A semana em oito gráficos: Bolsas europeias registam maior queda semanal desde Fevereiro
A praça lisboeta e os restantes mercados accionistas europeus registaram a maior queda semanal desde Fevereiro, num acumulado de cinco sessões com fortes depreciações. A maioria dos índices caiu mais de 4% no saldo da semana, tendo o nacional PSI-20 perdido mais de 3%.
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O mais recente movimento de venda (sell-off) de acções foi técnico e também motivado pela derrocada nas bolsas norte-americanas, explicou à Bloomberg um estratega da Multi Asset Funds, John Roe.
Segundo este analista, numa opinião partilhada por muitos outros, não há um catalisador evidente para estas quedas, se bem que a subida das taxas de juro nos EUA seja um factor de pressão.
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"É difícil de avaliar se a reacção em baixa [à subida dos juros pela Reserva Federal] dos mercados norte-americanos já terminou. Serão as bolsas dos EUA, não da Europa ou da Ásia, que definirão a tendência para o que possa estar para vir", acrescentou Roe.
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Além das taxas de juro, outro factor que castigou as bolsas foi a incerteza em relação ao Orçamento de Itália para 2019 e a reacção da Comissão Europeia, bem como a revisão em baixa das estimativas de crescimento mundial por parte do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O Fundo dirigido por Christine Lagarde publicou na terça-feira, 9 de Outubro, o seu "outlook" económico mundial, onde considera que a economia global já não vai acelerar nos próximos anos, avisando também que os riscos negativos para o crescimento aumentaram.
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Em relação à evolução de Portugal em 2019, o FMI vê uma economia a crescer mais devagar e ligeiramente mais desequilibrada. Assim, manteve a previsão de abrandamento para a economia portuguesa no próximo ano, mas agravou ligeiramente o défice da balança corrente. Para 2018, as perspectivas do FMI vão ao encontro das do Governo de António Costa: o PIB deve crescer 2,3%.
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Nos restantes mercados, os principais activos negociaram muito ao sabor do seu estatuto de valor-refúgio nesta actual situação de incerteza, como é o caso do dólar, que beneficiou dos receios dos investidores e da sua maior aversão ao risco num contexto em que também a guerra comercial EUA-China continua a ser um factor de pressão para as bolsas.
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