Euribor deslizam mais uma vez para valores nunca antes registados
Com os declínios das Euribor, nenhum dos principais prazos (um, três, seis, nove e doze meses) está já acima de 1%, aquela que era a taxa de juro de referência da Zona Euro até ao início do mês.
A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal como indexante ao crédito imobiliário, cedeu 0,9 pontos base e foi fixada em 0,726%, um renovado mínimo histórico. É a 16ª sessão consecutiva de deslizes. A 29 de Junho, antes desse ciclo, a taxa estava em 0,930%, tendo já caído para um valor inferior ao do juro da Zona Euro.
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Da mesma forma, o indexante a três meses cai há 16 sessões, afastando-se dos 0,653% que marcava no final de Junho e tocando, hoje, em 0,442%, uma taxa inédita.
Em valores nunca antes registados estão também as restantes maturidades das Euribor. A um mês, a taxa caiu 0,3 pontos base para 0,173%.
Nos prazos mais longos, as quedas foram mais expressivas. A nove meses, a taxa perdeu 1,2 pontos base para 0,871%. Já a doze meses, o indexante ficou em 1%, ao recuar 1,1 pontos base. Em Dezembro, esta taxa estava acima de 2%.
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Foi nesse mês que o Banco Central Europeu (BCE) cortou a taxa de juro de referência para o então mínimo histórico de 1%. As Euribor começaram logo a cair, já que tendem a acompanhar o seu desempenho. Ao mesmo tempo, o BCE também decidiu lançar duas operações de cedências de liquidez aos bancos, o que retirou pressão sobre o mercado interbancário. O que fez as Euribor caírem durante vários meses.
A autoridade presidida por Mario Draghi decidiu, este mês, baixar a taxa de juro para um novo mínimo de 0,75%, devido à actual situação económica. O que manteve as taxas Euribor num comportamento negativo.
Como a fragilidade da Zona Euro permanece, não parece estar no horizonte uma margem para que o BCE suba, para já, a taxa de juro deste valor. Razão pela qual as Euribor ainda seguem a recuar.
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Numa altura de dificuldades sentidas na região, o deslize das Euribor tem feito com que os créditos à habitação a elas indexados recuem, aliviando as prestações desses empréstimos. Pelo contrário, os depósitos têm dado menores remunerações, devido ao desempenho das taxas.
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