Governo dos Açores admite adiamento da privatização da Azores Airlines
O presidente do Governo dos Açores congratulou-se esta terça-feira pela entrega de uma proposta para a compra da Azores Airlines, mas admitiu o adiamento da privatização da companhia, que não deverá acontecer até ao final do ano.
"É preciso voltar a conversar com a União Europeia porque, naturalmente, tudo isso vai provocar prorrogação de prazos e naturalmente haverá adiamento. Faz parte da natureza da resposta do mercado", afirmou José Manuel Bolieiro.
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O líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) falava aos jornalistas na Assembleia Regional, na Horta, após ter sido conhecido que os empresários Carlos Tavares, Tiago Raiano, Paulo Pereira e Nuno Pereira entregaram uma proposta conjunta para aquisição de 85% da Azores Airlines.
Bolieiro lembrou que o Plano de Reestruturação da SATA previa a conclusão da privatização da companhia aérea até ao final de 2025, mas salientou que o "mercado responde nos termos a que responde".
"Continuo com vontade que tudo corra bem. De resto, não posso deixar de ser realista se não reconhecer que haverá com certeza adiamentos", acrescentou.
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O líder do executivo regional afastou a possibilidade de fecho da companhia aérea caso a proposta tenha "validade para ser aceite", quando questionado se o encerramento ainda era um cenário.
"Há que reconhecer e valorizar o trabalho feito pelos próprios proponentes que fizeram um trabalho prévio. Não estão a fazer uma proposta sem conhecimento da realidade. Fizeram o diálogo, que também me pareceu muito positivo", reforçou.
Bolieiro mostrou-se satisfeito com a entrega da proposta para a privatização da transportadora aérea e disse que vai aguardar com "total serenidade" pela avaliação independente do júri.
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"Valeu a pena este esforço que até aqui foi feito, designadamente no diálogo transparente com os trabalhadores, na defesa dos seus direitos e na compreensão da sustentabilidade futura da empresa. Não posso adiantar mais nada do que este grau de satisfação".
Segundo um comunicado, "na sequência dos acordos alcançados com os representantes dos pilotos e do pessoal de cabine, Carlos Tavares, Tiago Raiano, Paulo Pereira e Nuno Pereira entregaram uma proposta conjunta para a aquisição de 85% da Azores Airlines", do grupo SATA.
A partir deste momento, os quatro empresários proponentes passam a ser representados por uma estrutura única, designada Atlantic Connect Group.
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Fonte ligada ao processo explicou à agência Lusa que os empresários Tiago Raiano (grupo de turismo Newtour) e Nuno Pereira (MS Aviation) - consórcio Newtour e MS Aviation - apresentaram inicialmente a proposta para aquisição da companhia aérea açoriana e, no início deste ano, juntaram-se aos empresários Carlos Tavares (antigo CEO da Stellantis) e Paulo Pereira (proprietário da Quinta da Pacheca), criando a nova entidade Atlantic Connect Group para os representar e existir "uma voz única".
A privatização da Azores Airlines foi negociada com o consórcio Newtour/MS Aviation, tendo o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) admitido a possibilidade de uma negociação particular ou o encerramento da companhia, caso não fosse possível alcançar um acordo.
Em junho de 2022, a Comissão Europeia aprovou uma ajuda estatal portuguesa para apoio à reestruturação da companhia aérea de 453,25 milhões de euros em empréstimos e garantias estatais, prevendo medidas como uma reorganização da estrutura e o desinvestimento de uma participação de controlo (51%).
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