As cotações do petróleo seguiam em terreno negativo, depois de quatro semanas consecutivas de ganhos terem elevado os preços acima de níveis justificados por uma retoma da procura.

Além disso, os rebeldes nigerianos ordenaram um cessar-fogo e o início de conversações com vista a acabar com o conflito que reduziu fortemente a produção do maior produtor africano de petróleo, o que está a contribuir para pressionar os preços.

O contrato de Dezembro do West Texas Intermediate (WTI), “benchmark” para os EUA, seguia a perder 0,56% em Nova Iorque, para 80,05 dólares por barril, depois de na quarta-feira da semana passada ter tocado nos 82 dólares, o valor mais alto desde 14 de Outubro de 2008.

Em Londres, o Brent do Mar do Norte, crude de referência para a Europa, cedia 0,41%, para 78,60 dólares por barril.

O crude tem estado a ser bastante sustentado pelo desempenho positivo dos mercados accionistas e pela queda do dólar face ao euro, já que a desvalorização da nota verde aumenta a atractividade das matérias-primas como investimento alternativo. No entanto, há quem considere que a subida do petróleo foi demasiada face aos fundamentais existentes e hoje o “ouro negro” está a corrigir, apesar de um máximo de 14 meses do euro face ao dólar.

O cessar-fogo na Nigéria, que entrou em vigor à meia-noite, depois de uma reunião no dia 19 de Outubro entre o presidente Umaru Yar’Adua e Henry Okah, líder do Movimento de Emancipação do Delta do Níger (MEND).

“A Nigéria será certamente um factor de pressão baixista para os preços do petróleo”, comentou à Bloomberg TV um analista da Fat Prophets, Nick Raffan.

O MEND, que surgiu em Janeiro de 2006 e orquestrou muitos ataques que são tidos como responsáveis pela redução da produção de petróleo da Nigéria em mais de 20% ao ano, decretaram um cessar-fogo de três meses.

No mês passado, a Nigéria produziu 1,81 milhões de barris de crude por dia, de acordo com as estimativas da Bloomberg.