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Voo com atraso? Bruxelas aprova indemnização para demoras superiores a quatro horas

A UE votou a favor de uma medida que aumenta o tempo de espera para quatro horas por atraso nos voos. Portugal e Espanha votaram contra e decisão ainda tem de ser votada no Parlamento Europeu.

Conselho da UE aprovou uma alteração às compensações por atrasos nos voos.
Conselho da UE aprovou uma alteração às compensações por atrasos nos voos. Mariline Alves
06 de Junho de 2025 às 18:05

O Conselho da União Europeia (UE) aprovou alterações que permite que as companhias aéreas só indemnizem os passageiros se os voos tiverem atrasos superiores a quatro horas. A alteração ainda tem de passar no crivo do Parlamento Europeu, mas já está a gerar conternação. 

Atualmente, as companhias aéreas têm de indemnizar os seus passageiros caso o atraso no voo seja de três horas. A alteração passa pelos voos de curta distância, cujo atraso tem de ser de pelo menos quatro horas, e pelos voos de longo curso, num atraso de seis horas. 

Também o valor monetário das compensações pagas aos consumidores deve sofrer alterações. 

As regras atuais ditam uma indemnização de 250 euros para voos de curta distância, 400 euros para média distância e 600 euros para longo curso. Ora, a ideia de Bruxelas é aumentar a compensação até aos 300 euros nos voos curtos, mas reduzir em 100 euros a indemnização na longa distância, passando para 500 euros. 

Esta foi uma revisão ao regulamento que trata os direitos dos passageiros e a responsabilidade das companhias aéreas no caso de "recusa de embarque, cancelamento ou atraso considerável dos voos". O objetivo dos ministros dos Transportes da UE é estabelecer regras mais simples e claras, além de pretenderem promover um "melhor equilíbrio entre o elevado nível de proteção dos passageiros e a preservação da conectividade e de condições equitativas para o setor da aviação no mercado interno da UE".

Sabe-se que foram quatro os países que votaram contra a proposta da presidência polaca. Portugal, Espanha, Alemanha e Eslovénia votaram contra, enquanto a Áustria e a Estónia se abstiveram.

As associações dos setores já vieram mostrar descontentamento com a medida aprovada. A Organização Europeia de Consumidores sustenta que o plano agora aprovado priva a maioria dos passageiros de compensações a que têm direito.

A AirHelp, que atua na defesa dos consumidores considera que se trata da "regressão mais significativa na história da proteção dos consumidores da UE", alertando que "ao aumentar o limite dos atrasos e reduzir os montantes das indemnizações, a UE está a minar as proteções de longa data". 

Por sua vez, a Airlines for Europe mostrou-se contra os planos dos ministros, considerando que o tempo de espera deveria ser ainda maior para que os consumidores fossem indemnizados.

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