De máximo em máximo, Wall Street vai ganhando força. Gestores falam em bolha
O Dow Jones encerrou a somar 0,76% para os 31.383,76 pontos (máximos de fecho), depois de durante a sessão ter tocado nos 31.386,10 pontos, o valor mais alto de sempre.
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Já o Standard & Poor’s 500 avançou 0,74% para 3.915,59 pontos, um recorde de fecho, tendo na negociação intradiária atingido os 3.915,77 pontos – o que também constituiu um novo máximo histórico.
Também o tecnológico Nasdaq Composite estabeleceu um novo recorde durante o dia, nos 13.987,74 pontos, tendo fechado a ganhar 0,95% para 13.987,64 pontos (nunca antes encerrou num nível tão elevado).
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A contribuir para a subida dos mercados acionistas do outro lado do Atlântico estiveram as evoluções positivas no sentido de viabilizar a proposta de ajuda pandémica da Administração Biden, no valor de 1,9 biliões de dólares.
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Depois do Senado, também a Câmara dos Representantes aprovou na passada sexta-feira a resolução para se avançar no Congresso com o debate e votação do pacote de estímulos.
"Esperamos ter já algo para enviar ao Senado dentro de duas semanas", disse então a líder democrata da Câmara de Representantes dos EUA, Nancy Pelosi.
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Esta câmara baixa do Congresso deu luz verde à adoção do plano orçamental final, estabelecendo um prazo de aproximadamente duas semanas para delinear a proposta de lei que enquadrará o pacote de estímulos à economia.
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Com a aprovação da resolução, os democratas abriram assim caminho para desbloquearem uma manobra orçamental conhecida como conciliação que permitirá ao partido avançar com o pacote de novas ajudas sem depender dos votos dos republicanos.
Este processo – a medida de conciliação foi também usada para aprovar propostas de lei como o Obamacama e o pacote de redução de impostos de Trump – surge com uma agenda apertada, já que os democratas querem aprovar o projeto antes de 14 de março, que é quando algumas das ajudas extraordinárias ao desemprego expiram.
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"Na próxima segunda-feira [8 de fevereiro] já estaremos a trabalhar nas especificidades da proposta de lei e esperamos enviá-la em duas semanas ao Senado", declarou Pelosi na sexta-feira, após uma reunião na Casa Branca com a "speaker" da Câmara dos Representantes e outros democratas de topo para debater este pacote de ajuda pandémica com o presidente Joe Biden.
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Ontem, a nova secretária do Tesouro, Janet Yellen, veio reforçar esta expectativa de luz verde para breve, ao dizer que os EUA regressarão ao pleno emprego no próximo ano se o Congresso aprovar rapidamente o pacote de estímulos.
Amanhã os investidores estarão atentos, depois do fecho dos mercados, às contas do quarto trimestre do Twitter.
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Bolha?
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Esta retoma em forma de V nas bolsas norte-americanas leva a que haja gestores de fundos de cobertura de risco a considerarem que Wall Street está numa bolha, sendo pouco claro quando é que irá estoirar.
O S&P 500 está agora 75% acima do seu mínimo de março passado. E o Nasdaq, desde o seu mínimo no período da pandemia, já mais do que duplicou (e sobe perto de 47% desde há um ano). As ações da Tesla disparam 900% nesse período, e um exército de pequenos investidores concertados no Reddit conseguiram fazer escalar a GameStop – pelo menos durante alguns dias, sublinha a CNN News.
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Embora haja boas razões para o otimismo em relação à economia (com os novos estímulos em vista) e à pandemia (com os programas de vacinação), há quem receie que esta euforia nas bolsas esteja a ficar descontrolada, "se bem que seja impossível prever quando é que a bolha vai estoirar", refere a mesma publicação.
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"Acho que estamos numa bolha como a que vimos em 2000", comentou à CNN Business o CEO da Morgan Creek Capital Management, Mark Yusko. "Mas isso não significa que amanhã os mercados registem um crash", ressalvou o gestor do fundo de cobertura de risco.
No mês passado, também o célebre investidor Jeremy Grantham dizia que o "bull market" que teve início em 2009 "amadureceu e transformou-se numa bolha épica de pleno direito", marcada por "uma extrema sobrevalorização, aumentos explosivos das cotações, emissões desenfreadas e um comportamento histericamente especulativo por parte dos investidores".
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