soeiro.

"Estamos a assistir ao maior processo de assédio moral em escala que Portugal já assistiu", acrescentou o deputado do Bloco. O PEV também partilha as mesmas preocupações, alertando que "é necessário travar a arrogância da Altice que não está acima das leis", disse o deputado José Luís Ferreira.

Em resposta a estas intervenções, Pedro Coimbra, do PS, garantiu que o partido "acompanha naturalmente as preocupações com a situação dos trabalhadores da PT".

"A República tem leis que queremos ver cumpridas e em que confiamos. Tal como confiamos nos reguladores, que têm um papel importante, e que ainda não se pronunciaram", referiu.

Já o PSD aproveitou para sublinhar que "é tempo de tomar decisões". E criticou "a forma agressiva como António Costa tem atacado a Altice. Será porque a PT/Altice, agora que se prepara para comprar a dona da TVI, se torna incómoda para o seu Governo de meias-verdades?", questionou Adão Silva, dirigindo-se à bancada do PS.

Durante a sua intervenção, e reagindo às intervenções dos restantes partidos, Guilherme D’Oliveira Martins, secretário de Estado das Infra-estruturas relembrou que "a intervenção do Estado numa empresa privada restringe-se ao cumprimento das leis".

Quanto à compra da Media Capital pela Altice, comentou apenas que é preciso "esperar pelos pareceres das entidades reguladoras".

Já o secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, respondeu que "face às denúncias públicas dos trabalhadores [da PT] está em curso uma inspecção da ACT – Autoridade para as Condições do Trabalho". "Este não é um processo fechado. É um processo que estamos a acompanhar", concluiu.

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