10 respostas sobre os autotestes à covid
Desde 1 de abril é possível comprar testes rápidos à covid-19 nas parafarmácias dos supermercados. São vendidos em caixas ou à unidade, e alguns até já baixaram de preço.
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12.04.2021
1 - Onde é possível comprar os autotestes?
Os autotestes à covid-19 podem ser adquiridos em farmácias e em "locais de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica", ou seja, nas parafarmácias. Há três supermercados que já os disponibilizam nos seus espaços dedicados à venda de produtos de saúde: o Continente, nas lojas Well’s, o Pingo Doce, nos espaços BemEstar, e a Auchan, nos espaços A Minha Saúde e Bem-Estar. Em alguns países, como a Alemanha, os testes estão disponíveis em supermercados sem parafarmácia. A portaria que regulamenta a venda em Portugal prevê que a venda possa ser efetuada "noutros locais a definir" pelo Governo.
12.04.2021
2 - Quais os testes disponíveis no mercado?
Para já, existe apenas um teste aprovado pelo Infarmed: o Rapid Antigen Test Nasal, do fabricante SD Biosensor, distribuído pela Roche. Até 30 de março, o Infarmed tinha recebido 32 pedidos de avaliação, relativos a 31 referências de testes de 21 fabricantes. Segundo a entidade, "a maioria dos processos" tinha "vários elementos em falta ou informação pouco precisa", o que tem impedido a sua aprovação para venda ao público.
12.04.2021
3 - Quantos testes posso comprar e a que preços?
Os autotestes estão disponíveis em dois formatos. É possível comprar caixas de 25 unidades ou testes individuais. O Pingo Doce começou por disponibilizar apenas caixas de 25 unidades, com um custo por teste de 6,79 euros. No entanto, na semana passada, as parafarmácias da Jerónimo Martins deixaram de vender caixas e passaram a comercializar apenas testes singulares, e a um preço mais baixo: 4,99 euros. Na Well’s, também só é possível comprar testes individuais, sem limite de unidades, por 6,99 euros. Já a Auchan vende unidades por 6,99 euros e caixas com 25 testes, com um custo de 6,79 euros por teste.
12.04.2021
4 - Posso realizar o teste no local de compra?
Não. A circular distribuída pelo Infarmed às parafarmácias explicita que "a execução dos autotestes SARS-CoV-2, incluindo a necessária colheita, não pode ser realizada nos locais de dispensa dos autotestes". Os profissionais das parafarmácias têm, ainda assim, "formação adequada para responder às dúvidas dos clientes", garante Joana Duarte, coordenadora de assuntos regulatórios do Pingo Doce e farmacêutica.
12.04.2021
5 - Quais são os principais cuidados a ter?
O primeiro conselho dos técnicos de saúde é "ler o folheto informativo", que inclui imagens ilustrativas do processo. Segundo Pedro Marques, responsável técnico da Saúde e Bem-Estar da Auchan, o teste divide-se em quatro etapas: recolha do esfregaço nasal, preparação da amostra, procedimento de teste e interpretação dos resultados. O teste "deve ser feito numa superfície estável e plana", após higienização das mãos. E, "de forma a evitar possíveis contaminações, é fundamental que a zaragatoa não contacte com nenhuma superfície ou material estranho ao teste". Caso aconteça, deverá ser realizado um novo autoteste.
12.04.2021
6 - Como é recolhida a amostra?
Os autotestes são concebidos "por forma a garantir que o dispositivo seja de fácil utilização pelo leigo, em todas as fases da manipulação", refere o Infarmed. São, por isso, menos invasivos que as habituais zaragatoas feitas nos laboratórios. "A amostra dos testes feitos pelos profissionais de saúde em laboratórios é nasofaríngea, ou seja, a zaragatoa sobe mais do que nos autotestes", explica a responsável do Pingo Doce. Por sua vez, nos testes que estão à venda nas parafarmácias, a colheita é nasal, e a zaragatoa "sobe apenas dois centímetros, para ser fácil e indolor para a pessoa que o faz", sublinha Joana Duarte.
12.04.2021
7 - Qualquer pessoa pode fazer o teste?
Sim. Não existem contraindicações à realização dos autotestes. Estes devem ser concretizados de forma voluntária e só podem ser vendidos a clientes com idade igual ou superior a 18 anos, por determinação do Infarmed. No entanto, podem ser feitos por menores, ainda que com cuidados acrescidos. Nestes casos, aconselha Joana Duarte, "os testes não devem ser feitos diretamente pelas crianças, mas sim pelos pais".
12.04.2021
8 - O que devo fazer com os resultados?
A leitura dos resultados deve ser feita entre 15 e 30 minutos depois da realização do teste. Se o resultado for positivo, "o paciente deve entrar imediatamente em contacto com a linha Saúde 24", aponta Joana Duarte. "Em princípio, será pedida a realização de um teste PCR para confirmar o positivo". Se der negativo mas o indivíduo apresentar sintomas, deve igualmente entrar em contacto com o SNS. Os testes negativos também devem ser comunicados, mas ainda não é possível fazê-lo. "Será feito através de um formulário eletrónico que está em desenvolvimento pelas autoridades de saúde", ressalva Pedro Marques.
12.04.2021
9 - Existe o risco de o resultado do teste ser falso?
Sim. Os técnicos consideram a fiabilidade dos autotestes como "muito elevada", mas reconhecem que pode haver falhas, tal como nos testes PCR, sendo que "é mais frequente um falso negativo que um positivo", destaca Joana Duarte. "O período de incubação do vírus pode ir até 14 dias", lembra a técnica. O que significa que, por vezes, "pode não haver ainda uma concentração suficiente de vírus na amostra para ser detetável".
12.04.2021
10 - Quais as vantagens dos autotestes?
Tal como lembra o Infarmed, os autotestes "não substituem, mas complementam os testes de uso profissional". Ainda assim, para os responsáveis das parafarmácias, os benefícios da novidade são múltiplos. "Os autotestes permitem o controlo mais rápido dos positivos", aponta Joana Duarte. "Além de serem muito mais rápidos e baratos que os testes de laboratório, permitem que as pessoas almocem com a família ou passem férias com os amigos com maior confiança". Com os autotestes, "aumenta a frequência de testagem da população e melhora-se a acessibilidade" à população, resume Pedro Marques.
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