Fuga ao risco leva bolsa nacional para mínimo de quatro anos

Os mercados accionistas voltaram a ser fustigados pelos receios com o Brexit. A Bolsa de Lisboa recuou perto de 1% e atingiu o nível mais baixo desde Julho de 2012, pressionada pelo BCP e EDP Renováveis.  
Fuga ao risco leva bolsa nacional para mínimo de quatro anos
Nuno Carregueiro e Rita Faria 16 de Junho de 2016 às 16:43

A bolsa nacional voltou a fechar a sessão no vermelho, em linha com as principais praças europeias, com os mercados accionistas a serem pressionados pelo movimento global de fuga ao risco.

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Numa sessão em que 13 das 18 cotadas do índice desvalorizaram, o PSI-20 fechou nos 4.424,25 pontos, sendo que ao longo da sessão atingiu um mínimo desde Julho de 2012 nos 4.400,37 pontos.

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Nas últimas sete sessões, o índice nacional valorizou apenas em uma – esta quarta-feira, e apenas 0,01%. No acumulado do ano a bolsa portuguesa está agora a desvalorizar 16,7%, uma das piores prestações na Europa em 2016.

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Na Europa, a tendência foi igualmente negativa, com os principais índices a negociarem todos no vermelho. Esta evolução acontece depois de a Reserva Federal dos Estados Unidos ter deixado os juros inalterados, tal como o Banco do Japão, que decidiu não aumentar os estímulos à economia. Os receios em torno do Brexit também estão a contribuir para as descidas dos índices bolsistas quando falta apenas uma semana para o referendo no Reino Unido e as sondagens a continuam a apontar para a vitória do "leave". Também o Banco de Inglaterra e o banco central da Suíça mantiveram os juros, num dia que fica marcado pelos alertas dos banqueiros sobre as consequências da saída do Reino Unido da União Europeia.

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O índice de referência para a Europa, o Stoxx600, desceu 0,82% para 320,98 pontos, pressionado sobretudo pela banca. A sexta sessão de quedas consecutivas corresponde ao período de desvalorizações mais longo desde Agosto do ano passado.

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No âmbito do movimento de fuga ao risco, os juros das obrigações alemãs a 10 anos atingiu um novo mínimo em valores negativos e a "yield" dos títulos portugueses com a mesma maturidade fixou um máximo desde Fevereiro. O petróleo em Nova Iorque negoceia abaixo dos 47 dólares e a libra cedeu mais de 1% para mínimos de três meses face ao dólar. Em sentido inverso o iene disparou 2% e o ouro acelerou para máximos de Agosto de 2014.

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BCP e EDP Renováveis pressionam

 

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Na bolsa nacional o BCP voltou a ser o que mais pressionou o PSI-20. O banco liderado por Nuno Amado afundou 6,28% para 0,0179 euros (1,79 cêntimos), tendo ao longo da sessão fixado um novo mínimo histórico nos 1,77 cêntimos. O BPI desceu 0,91% para 1,09 euros e o fundo do Montepio caiu 0,37% para 54,2 cêntimos.

 

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Com o petróleo em queda pela quinta sessão, o sector energético voltou a ser dos mais castigados na praça portuguesa. A Galp Energia desceu 0,43% 1,81% para 11,40 euros e a EDP Renováveis caiu 1,38% para 6,554 euros. A EDP conseguiu contrariar esta tendência, ao avançar 0,93% para 2,813 euros.

 

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A limitar as quedas no PSI-20 esteve também a Jerónimo Martins, que avançou 0,26% para 13,41 euros. Já a Sonae afundou 3,34% para 0,753 euros e atingiu o valor mais baixo desde Julho de 2013.

 

(notícia actualizada às 16:56 com mais informação)

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