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Wall Street cai com panorama económico sombrio. Facebook e Twitter afundam com fuga da Unilever

As bolsas norte-americanas fecharam em queda, com os investidores cada vez mais preocupados com as perspetivas económicas. A banca foi penalizada pela imposição de limites pela Fed, e o Facebook e Twitter afundaram com perda de publicidade da Unilever. Também o forte incremento nos casos de infeção por covid-19 continuou a pressionar.

Reuters
26 de Junho de 2020 às 21:40

O Dow Jones encerrou a cair 2,84% para 25.015,55 pontos, e o Standard & Poor’s 500 perdeu 2,42% para 3.009,05 pontos. Foi a pior queda diária para os dois índices desde 11 de junho.

Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite recuou 2,59% para se fixar nos 9.757,22 pontos.

A penalizar o Nasdaq estiveram sobretudo o Facebook, que mergulhou 8,32%, e o Twitter, que afundou 7,40%, fortemente penalizados pelo anúncio da Unilever de que até ao fim do ano suspenderá toda a publicidade nas redes sociais.

A Unilever justificou a decisão pelos receios em torno dos discursos de ódio e conteúdo polémico e fraturante nas redes sociais, tendo chamado a atenção para o Facebook, Instagram e Twitter, ao mesmo tempo que sublinhou a "atmosfera polarizada" que se sente nos EUA.

Com base na sua responsabilidade social, a empresa decidiu assim suspender a publicidade até ao final do ano, altura em que já terão decorrido as eleições presidenciais norte-americanas (em novembro).

"Continuar a colocar publicidade nestas plataformas, nesta altura, não traria valor acrescentado às pessoas nem à sociedade", sublinhou a Unilever em comunicado.

Limites na banca também pesam

Também a banca pressionou a negociação, enquanto os investidores digerem os resultados dos testes de stress realizados pela Reserva Federal, que levou a requerer que as instituições financeiras preservem o seu capital suspendendo as recompras de ações e limitando a distribuição de dividendos no terceiro trimestre à média do resultado líquido obtido nos últimos quatro trimestres.

O Citigroup perdeu 5,63%, o Goldman Sachs derrapou 8,69%, Bank of America caiu 6,3%, o Morgan Stanley perdeu 3,57% e o Wells Fargo afundou 7,38%.

Ontem este setor tinha sido sustentado pelo facto de os reguladores da banca dos EUA terem aligeirado duas regras que visam os grandes bancos com carteiras complexas de trading e investimento.

Covid-19 ensombra panorama económico

Por outro lado, o disparar de novos casos de covid-19 no país continuou a suscitar receios de novas medidas de confinamento.

No estado norte-americano do Texas, um dos mais afetados, o governador suspendeu ontem as novas fases de reabertura da atividade económica. Entretanto, os governadores da Carolina do Norte, Louisiana e Kansas já tomaram medidas similares – ao passo que em Nova Iorque, Nova Jérsea e Connecticut mantêm os esforços de reabertura mas impondo uma quarentena de 14 dias a quem venha dos estados mais a sul.

Ontem registou-se um aumento recorde de 37.000 infeções nos EUA, com os estados da Florida, Texas, Califórnia e Arizona a liderarem. O total de casos no país é já de 2,4 milhões.

No domínio económico, os gastos dos consumidores norte-americanos em maio aumentaram fortemente, mas esse incremento poderá não ser sustentável, dado que os rendimentos estão a cair e estima-se que diminuam ainda mais, uma vez que milhões de pessoas perdem os seus subsídios de desemprego a partir do próximo mês.

O Departamento norte-americano do Comércio anunciou que os gastos dos consumidores, que representam mais de dois terços da atividade económica dos EUA, dispararam 8,2% no mês passado, depois de terem afundado 12,6% em abril (a maior queda desde que o governo começou a rastrear este indicador, em 1959).

Os analistas inquiridos pela Reuters apontavam para um aumento médio de 9% em maio, pelo que o número, apesar de alto, foi inferior ao esperado.

(notícia atualizada às 21:52)

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