Draghi corta previsões para a Zona Euro
O Banco Central Europeu (BCE) decidiu rever em baixa ligeira as previsões para o crescimento da Zona Euro este ano e no próximo. Uma alteração às estimativas que se deve, de acordo com o presidente do BCE, Mario Draghi, a uma "quebra na procura externa".
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"O BCE estima um crescimento económico da Zona Euro de 2% este ano, face aos 2,1% previstos em Junho", afirmou Mario Draghi durante a conferência de imprensa para explicar as decisões de política monetária. "Para 2019, prevemos que o crescimento vai fixar-se nos 1,8%, em comparação com a projecção anterior de 1,9%", referiu o presidente do BCE.
Quanto às estimativas para a inflação, estas mantiveram-se sem alterações este ano e nos próximos dois. "A inflação vai acelerar gradualmente no médio prazo", referiu ainda o banco central, salientando que "a incerteza em torno das estimativas para os preços está a diminuir".
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As declarações foram feitas depois de o BCE ter mantido os juros inalterados e confirmado que o programa de compra de dívida será reduzido para metade a partir de Outubro.
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Fontes próximas do banco central revelaram à Bloomberg, na quarta-feira, já tinham alertado que as previsões para o crescimento do bloco seriam revistas em baixa, algo que tem acontecido desde o início deste ano. Uma revisão que se deve, sobretudo, ao Reino Unido e à Turquia, embora a perspectiva para os EUA continue positiva, referem as fontes.
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Guerra comercial penaliza previsões
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A crise nos mercados emergentes e a guerra comercial entre os EUA e os outros países acabaram por penalizar as estimativas do BCE.
"Os riscos em torno da perspetiva para o crescimento da Zona Euro continuam equilibrados de forma geral. Ao mesmo tempo, os riscos relacionados com o aumento do proteccionismo, vulnerabilidades nos mercados emergentes e volatilidade nos mercados financeiros ganharam mais proeminência recentemente", afirmou Draghi durante a conferência de imprensa.
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As tensões entre Donald Trump e a Europa agravaram-se depois de o presidente norte-americano ter ameaçado "aplicar uma tarifa de 25% a todos os carros da União Europeia que venham para os EUA".
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O presidente da Comissão Europeia apressou-se a responder, dizendo que a Europa não vai permitir que determinem as suas políticas comerciais. Se Washington violar o acordo e impuser tarifas aos automóveis, "então faremos o mesmo", salientou Jean-Claude Juncker.
A China também não escapa às ameaças de Trump. O presidente da maior economia do mundo decidiu impor tarifas sobre o equivalente a mais 200 mil milhões de dólares em produtos chineses. E a China já disse que vai retaliar.
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(Notícia actualizada às 13:59 com mais informação)
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