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Ações da Novo Nordisk afundam 12% após estudo falhado para doença de Alzheimer

Títulos da farmacêutica dinamarquesa atingiram mínimos de julho de 2021.

Novo Nordisk
Novo Nordisk AP/Mads Claus Rasmussen
14:39

O ano não tem sido fácil para a Novo Nordisk, cujas ações já perderam 55% do valor desde o arranque de 2025. Esta segunda-feira volta a ser um dia negativo para a empresa, com as ações a perderem 6,96% para as 283,45 coroas dinamarquesas (37,95 euros ao câmbio atual), mas cuja queda intradiária já chegou a ser superior a 12%. O que está a motivar o tombo? Os resultados negativos de um estudo clínico sobre o impacto do composto semaglutida na doença de Alzheimer.

O momento era visto no mercado como um possível ponto de viragem naquele que tem sido um ano menos positivo da Novo Nordisk. A empresa conduziu um estudo clínico de fase avançada que envolveu quase quatro mil pacientes de 40 países. O objetivo era perceber se o composto semaglutida, que está na base dos populares medicamentos Ozempic (diabates) e Wegovy (perda de peso), conseguia abrandar a progressão da doença de Alzheimer.

Segundo o , os dados do estudo conduzido pela Novo Nordisk não mostram melhorias significativas relativas à evolução da doença nos pacientes participantes. Todos estes pacientes já tinham acumulação de proteína beta-amilóide no cérebro, um dos indicadores que apontam para o provável desenvolvimento da doença de Alzheimer.

"Baseado na necessidade não correspondida da doença de Alzheimer, assim como em vários dados, sentimos a responsabilidade de explorar o potencial da semaglutida, apesar de uma provável baixa taxa de sucesso", sublinhou Martin Holst Lange, diretor científico e vice-presidente de investigação da empresa dinamarquesa, citado pelo FT.

Como consequência dos resultados, a Novo Nordisk não vai avançar com a extensão planeada por mais um ano do estudo. Apesar de a própria empresa sempre ter reconhecido o risco do estudo clínico, por ser uma iniciativa de longo prazo com poucas probabilidades de sucesso, havia alguma expectativa de que este mesmo teste pudesse marcar o ponto de viragem da empresa, numa altura em que a farmacêutica, pioneira nos medicamentos contra a obesidade, está a perder terreno para fabricantes rivais, o que tem pesado nas contas da empresa.

Segundo analistas da Morgan Stanley, citados pela agência de notícias financeiras Bloomberg, um medicamento com alguma eficácia na doença de Alzheimer pode representar cinco mil milhões de dólares de receitas anuais para o seu criador. Mas esta doença, marcada pelo declínio cognitivo dos doentes, tem sido uma área difícil para o desenvolvimento de novos medicamentos.

Com a queda registada nesta segunda-feira, as ações da Novo Nordisk negoceiam em valores que já não eram atingidos desde julho de 2021. A empresa tem atualmente um valor de mercado de 1,22 biliões de coroas dinamarquesas, o equivalente a 163 mil milhões de euros ao câmbio atual.

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