Ferrovia é prioridade de Lisboa e Porto para 2030

O ministro das Infraestruturas apelou aos autarcas para deixem de reivindicar investimento na rodovia, para a qual não há apoios comunitários. No debate sobre o PNI 2030, Lisboa reclamou mais comboios, enquanto o Porto a aposta na expansão do metro.
Bruno Colaço
Maria João Babo 23 de Abril de 2019 às 11:29

Os primeiros secretários das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto apontaram esta terça-feira, na audição pública sobre o Programa Nacional de Investimentos (PNI) 2030, a ferrovia como principal prioridade.

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No caso de Lisboa, Carlos Humberto Carvalho, primeiro secretário de área metropolitana da capital, salientou a necessidade de modernização das linhas de Sintra e Cascais, mas destacou como prioridade que haja mais comboios, o que disse não constar no plano de investimentos.

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Também o transporte fluvial foi destacado pelo responsável, que reclamou a necessidade de renovar a frota da Transtejo e Soflusa, e apontou, na área da rodovia, "o transporte em sítio próprio como prioridade das prioridades".

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Também Mário Rui Soares, primeiro secretário da área metropolitana do Porto, salientou que as propostas da região para o próximo ciclo de investimentos passam pela ferrovia ligeira e pesada. No primeiro caso salientou a expansão da rede do metro, lembrando que há linhas que estão hoje saturadas e que é necessário fazer conexões. Na ferrovia pesada deu entre os exemplos de investimentos necessários a requalificação da linha de Leixões e a sua ligação ao aeroporto Sá Carneiro. 

 

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O responsável destacou ainda a aposta no metrobus e o investimento no ciclo urbano da água.

 

O Programa Nacional de Investimentos 2030, que vai determinar as grandes prioridades para a próxima década, prevê um pacote financeiro no total de 21.950 milhões de euros para um conjunto de 72 programas e projetos. 

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"Ferrovia tem tudo para o consenso"

 

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Na abertura do debate, o ministro das Infraestruturas e da Habitação apelou aos autarcas para que "deixem de pensar nas estradas" e pensem na ferrovia.

 

Pedro Nuno Santos salientou que o desinvestimento que o país fez na ferrovia "foi um erro comum a vários governos", frisando que "o investimento na ferrovia faz parte do futuro" e "tem tudo para o consenso nacional". E acrescentou que "temos de percorrer um longo caminho para recuperar o atraso".

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"Invariavelmente as reivindicações que os autarcas colocam são estradas. Ou conseguimos mudar o paradigma ou insistimos no erro", afirmou o ministro, lembrando que "nao temos fundos europeus para mais estradas", e admitindo apenas a necessidade de pequenas ligações para fechar malhas rodoviárias.

 

"Façamos do investimento na ferrovia uma parte fundamental do PNI", afirmou Pedro Nuno Santos, apelando a compromissos e consensos na definição das prioridades para a próxima escada. "A diabolização do investimento público está a custar-nos caro", afirmou, dando como exemplo as décadas de discussão sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa.

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