Dexia suspenso em bolsa devido negociações para venda da unidade do Luxemburgo
Regulador da Bélgica quer explicações sobre as negociações exclusivas para a alienação do Dexia Banque Internationale à Luxembourg.
Pelas 14h55 de Lisboa, deixou de ser possível trocar títulos da instituição. Nessa altura, os títulos do banco estavam a recuar 17% para 0,845 euros. Ontem as acções tinham subido mais de 1%, após as quedas de 22% e de 10% nos dois primeiros dias da semana.
A suspensão do Dexia na Euronext deveu-se a um pedido de regulador belga FSMA, que quer saber mais detalhes sobre a venda da unidade luxemburguesa do banco.
Na página de Internet, o Dexia indica que estão a decorrer negociações exclusivas com um grupo internacional de investidores com o objectivo de vender a sua unidade do Dexia, o Dexia Banque Internationale à Luxembourg (BIL).
O ministro das Finanças do Luxemburgo, Luc Frieden, confirmou essas conversações e admitiu que o estado vai assumir uma posição minoritária no Dexia.
"Dada o carácter sistémico do BIL no Luxemburgo, o Estado vai entrar como accionista minoritário no capital deste banco. Acreditamos, com muita força, no futuro do BIL. É um projecto orientado para o futuro, que vai dar novas perspectivas ao banco", indicou numa conferência de imprensa, citado pela Bloomberg.
Entretanto, o jornal económico belga "Tijd" avançou hoje que a unidade belga do Dexia, o Dexia Bank Belgium NV, deveria ser nacionalizada pelo Estado belga para posterior venda.
Isto depois de os responsáveis políticos da França e da Bélgica terem declarado que vão tomar todas as medidas para salvaguardar credores e clientes do Dexia.
O banco caminhou para o centro da crise da dívida, depois de a Moody’s ter colocado o seu "rating" sob revisão para possível corte no início da semana, mas os receios de dificuldades de financiamento têm já algumas semanas. A forte exposição à dívida grega está igualmente a prejudicar o desempenho do banco em bolsa.
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