Dólar cede terreno, euro valoriza. Nos metais preciosos, prata atinge novo recorde
Dólar cede terreno com investidores à espera de dados
Ouro negoceia inalterado e preço da prata cede depois de atingir novo recorde
Preços do petróleo somam ganhos ligeiros. "Traders" atentos a negociações entre Rússia e Ucrânia
Ásia divide-se entre ganhos e perdas com investidores cautelosos antes de dados económicos
Juros das dívidas soberanas aliviam na Zona Euro
Os juros das principais dívidas soberanas da Zona Euro estavam a descer em toda a linha, esta manhã, depois de terem arrancado dezembro com grandes agravamentos, contagiados pelas perspetivas de um possível aumento nas taxas de juro no Japão ainda este mês, que perderam força ainda na terça-feira.
Os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, que servem de referência para a Zona Euro, recuavam 0,6 pontos base para 2,741%, enquanto os das obrigações francesas com a mesma maturidade descia 0,3 pontos para 3,485%. O maior alívio regista-se em Itália, onde a "yield" cedia 1,4 pontos para 3,448%.
Em Espanha, os juros da dívida soberana estavam a baixar 0,7 pontos base para 3,215%, enquanto em Portugal desciam 0,5 pontos para 3,049%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas, também a dez anos, recuavam 0,2 pontos-base para 4,467%.
Dólar cede terreno com investidores à espera de dados
Num dia no qual os investidores mostram-se mais cautelosos nas negociações, considerando que estão à espera de importantes indicadores financeiros vindos sobretudo dos EUA, o que inclui dados sobre o emprego no setor privado, o dólar perde terreno para outras divisas. Isto também num contexto em que o acordo de paz que os EUA tanto têm procurado alcançar entre a Ucrânia e a Rússia continua por fechar, o que prolonga a incerteza sobre a situação dos dois países.
O índice do dólar americano (DXY), que compara o valor da moeda norte-americana com outras divisas, está a recuar 0,20% para os 99,155 pontos.
A esta hora, o euro segue a valorizar 0,14% para 1,1642 dólares. Já a libra segue a avançar 0,39% para 1,3263 dólares. O dólar também recua 0,16% para 0,8018 francos suíços. O dólar perde ainda 0,21% face à divisa japonesa, para 155,67 ienes.
Noutros pares de câmbio, o euro cede 0,24% para 0,8777 libras e avança 0,04% para 181,23 ienes.
De sublinhar que a Suíça anunciou hoje uma taxa de inflação de 0%, com a queda nos preços da energia a influenciar o recuo nos preços no país helvético. Ainda assim, os investidores antecipam uma manutenção das taxas de juro pelo banco central suíço, de acordo com a Bloomberg.
Ouro negoceia inalterado e preço da prata cede depois de atingir novo recorde
Os preços do ouro negoceiam inalterados a esta hora, depois de terem recuado mais de 1% na sessão de ontem, com os “traders” a aguardarem agora pela divulgação de importantes dados económicos vindos dos Estados Unidos (EUA). A prata voltou a atingir máximos.
O metal precioso segue inalterado nos 4.205,820 dólares por onça.
"Os compradores continuam interessados no ouro, dada a perspetiva das taxas de juros, mas talvez estejam à espera de mais evidências de desaceleração económica, o que pode dar mais um sinal à Fed de que um corte nas taxas neste mês pode ser justificado”, disse à Reuters o Tim Waterer, da KCM Trade.
Os investidores estão focados nos dados económicos, incluindo os números do emprego no setor privado de novembro, conhecidos hoje, bem como o índice de despesas de consumo pessoal (PCE) de setembro, o indicador de inflação preferido da Fed, com divulgação prevista para sexta-feira.
Os mercados apontam agora para uma probabilidade de 88% de um corte nas taxas diretoras da Fed na próxima semana, acima dos 85% da semana passada, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.
Dados recentes dos EUA que mostram uma ligeira desaceleração económica reforçaram as expectativas de um corte nos juros diretores na reunião da Fed de 9 a 10 de dezembro.
O ouro, que não rende juros, tende a ter um melhor desempenho num ambiente de taxas de juros baixas.
No que toca à prata, o metal precioso chegou a atingir hoje um novo recorde nos 58,94 dólares por onça. Agora, segue a negociar com perdas de 0,48% para os 58,191 dólares por onça.
Nesta linha, “a escassez no mercado ‘spot’ em Londres e os inventários de prata da China, que caíram - ao mesmo tempo que há incerteza em torno das tarifas de importação relativas à prata" - são fatores que estão a sustentar os preços deste metal, referiu à agência de notícias Soni Kumari, do ANZ.
Preços do petróleo somam ganhos ligeiros. "Traders" atentos a negociações entre Rússia e Ucrânia
Depois de terem estado a negociar com perdas, os preços do petróleo seguem a avançar ligeiramente a esta hora, à medida que os “traders” aguardam por novos desenvolvimentos em relação às negociações de paz para pôr fim à guerra na Ucrânia, enquanto crescem preocupações com um possível excedente de crude.
O WTI - de referência para os EUA – valoriza 0,51% para os 58,94 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a avançar 0,38% para os 62,69 dólares por barril.
A Rússia e os EUA não chegaram a um entendimento sobre um possível acordo de paz para a guerra na Ucrânia após uma reunião de cinco horas entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e os enviados do Presidente dos EUA, Donald Trump, informou o Governo russo nesta quarta-feira.
Os mercados aguardam o resultado das negociações para ver se um acordo poderá levar à remoção das sanções contra empresas petrolíferas russas, incluindo as gigantes do setor Rosneft e Lukoil.
As acusações de Putin na terça-feira de que as potências europeias estão a impedir as tentativas dos EUA de acabar com a guerra, apresentando propostas que sabiam ser "absolutamente inaceitáveis” para Moscovo, aumentaram as preocupações de que o abastecimento russo continuará a ser bloqueado a compradores como a China e a Índia.
Tony Sycamore, da IG, disse numa nota citada pela Reuters que, apesar das negociações ainda não terem surtido efeito para acabar com a guerra, “as preocupações com o excesso de oferta e a fraca procura continuam a pesar sobre o preço do petróleo bruto".
Os recentes ataques a zonas de exportação de crude na costa russa do Mar Negro destacaram as preocupações geopolíticas decorrentes da guerra no mercado petrolífero. Já o aumento dos "stocks" dos EUA também segue a contribuir para as preocupações relativamente a um excedente de petróleo bruto no mercado, apesar da ligeira subida dos preços registada a esta hora.
O American Petroleum Institute revelou na terça-feira que o petróleo bruto e combustível dos EUA aumentaram em cerca de 2,48 milhões de barris na semana terminada a 28 de novembro. A Administração de Informação Energética dos EUA divulgará os dados oficiais do Governo sobre os “stocks” ainda nesta quarta-feira.
Ásia divide-se entre ganhos e perdas com investidores cautelosos antes de dados económicos
Os principais índices asiáticos fecharam a sessão com uma maioria de ganhos, mas à semelhança do que aconteceu já ontem nas negociações em Wall Street, os investidores mostraram alguma cautela em fazer grandes movimentações nos ativos de risco antes da divulgação de importantes dados económicos do lado de lá do Atlântico. Pela Europa, os futuros do Euro Stoxx 50 avançam cerca de 0,20% e apontam para uma abertura com ganhos ligeiros.
Pelo Japão, o Nikkei valorizou 1,14% e o Topix caiu ligeiros 0,20%. O sul-coreano Kospi pulou 1,04% e o índice de referência de Taiwan ganhou 0,83%. Já pela China, o Hang Seng de Hong Kong desvalorizou 1,27% e o Shanghai Composite caiu 0,51%.
À medida que muitos investidores continuam a ver espaço para as ações recuperarem terreno – também porque esta época do ano costuma ser positiva para a negociação de títulos -, o facto de os “traders” se terem limitado a movimentos moderados destacaram como o sentimento do mercado continua frágil antes das decisões sobre as taxas de juro deste mês pela Reserva Federal (Fed) norte-americana e pelo Banco do Japão (BoJ).
Os EUA devem divulgar hoje vários dados importantes, como o relatório de novembro da ADP sobre o emprego no setor privado, o índice de preços de importação e ainda os dados de produção industrial de setembro. A divulgação há muito adiada do índice PCE referente a setembro — o indicador de inflação preferido da Fed — está prevista para sexta-feira.
“O céu certamente não está claro o suficiente para uma recuperação generalizada”, disse à Bloomberg Hebe Chen, da Vantage Markets. “Os próximos dados sobre o PCE dos EUA, que irão influenciar as decisões, e uma agenda repleta de reuniões dos bancos centrais estão a manter os ‘traders' em alerta”, acrescentou a especialista.
Assim, com tantos dados cruciais ainda por conhecer, os investidores parecem estar a preferir uma postura mais conservadora em vez de correrem grandes riscos nesta fase. Enquanto o índice de referência das ações asiáticas encerrou praticamente estagnado, pela Ásia, as ações de cotadas ligadas à área dos semicondutores acompanharam as suas congéneres norte-americanas em alta.
Pela China, a atividade dos serviços expandiu-se ao ritmo mais fraco em cinco meses em novembro, segundo um inquérito privado.
Entre os movimentos no continente asiático, a UltraGreen.ai fechou o dia com uma valorização de mais de 8% na sua estreia em bolsa esta quarta-feira, após uma oferta pública inicial que foi a maior em Singapura desde 2017 - excluindo fundos de investimento imobiliário. Noutros pontos, procuradores de Taiwan acusaram a Tokyo Electron (+4,73%) de, alegadamente, não impedir que funcionários roubassem segredos comerciais da Taiwan Semiconductor Manufacturing (+1,40%), intensificando uma disputa que envolve duas empresas fundamentais para a indústria de “chips”. Já as ações do SoftBank Group pularam mais de 6%, dando sinais de recuperação após sessões atribuladas nos últimos tempos.
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