Estado injecta 1,6 milhões na Transtejo

O Estado injectou 1,6 milhões de euros na Transtejo. O dinheiro foi colocado através de dois aumentos de capital que a transportadora fluvial da capital realizou em 2014, indica um comunicado enviado ao regulador do mercado de capitais.

 

Uma das operações foi concretizada através da injecção de 895 mil euros, segundo a emissão de 895 mil novas acções a 25 de Fevereiro de 2014. Todas foram subscritas pelo Estado português. O segundo aumento de capital decorreu a 6 de Agosto, desta vez com a emissão de quase 714 mil novos títulos, também eles todos subscritos pelo Estado português, que resultou numa injecção de 714 mil euros.

 

Ao todo, o Estado português colocou 1,6 milhões de euros em 2014 na transportadora presidida por João Pintassilgo.

 

"Na presente data, já se acha realizada na totalidade a entrada subscrita pelo accionista único Estado Português", aponta o comunicado emitido pela empresa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Em 2013, a empresa apresentou um prejuízo de 19,9 milhões de euros, que prejudicou os capitais próprios, já negativos, da Transtejo (-171,8 milhões de euros).

 

O Negócios já contactou o Ministério das Finanças e o Ministério da Economia. Na tarde desta sexta-feira, o gabinete de imprensa de Maria Luís Albuquerque esclareceu que o "aumento de capital estava previsto como parte da operação de reestruturação financeira que tem sido levada a cabo nas empresas reclassificadas no perímetro orçamental e que se traduz na conversão gradual em capital da dívida ao Estado de médio e longo prazo".

 

A empresa defende que "na proposta de Orçamento de 2014 da Transtejo, estavam previstas dotações de capital para efetuar cobertura de rubricas orçamentais de pagamento do serviço da dívida e de investimento". Como esse despesa aparece, foi "deliberado pelo acionista, os aumentos de capital que se encontram realizados e registados".

 

A Transtejo, que se encontra com uma administração conjunta com a Soflusa mas em que o processo de fusão ainda não está concluído, assegura as ligações fluviais entre a margem norte e sul da bacia do Tejo. Foi fundada em 1975 e será alvo de uma concessão no arranque de 2015, de acordo com as pretensões do Ministério da Economia.

 

(Notícia actualizada às 15h40 com posição do Grupo Transtejo; actualizada às 17h55 com posição do Ministério das Finanças)