Avanço nas negociações comerciais impulsiona Wall Street. S&P 500 a menos de 2% de recorde

As negociações entre os EUA e a China estenderam-se pelo segundo dia em Londres, com Lutnick a dizer que espera que terminem esta noite, apesar de admitir que poderão prolongar-se para quarta-feira, se for necessário.
Trump, Wall Street, NYSE
Andrew Kelly / Reuters
Leonor Mateus Ferreira 10 de Junho de 2025 às 21:22

As negociações comerciais entre os EUA e a China impulsionaram Wall Street depois de o secretário de Estado do Comércio, Howard Lutnick, ter indicado que as conversações estão a correr bem. As ações norte-americana atingiram brevemente os máximos da sessão após as declarações do responsável, tendo mais tarde desacelerado.

O "benchmark" S&P 500 subiu 0,57% para 6.039,83 pontos, ficando a menos de 2% do máximo histórico atingido em fevereiro. O industrial Dow Jones avançou 0,28% para 42.881,20 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq ganhou 0,64% para 19.717,33 pontos.

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Entre as cotadas mais valiosas, a Tesla disparou 5,7% face ao alívio do , bem como os avanços do "robô-táxi". A Alphabet somou 1,4% depois de a Reuters ter noticiado que a OpenAI planeia acrescentar o serviço de nuvem da Google para responder às suas crescentes necessidades de capacidade computacional.

As negociações entre os EUA e a China estenderam-se pelo segundo dia em Londres, com Lutnick a dizer que espera que terminem esta noite, apesar de admitir que poderão prolongar-se para quarta-feira, se for necessário.

Qualquer notícia materialmente positiva ou negativa sobre as negociações comerciais em Londres pode movimentar significativamente os mercados, antes de o foco se voltar para a crítica divulgação do índice de preços no consumidor (IPC) de maio”, afirmou Tom Essaye, "trader" do The Sevens Report, em declarações à Bloomberg.

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Em abril, a taxa de inflação geral subiu 0,2% em relação ao mês anterior, elevando a taxa anual para 2,3% em relação ao ano anterior, a mais baixa desde fevereiro de 2021. A inflação subjacente subiu 0,2% em relação ao mês anterior, mantendo a taxa anual em 2,8% em relação ao ano anterior, em linha com as previsões.

As estimativas dos analistas apontam para que tenha havido uma aceleração, em maio, para 2,5%, o que poderá dar força à Reserva Federal (Fed) para manter os juros inalterados. Atualmente o mercado atribui uma probabilidade de 85% de um corte de 25 pontos base na taxa da Fed em setembro, com um corte acumulado de 55 pontos base até ao final do ano.

Além das negociações em torno da guerra comercial e da antecipação dos dados da inflação, os investidores dos EUA estão também atentos ao mercado de dívida. O país realizou esta terça-feira uma emissão de 58 mil milhões de dólares em títulos a três anos, naquela que foi a primeira de uma série de três colocações que vai culminar com a venda de dívida a 30 anos na quinta-feira.

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"A combinação dos números da inflação de maio e a futura emissão de Treasuries proporcionará aos investidores eventos negociáveis e aumentará a compreensão coletiva do mercado sobre as primeiras consequências da guerra comercial, bem como a procura por dívida dos EUA no ambiente atual", disse Ian Lyngen, da BMO Capital Markets, à Bloomberg.

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