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Os fundos 5 estrelas portugueses

Após vários meses de ganhos fáceis nos mercados accionistas, os investidores deparam-se com novas incertezas. A crise da dívida pública trouxe receios renovados aos mercados e o equilíbrio entre o risco e o retorno é mais importante do que nunca. O Negócios foi...

23 de Abril de 2010 às 09:30

Numa altura em que surgem novas incertezas nos mercados e a recuperação económica avança lentamente, é fundamental escolher os melhores produtos de investimento. A relação entre o risco e o retorno é essencial. Por isso, o Negócios mostra-lhe os fundos portugueses "cinco estrelas".

Após vários meses de ganhos fáceis nos mercados accionistas, os investidores deparam-se com novas incertezas. A crise da dívida pública trouxe receios renovados aos mercados e o equilíbrio entre o risco e o retorno é mais importante do que nunca. O Negócios foi procurar os fundos de investimento nacionais "cinco estrelas" e compará-los com os restantes fundos da sua categoria. No total, são 18 os fundos das gestoras portuguesas com a classificação máxima da Morningstar.

Entre os melhores dos melhores, o BPI destaca-se como a gestora com o maior número de fundos "cinco estrelas". Dos 18 fundos nacionais com o "rating" máximo da casa norte-americana, sete são geridos pelo BPI. O BPI High Income Bond R, o BPI Universal e o fundo de pensões BPI Acções lideram mesmo as valorizações a três anos nas respectivas categorias. Destes, o primeiro é o que obtém a maior rendibilidade. Em três anos, o BPI High Income Bond R regista uma rendibilidade de 5,8%, seguido pelo BPI Universal, com um retorno de 4,9%, os melhores desempenhos da classe de acções globalis de pequenas e médias capitalizações.

Além dos fundos do BPI, também o Caixagest Energias Renováveis, o Banif Luso Carbon e o BBVA Multiactivo Flexível oferecem os melhores retornos nos últimos três anos entre os fundos que compõem as suas categorias. Num sector que tem vindo a ganhar popularidade nos últimos anos, o fundo do Caixagest destaca-se e consegue contrariar o sentimento negativo que vigora nos fundos comercializados pela categoria em Portugal a três anos, ao avançar 0,7%. Nos últimos 12 meses, o Caixagest Energias Renováveis rende 7,2%. O produto de investimento da Caixa é mesmo o único com o "rating" máximo da Morningstar na categoria do sector de energias alternativas.

Os fundos PPR nacionais conseguem também bons desempenhos nas categorias de mistos agressivos euro, mistos moderados e mistos defensivo. A classe defensiva é a que conta com mais produtos de investimento geridos por entidades nacionais. Ao todo, são três os fundos "estrela" nacionais contemplados por esta categoria, com o produto de poupança para a reforma Alves Ribeiro a destacar-se. O AR PPR valoriza 5,5% em três anos, o segundo melhor retorno do seu grupo.

No sector imobiliário indirecto, os fundos das gestoras nacionais evidenciam-se com os melhores desempenhos. A crise do crédito, que teve origem no sector financeiro e no sector imobiliário americano, penalizou fortemente os títulos deste sector.

Nos últimos três anos, os 77 fundos da classe recuam, em média, mais de 14%. Uma tendência pelo BBVA Multiactivo Flexível, pelo Popular Predifundo e pelo Popular Imobiliário, que rendem entre 2,4% e 3,8%, as melhores "performances" do grupo onde estão inseridos.

Na longa lista de fundos comercializados em Portugal e classificados pela Morningstar, líder mundial na informação sobre fundos de investimento, os investidores portugueses podem encontrar 288 fundos com o "rating" máximo.

Os melhores fundos vistos à lupa

O melhor nas acções globais de pequena e média capitalização

Com 41,3% do património aplicado em acções e 40,5% em obrigações, é no sector financeiro que o fundo deposita a sua maior aposta.

O melhor nas acções globais de pequena e média capitalização

Os fundos do BPI destacam-se com os melhores desempenhos a três anos na categoria de acções globais de pequena e média capitalização. O BPI GIF - High Income Bond R lidera as valorizações, ao subir perto de 6% nos últimos três anos. Já a 12 meses, o fundo rende quase 24%. Na tabela da mesma classe segue-se o BPI Universal, com uma rentabilidade de 4,9% em três anos. O bom desempenho dos produtos do BPI contrasta com a desvalorização média na casa dos 4% registada pelos fundos da categoria no mesmo período.

O fundo investe a nível global, seguindo uma estratégia de diversificação do investimento sólida. De acordo com a estratégia de investimento do fundo, mais de dois terços dos activos serão investidos em fundos. Ainda assim, o produto não poderá aplicar mais de 50% do património em fundos de acções especializados em mercados emergentes. A maior posição do BPI High Income Bond actualmente diz respeito ao investimento no BGF Emerging Markets A2 USD, que recolhe 5,9% do capital total. Cerca de 38% do capital está investido na Zona Euro, enquanto a Ásia Emergente absorve 15,6%.

O "cinco estrelas" mais antigo do mercado nacional

O fundo BPI Reestruturações apresenta o terceiro melhor desempenho da categoria

nos últimos três anos.

A política de investimento do BPI Reestruturações pretende investir em acções que possam beneficiar com reestruturações operacionais e financeiras ou que oferecem potencial de valorização face às perspectivas de reestruturação do próprio sector económico, onde essas empresas realizam a sua actividade. Nos últimos 12 meses, esta estratégia rende uma valorização superior a 32%.

O "cinco estrelas" mais antigo do mercado nacional

O fundo BPI Reestruturações apresenta o terceiro melhor desempenho da categoria

nos últimos três anos.

No entanto, a três anos o saldo é negativo em cerca de 1%. Um desempenho que, ainda assim, apenas é superado pelos fundos do Crédit Suisse e do ING, que rendem 2,2% e 1,2%, respectivamente. Entre os restantes fundos que compõem a categoria de acções globais de grande crescimento, o desempenho médio é negativo em mais de 7%. Num momento em que a economia começa a dar sinais de consolidação da retoma, o fundo está a apostar no sector dos materiais e da energia, que juntos recolhem 45,6% do património sob gestão. A Zona Euro é a região que obtém a maior fatia do capital, com 66,4% do investimento. Já a América do Norte recebe mais de 27% do património. A Royal Gold é a maior posição do fundo.

Aposta em sectores defensivos rende 34% no último ano

O sector dos bens de consumo recolhe a maior parcela do investimento do fundo, ao captar mais de 36% do capital.

O investimento em acções de sectores mais defensivos e menos sensíveis às oscilações do mercado permitiu ao fundo do Santander evitar as fortes quedas registadas por outros fundos de acções europeias. Apesar de ainda não conseguir um desempenho positivo, o Santander Acções Defensivo desvaloriza apenas 2,6% a três anos, a segunda melhor performance do grupo em que está inserido. Nos últimos 12 meses, o produto beneficia com a recuperação da economia mundial, ao avançar cerca de 34%. Empresas europeias do sector farmacêutico e cotadas da região ligadas à electricidade, água, gás e auto-estradas são as companhias "tipo" onde o fundo investe.

O produto aposta sobretudo em grandes capitalizações cotadas nos países da União Europeia, Suíça e Noruega. Os sectores de bens de consumo, saúde e "utilities" recolhem a maioria do investimento, com mais de 89% do capital aplicado nestes sectores. Nestlé, Novartis, Roche Holding e Sanofi-Aventis são as empresas onde o fundo tem mais capital investido. Com a totalidade do capital aplicado no mercado accionista, o fundo tem em carteira 51 acções.

Fundos portugueses lideram no sector imobiliário indirecto

Ao contrário da maioria dos fundos desta categoria, o BBVA Multiactivo Flexível obtém um desempenho positivo a três anos.

Os fundos portugueses que investem no sector imobiliário indirecto conseguiram escapar às quedas acentuadas registadas por esta categoria durante a crise do crédito. O BBVA Multiactivo Flexível é a montra desse bom desempenho, com o fundo a liderar os retornos na classe, seguido por mais dois fundos de gestoras nacionais (Popular Predifundo e Popular Imobiliário). O fundo do BBVA rende cerca de 12% no último ano, uma subida que se fica pelos 4%, quando analisado um período temporal de três anos. Em média, os fundos desta categoria desvalorizam 14,3% nos últimos três anos.

Na sua estratégia de investimento, o fundo prevê a aposta nos mercados imobiliários de uma forma diversificada e indirecta, através do investimento em unidades de participação de outros fundos com exposição ao sector. No centro da crise do crédito, a América do Norte surge como a principal aposta do fundo, ao captar cerca de 48% do património sob gestão, enquanto a Zona Euro recolhe 20% e o reino Unido 12,7%. O BBVA Multiactivo Flexível não cobra comissões de subscrição, no entanto a comissão de resgate é de 1,5%.

Energias da Caixa com o melhor retorno a três anos

O Caixagest Energias Renováveis é o único fundo com um desempenho positivo na classe nos últimos três anos.

O Caixagest Energias Renováveis é um fundo especializado em energias renováveis e lidera o desempenho da classe de energias alternativas nos últimos três anos. Este produto de investimento é o único com a classificação máxima da agência norte-americana na sua categoria. Em três anos, o fundo rende 0,7%, elevando para 7% os ganhos nos últimos 12 meses. O fundo do Caixagest aposta no sector de energias renováveis, na qualidade do ambiente e nos chamados activos "carbon", um sector que tem atraído mais investidores nos últimos anos. No entanto, as acções de empresas de energias alternativas não escaparam às descidas das bolsas e foram fortemente penalizadas pela crise financeira.

O Caixagest Energias Renováveis investe em unidades de participação de fundos que apostam nestes segmentos. A América Latina é a região do Globo que recolhe a maior parcela do investimento, ao captar 38% do capital, enquanto a Zona Euro recolhe mais de 24% dos activos sob gestão. Com 23,5% do capital aplicado em acções, a maior parte das empresas onde o fundo investe são companhias de média capitalização.

Os Fundos nacionais cinco estrelas

No total são 18 os fundos geridos por entidades nacionais com a classificação máxima da Morningstar. O BPI é a gestora que angaria o maior número de fundos "cinco estrelas", mas há mais gestoras nacionais galardoadas com o "rating" máximo. Caixagest, ESAF ou Millennium são outras das entidades gestoras com fundos "cinco estrelas". No top das rendibilidades estão os fundos do BPI. Embora tenham nomes praticamente idênticos, os dois fundos pertencem a categorias diferentes e têm estratégias de investimento distintas. Enquanto o primeiro da tabela investe directamente em títulos de dívida de taxa fixa, o BPI High Income Bond R opta pela aplicação do capital em outros fundos da classe de acções globais de pequena e média capitalização. O PPR Alves Ribeiro é o terceiro desta lista.

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