Entre os pavilhões três e quatro da FIL, a Meo instalou uma sala onde controla (quase) todas as comunicações que acontecem na Web Summit. Neste espaço, que apelidam de "sala de comando" ou "war room", estão 30 pessoas, mas a equipa ascende a um total de "170 técnicos especializados para entregar uma rede robusta e segura", mas também para atacar caso se observe alguma ameaça.

Além do segmento de telecomunicações, a empresa liderada por Ana Figueiredo assegura a segurança informática, mostrando a expansão que está a fazer para ser uma empresa transversal ao digital. Em todos os espaços do evento - Meo Arena e FIL -, a empresa do grupo Altice reforçou as infraestruturas com fibra ótica, sendo que 100 colaboradores estão concentrados na implementação e reforço da rede, os 30 na sala de comando e há ainda equipas em remoto e no local preparadas para alguma necessidade. 

Antes disso, foram precisos dois meses para as equipas acrescentarem pontos de acesso, cumprindo o "planeamento rigoroso" que tinha sido definido previamente, de forma a assegurar que todo o evento acontece de forma linear. No total, são mais de 920 pontos de acesso e mais de 1.700 antenas ativas, tendo existido a necessidade de reforçar esta rede. 

A operadora instalou ainda três quilómetros de fibra ótica, além dos 44 quilómetros de cabos de rede, aos quais se acrescentam os seis acessos de fibra ótica, cada um com 10 Gbps. Ora, os responsáveis explicam que são estes equipamentos que permitem que 130 mil equipamentos se liguem à rede "wireless" em simultâneo, recordando que o evento vai receber mais de 71 mil participantes ao longo desta edição, sendo que a norma é trazer mais do que um equipamento digital entre "smartphone" e computador. No momento em que o Negócios visitou esta sala, em que os 30 técnicos encaravam os cinco ecrãs com dados em constante rotação, cerca de 13 mil pessoas estavam conectadas à rede Wi-Fi. 

Contudo, as telecomunicações não são a única vertente. A cibersegurança também mostra ter um papel crucial na atividade da Meo durante o evento, até por se tratar de uma feira tecnológica a nível internacional. De acordo com a informação dos responsáveis, a equipa desenvolveu um algoritmo que permite analisar e detetar sinais de alerta no local e nas redes sociais, a partir de palavras-chave, sendo que a inteligência artificial dá uma ajuda na deteção, permitindo agilizar respostas em cenário de emergência. Só numa manhã, mais de sete milhões de ameaças tinham sido travadas, a maioria proveniente dos Estados Unidos da América. 

Rede cinco vezes mais rápida

Em conjunto com a Altice Labs, a Meo voltou a reforçar a conectividade ao ligar o 50G-PON, que visa apoiar as comunicações 5.0. De acordo com Cláudio Rodrigues, Head of Optical Devices and Components da Altice Labs, e responsável por este projeto, "as redes estão a evoluir com a necessidade" e este é um exemplo disso, em que cada vez há mais pedidos para acelerar a evolução e reduzir a latência. 

A tecnologia do 50G-PON está a ser desenvolvida pela Altice Labs desde 2020, sendo que a Web Summit foi o evento em que o braço de inovação da Meo decidiu ligá-la pela primeira vez e testar em ambiente real. 

Esta implementação aconteceu então entre Picoas e o Parque das Nações, em Lisboa, reforçando a infraestrutura de transmissão da rede móvel 5G, numa altura em que existe muita afluência aos dados. Ainda que não seja o principal, esta é uma solução que multiplica por cinco a atual capacidade de 10 Gbps, permitindo uma maior estabilidade e capacidade no transporte dos dados, nomeadamente para aplicações de Internet of Things, "smart cities" ou realidade aumentada. 

Esta solução deverá começar a ser operacionalizada no próximo ano para o segmento empresarial, por existir a necessidade de troca de dados, o que não acontece no mercado residencial. Para já, a empresa não tem planos de lançar esta capacidade para as famílias.