TAP reforça em Casablanca e Marraquexe (act.)

Mais horários e novos aviões. A companhia portuguesa apresenta mais ligações a Marrocos, numa altura em que outras opções são contestadas em Portugal. A decisão da ANAC não bloqueia este anúncio.
Wilson Ledo 22 de Fevereiro de 2016 às 11:13

A TAP vai reforçar a sua operação para Marrocos. A companhia aérea duplicará a sua ligação a Casablanca, para dois voos diários. Em Marraquexe a oferta passa de quatro para sete voos por semana. Deste modo, a oferta para o país africano aumenta em 80%.

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A expectativa é de que o novo esquema esteja totalmente operacional em Julho, depois do mês do Ramadão. Os novos horários apresentados estão também "dirigidos para o segmento de negócios", permitindo ida e volta no mesmo dia entre Lisboa e Casablanca, explicou Joaquim Miranda, responsável da TAP para o mercado marroquino.

Um dos objectivos da transportadora é alimentar a restante rede da companhia, em particular Estados Unidos da América, Brasil e capitais europeias. Mesmo com a concorrência de companhias como a Royal Air Maroc, que voa directamente para Lisboa. "Com o produto que temos não estamos a fazer concorrência a essas companhias. Mas podemos fazer", posicionou André Serpa Soares, porta-voz da TAP.

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Para divulgar esta aposta, a TAP vai apostar uma campanha promocional, "com voos a menos de 200 euros" ida e volta entre Lisboa e os destinos marroquinos, explicou André Serpa Soares.

O reforço das ligações ao país africano - que conta com o apoio do Turismo de Marrocos - faz-se também sentir com novas aeronaves. A rota de Casablanca, por exemplo, contará com oito novos aviões ATR72, substituindo os actuais ATR46. A maioria das ligações será operada pela TAP Express, a nova marca que vem substituir a Portugália.

Para Casablanca, quatro aviões são novos de fábrica e outros quatro vêm da Azul, companhia aérea de David Neeleman, o novo accionista da TAP em conjunto com Humberto Pedroso. O consórcio Atlantic Gateway detém agora 45% da companhia aérea, depois de uma renegociação com o Governo de António Costa. Antes, Neeleman e Pedrosa tinham 61% da TAP.

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A aposta em Marrocos surge no âmbito de uma estratégia mais alargada de apostar em destinos próximos de Portugal. Espanha (com nova ligação a Vigo), França, Marrocos e Estados Unidos da América são os principais focos da TAP nesta fase.

A notícia chega depois da contestação gerada pelo Porto, na figura do autarca Rui Moreira, sobre a decisão da TAP em suprimir quatro voos entre a cidade Invicta e quatro cidades europeias (Roma, Milão, Barcelona e Bruxelas).

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Na passada sexta-feira, 19 de Fevereiro, a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) impediu a TAP e a Portugália (PGA) de tomarem decisões de gestão extraordinária ou que tenham um impacto significativo no património, actividade e operação das empresas sem o acordo prévio do regulador durante três meses.

Como já escreveu o Negócios, a decisão da ANAC não tem efeitos retroactivos e, por isso mesmo, não trava as alterações de rotas já anunciadas. O presidente da TAP, Fernando Pinto, foi entretanto chamado a uma reunião de urgência no regulador.

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Questionado sobre o impacto da decisão da ANAC sobre este anúncio de reforço em Marrocos, André Serpa Soares descarta o cenário de mudança de planos. "Não tenho indicação que haja alteração dos planos", informou em conferência de imprensa.

Segundo Abdellatif Achaci, responsável do Turismo de Marrocos para o mercado português, o país recebeu 63 mil turistas lusos no ano passado. O objectivo para 2016 é crescer na ordem dos 10%. 

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Casablanca: passam a existir dois voos diários entre Lisboa e Casablanca. A oferta de lugares passa de 22 para 47 mil lugares.

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Marraquexe: a operaçao passa de quatro para sete voos semanais. A oferta passa de 18 mil para 25 mil lugares.

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*o jornalista em Casablanca, a convite da TAP e Turismo de Marrocos

(Notícia actualizada às 11:19 e às 18:10, com mais declarações de Joaqum Miranda) 

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Joaquim Miranda - Responsavel da TAP para Marrocos

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"Marrocos escapou" à instabilidade

O país do Norte de África "escapou" à instabilidade vizinha.

Qual era a vossa operação anterior para Marrocos?

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Um voo diário para Casablanca, três a quatro voos por semana para Marraquexe e dois a três semanais para Tânger.

 

E porque decidem aumentar?

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Pensámos aumentar e, simultaneamente, vir a melhorar o produto: colocar melhores aviões, numa faixa horária que permita ligações além de Lisboa. Esta conjugação leva-nos a prever ter mais perspectiva de negócio em Marrocos.

 

Em Marrocos fala-se na quebra da procura com a Primavera Árabe. Marrocos escapou?

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Marrocos escapou.

 

E não teve impacto na TAP?

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Reconheço que a instabilidade que se deu em três ou quatro países da região leva as pessoas a optarem por Marrocos em detrimento dos outros.

 

Este reforço em Marrocos é a pensar sobretudo no público que não o português.

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Sim. A nossa quota no mercado marroquino é de 10%. Pensamos poder subir.

 

Qual é a actual taxa de ocupação dos aviões?

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Anda pelos 60%.

 

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