Europa fecha última sessão do mês com perdas. Banca voltou a pressionar índices
Juros das dívidas soberanas europeias agravam-se em toda a linha
Petróleo recua mas mantém saldo semanal positivo em vésperas de reunião da OPEP+
Dólar avança em dia de dados da inflação mas caminha para mês de perdas
Ouro avança e caminha para melhor mês desde abril com expectativa de corte de juros pela Fed
Dados da inflação pressionam Wall Street. Índices negoceiam com perdas
Taxas Euribor voltam a subir nos prazos de três, seis e 12 meses
Ações do Fenerbahçe disparam 7%. Despedimento de Mourinho vale 26 milhões ao clube em bolsa
Europa no vermelho com inflação dos EUA e Alemanha em foco
Juros agravam-se na Zona Euro após novos dados económicos
Dólar em movimento de correção. Euro prepara-se para fechar mês a valorizar 2%
Ouro corrige de máximos de mais de um mês. Metal precioso avança 3,7% em agosto
Petróleo com saldo negativo em agosto. Brent deve fechar mês com quedas de 5%
Ásia e Europa no vermelho à espera de dados da inflação dos EUA
Europa fecha última sessão do mês com perdas. Banca voltou a pressionar índices
Os principais índices europeus despediram-se de agosto com perdas em toda a linha, pressionados por quedas de instituições financeiras após novos apelos para a criação de um imposto sobre lucros extraordinários da banca no Reino Unido, enquanto dados sinalizaram pressões persistentes sobre os preços na Alemanha e nos Estados Unidos (EUA).
O índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – cedeu 0,64% para os 550,14 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX caiu 0,57%, o espanhol IBEX 35 perdeu 0,90%, o italiano FTSEMIB desvalorizou 0,59%, o francês CAC-40 recuou 0,76%, o holandês AEX deslizou 0,76%. Já o britânico FTSE 100 caiu 0,32%.
Nomes como o NatWest Group (-4,85%), o Lloyds (-1,24%), o HSBC (-0,95%) e o Barclays (-2,74%) pressionaram o setor da banca britânica e, por arrasto, a europeia, depois de um grupo de especialistas ter sugerido que a ministra das Finanças, Rachel Reeves, poderá arrecadar milhares de milhões de libras em receitas com um imposto extraordinário sobre as instituições financeiras. A informação chega depois de se saber que em Itália o Governo de Meloni estará a analisar a possibilidade de avançar com um imposto semelhante, o que pesou sobre os bancos do país durante a sessão de ontem.
O foco dos investidores recaiu igualmente sobre dados económicos, depois de a inflação na maior economia europeia – a Alemanha - ter acelerado mais do que o previsto, enquanto o indicador de inflação preferido da Reserva Federal norte-americana - o índice de preços de consumo pessoal -, subiu 0,3% em julho face ao mês anterior.
Preocupações com as perspetivas políticas em França voltaram a exercer pressão sobre o sentimento dos investidores, à medida que se aproxima o voto de confiança pedido pelo primeiro-ministro gaulês, François Bayrou, marcado para o dia 8 de setembro.
No plano empresarial, e à medida que prossegue a apresentação de resultados das cotadas da região, “as previsões para os lucros europeus para o ano inteiro ainda apontam para uma contração e continuam a descer”, disse à Bloomberg Marija Veitmane, da State Street Global Markets. Durante o mês de agosto, o principal índice europeu somou apenas 0,74%.
Entre os movimentos do mercado, ações do setor da defesa, incluindo a Rheinmetall (+3,18%) e a Hensoldt (+3,44%), ganharam tração depois de o chanceler alemão, Friedrich Merz, ter afirmado que é improvável que se realize uma reunião entre os presidentes russo e ucraniano num futuro próximo.
Juros das dívidas soberanas europeias agravam-se em toda a linha
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro fecharam com agravamentos em toda a linha nesta sexta-feira, num dia em que os investidores se afastaram também de ativos de risco, com os principais índices bolsistas do Velho Continente a registarem perdas.
Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, agravaram-se em 3,8 pontos-base, para 3,171%. Em Espanha a "yield" da dívida com o mesmo vencimento subiu 3,6 pontos, para 3,328%.
Os juros da dívida soberana italiana, com a mesma maturidade, cresceram 4,9 pontos, para 3,584%.
Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa agravou-se em 3,5 pontos-base para 3,509%. Já os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, subiram 3,1 pontos para 2,722%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, seguiram a mesma tendência e agravaram-se em 2,1 pontos-base, para 4,720%.
Petróleo recua mas mantém saldo semanal positivo em vésperas de reunião da OPEP+
As cotações do petróleo deslizam esta sexta-feira, pressionadas pela perspetiva de menor procura com o fim da época de viagens de verão nos Estados Unidos, embora continuem em terreno positivo no balanço semanal.
O Brent recua 0,67% para 68,16 dólares por barril, enquanto o WTI desce 0,59% para 64,22 dólares, de acordo com os dados atualizados. Apesar das quedas, o Brent soma 0,7% na semana e o WTI cerca de 1,2%, segundo a Reuters.
O mercado acompanha de perto a reunião da OPEP+ da próxima semana, num momento em que o cartel e os seus aliados aceleraram o aumento da produção para recuperar quota de mercado. Esse movimento, aliado ao abrandamento da procura após o verão, pressiona os preços em baixa.
Ainda assim, tensões geopolíticas continuam a alimentar alguma incerteza. Os ataques da Ucrânia a terminais de exportação russos ajudaram a sustentar os preços no início da semana, mas a maior oferta acabou por se impor como fator dominante.
“Por um lado, a perspetiva de maior oferta da OPEP, em conjunto com a desaceleração da procura após o pico da época de condução de verão, introduz pressão descendente sobre as cotações. Por outro lado, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia continua sem sinais de abrandar, com novos ataques reportados, o que aumenta a probabilidade de novas sanções norte-americanas”, explicou Ricardo Evangelista, CEO da ActivTrades Europe.
Segundo Evangelista, as recentes tarifas impostas pelos EUA à Índia devido às compras de crude russo podem também condicionar a oferta global. “Neste enquadramento, os preços deverão manter-se próximos dos níveis atuais no curto prazo, com os investidores atentos a uma eventual escalada das sanções dos EUA que possa criar espaço para novas valorizações”, acrescentou.
Dólar avança em dia de dados da inflação mas caminha para mês de perdas
O dólar segue a ganhar terreno esta tarde, à medida que os investidores analisam os dados do indicador de inflação preferido da Fed – o índice de despesas de consumo pessoal (PCE, na sigla inglesa). E apesar de estar a esta hora a valorizar, a “nota verde” caminha para perdas no conjunto do mês de agosto.
O índice do dólar – que mede a força da divisa norte-americana face às principais rivais – sobe 0,13% para os 97,941 pontos.
O PCE subjacente, que exclui os preços dos alimentos e a energia por serem mais voláteis, subiu 0,3% em julho, em termos correntes. Já em termos homólogos, este indicador de inflação subiu 2,9%, o maior aumento desde fevereiro. Os valores ficaram em linha com as expectativas do mercado.
Além das expectativas de cortes nas taxas em setembro, a campanha do presidente Donald Trump para exercer mais influência sobre as decisões de política monetária, incluindo a tentativa de demitir a governadora da Fed Lisa Cook, seguem a limitar os ganhos do dólar.
A esta hora o dólar soma ligeiros 0,02% para os 146,960 ienes.
Por cá, os consumidores da Zona Euro mantiveram as expectativas de inflação praticamente estáveis ou ligeiramente acima da meta de 2% do Banco Central Europeu (BCE) em julho, de acordo com uma sondagem do BCE divulgada esta sexta-feira.
A moeda única desvaloriza 0,01% para os 1,168 dólares. Já a libra perde 0,27% para os 1,348 dólares.
O yuan offshore da China chegou a atingir o nível mais forte em relação ao dólar dos últimos dez meses, enquanto a rupia indiana caiu para um mínimo histórico, pressionada por preocupações com o impacto económico das tarifas de 50% dos EUA sobre as importações do país.
A esta hora, o dólar avança 0,05%, para 7,124 yuan no mercado offshore.
Face à divisa indiana, a “nota verde” valoriza 0,66% para as 88,208 rupias indianas.
Ouro avança e caminha para melhor mês desde abril com expectativa de corte de juros pela Fed
Esta sexta-feira, o ouro negocia em terreno positivo, reforçando o tom favorável que coloca o "metal amarelo" a caminho do melhor mês desde abril. A valorização acontece depois dos dados da inflação nos Estados Unidos terem alimentado as apostas de que a Reserva Federal poderá cortar taxas de juro já em setembro.
A esta hora, o ouro sobe 0,35% para 3.428,92 dólares por onça. A prata segue praticamente estável, a recuar 0,02% para 39,70 dólares, enquanto a platina desce 0,82% para 1.352,32 dólares.
De acordo com a Reuters, o metal precioso acumula ganhos de 3,9% em agosto, sustentado pela queda mensal do dólar e pela maior probabilidade de um alívio monetário. Os contratos de ouro nos EUA para entrega em dezembro também avançam 0,1%, para 3.479,10 dólares.
“Temos expectativas de um corte de juros pela Fed, ou até dois este ano, o que é geralmente favorável para os preços das ‘commodities’, incluindo ouro e prata”, afirmou David Meger, diretor de negociação de metais da High Ridge Futures, em declarações à Reuters.
As apostas dos investidores num corte de 25 pontos base em setembro subiram para 89%, acima dos 85% registados antes da divulgação dos dados. O índice de preços das despesas pessoais de consumo (PCE) aumentou 2,6 em julho, ficando em linha com as previsões.
Apesar da pressão positiva, os analistas do Commerzbank notaram que o espaço de valorização do ouro acima dos 3.400 dólares “parece cada vez mais limitado”, embora os fluxos de investimento revelem confiança – só nos últimos dois dias, os fundos cotados em bolsa (ETFs) ligados ao ouro registaram entradas próximas de 15 toneladas.
Dados da inflação pressionam Wall Street. Índices negoceiam com perdas
Depois de dados económicos sólidos terem levado o S&P 500 a ultrapassar os 6.500 pontos pela primeira vez na sessão de ontem, os principais índices norte-americanos negoceiam com perdas, pressionados pela leitura do indicador de inflação preferido da Reserva Federal (Fed).
O S&P 500 cede 0,32% para os 6.481,24, o tecnológico Nasdaq Composite perde 0,63% para os 21.569,50 e o Dow Jones recua 0,16% para 45.564,95 pontos.
O índice de despesas de consumo pessoal (PCE, na sigla inglesa) subjacente, que exclui os preços dos alimentos e a energia por serem mais voláteis, subiu 0,3% em julho, em termos correntes. Já em termos homólogos, este indicador de inflação subiu 2,9%, o maior aumento desde fevereiro.
Apesar de os dados terem ficado em linha com a expectativa dos mercados, sinais de pressões persistentes sobre os preços sublinham o desafio da Fed em reduzir as taxas de juro para evitar mais fraqueza no mercado de trabalho.
Brent Kenwell, da eToro, explicou à Bloomberg que “embora a Fed provavelmente reduza as taxas para acomodar o mercado de trabalho, pode ser difícil para o banco central agir tão rapidamente ou agressivamente quanto gostaria, com a inflação a subir”. Para o especialista, “a boa notícia é que as expectativas [do mercado, que ficaram] em linha [com os valores apresentados], provavelmente manterão o status quo intacto, o que deixa em aberto uma redução das taxas da Fed em setembro. A má notícia é que a inflação continua a subir, o que não é realmente o ambiente em que a Fed provavelmente desejasse reduzir as taxas”.
Além dos números da inflação, os dados mostraram que os gastos do consumidor norte-americano aumentaram em julho. As despesas de consumo pessoais nos Estados Unidos cresceram 0,5% em relação ao mês anterior, para perto de 21 biliões de dólares em julho deste ano, recuperando do aumento revisto em alta de 0,4% em junho. O valor marca a subida mais acentuada em quatro meses, prolongando o período de resiliência do consumidor norte-americano, apesar da crescente incerteza económica e dos elevados custos de financiamento.
Entre os movimentos do mercado, a Dell Technologies segue a perder quase 10%, após ter registado menos vendas de servidores de inteligência artificial do que nos três meses anteriores, a par de ter reportado margens de lucro que ficaram aquém das estimativas dos analistas. Já a Super Micro Computer recua mais de 5%, depois de ter alertado que as deficiências nos seus controlos relacionados com divulgações financeiras poderão, se não forem corrigidas, prejudicar a capacidade da empresa de reportar resultados “de forma precisa”.
Entre as “big tech”, a Nvidia cai 2,46%, a Alphabet sobe 0,25%, a Microsoft recua 0,45%, a Meta perde 0,84%, a Apple ganha 0,030% e a Amazon cede 0,22%.
Taxas Euribor voltam a subir nos prazos de três, seis e 12 meses
As taxas Euribor voltaram esta sexta-feira a subir nos prazos de três, seis e 12 meses relativamente ao dia anterior.
A taxa a três meses subiu 0,014 pontos para para 2,061%, o que compara com com 2,047% de quinta-feira, mas mesmo assim mantém-se abaixo das taxas a seis (2,074%) e a 12 meses (2,119%).
A taxa Euribor a seis meses, que em janeiro do ano passado passou a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu esta sexta-feira 0,005 pontos, para 2,074%, contra 2,069% na véspera.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a junho indicam que a Euribor a seis meses representava 37,74% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,28% e 25,58%, respetivamente.
A Euribor a 12 meses seguiu a tendência e avançou 0,004 pontos para 2,119%, o que compara com 2,115%.
Na última reunião de política monetária, em 24 de julho, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas diretoras, como antecipado pelos mercados e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
Enquanto alguns analistas antecipam a manutenção das taxas diretoras pelo menos até ao final deste ano, outros preveem um novo corte, de 25 pontos base, em setembro.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 10 e 11 de setembro em Frankfurt.
Em 28 de agosto foi conhecido que todos os membros do Conselho do BCE manifestaram-se a favor da manutenção das taxas de juros na zona euro em 2% no final de julho, de acordo com a ata da reunião.
Em julho, as médias mensais da Euribor inverteram a tendência dos últimos meses e subiram ligeiramente nos dois prazos mais curtos, mas de forma mais acentuada a seis meses.
A média da Euribor em julho subiu 0,002 pontos para 1,986% a três meses e 0,005 pontos para 2,055% a seis meses.
Já a 12 meses, depois de se ter mantido em junho, a média da Euribor desceu ligeiramente em julho, designadamente 0,002 pontos para 2,079%.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Ações do Fenerbahçe disparam 7%. Despedimento de Mourinho vale 26 milhões ao clube em bolsa
Os adeptos do Fenerbahçe até podem não ter ficado contentes com o facto do clube turco não ter conseguido o apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões, mas o mesmo não se pode dizer dos investidores. O despedimento de José Mourinho, na sequência de uma derrota com o Benfica, que impossibilitou o acesso do Fenerbahçe à liga milionária, levou as ações do clube a dispararem mais de 7% esta manhã.
O impulso levou a capitalização de mercado do Fenerbahçe a ultrapassar, por breves momentos, a marca dos 400 milhões de dólares, com 26 milhões a serem adicionados na sequência do despedimento. Entretanto, o clube turco reduziu os ganhos para 3,28% para 12,92 liras turcas por ação, tendo chegado a atingir os 13,38 liras turcas durante a sessão - máximos de cerca de duas semanas.
Esta sexta-feira, o Fenerbahçe emitiu um comunicado nas redes sociais, no qual agradece ao "Special One" pelos "seus esforços pela equipa" e deseja ao treinador "sucesso na sua futura carreira". O clube não apresentou razões para despedir Mourinho, mas o português tem falhado objetivos desde que assumiu as rédeas da equipa turca. Além de falhar o acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões, o Fenerbahçe ficou em segundo lugar na Liga Turca, na época passada, atrás dos campeões Galatasaray.
Ainda esta época, o antigo treinador de equipas como o Futebol Clube do Porto, Chelsea e Real Madrid já tinha entrado em rota de colisão com a direção do clube. Na altura, Mourinho acusou o Fenerbahçe de não fazer transferências suficientes para reforçar a competitividade da equipa.
Europa no vermelho com inflação dos EUA e Alemanha em foco
As principais praças europeias estão a negociar em território negativo esta sexta-feira, num dia em que os investidores aguardam pela evolução da inflação nos EUA e na Alemanha - mas já se encontram a reagir a uma série de novos dados, como as vendas a retalho na maior economia europeia e a evolução dos preços em Espanha e França.
O Stoxx 600, "benchmark" para a negociação da região, recua 0,48% para 551,03 pontos, com a banca a registar o pior desempenho entre os seus pares. O setor está a ser pressionado pelas instituições financeiras do Reino Unido, com o HSBC e o Barclays a caírem entre 1,30% e 3,20%, depois de um "think tank" ter sugerido que o país poderia angariar milhares de milhões de libras em receitas através de um imposto extraordinário sobre os bancos comerciais.
Os mercados europeus preparam-se para fechar o melhor mês de agosto desde 2021, impulsionados por uma época de contas resiliente e otimismo em torno de um corte nas taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed) norte-americana. Esta sexta-feira, o Gabinete de Análise Económica (BEA) do país vai dar a conhecer a evolução do índice de preços das despesas pessoais de consumo (PCE) - conhecido por ser o indicador favorito da Reserva Federal (Fed) para medir a inflação - relativo a julho, que deve apontar para uma aceleração dos preços "core" nos EUA.
Pela Europa, os dados da inflação mostram caminhos distintos. Em Espanha, os preços mantiveram-se estáveis em agosto mas abaixo das expectativas, cifrando-se nos 2,7% já registados no mês anterior. Por sua vez, em França, a inflação continua a afastar-se cada vez mais da meta estabelecida pelo Banco Central Europeu (BCE), ao desacelerar de 1% para 0,9%. A esta hora, o espanhol IBEX cai 0,74% e o francês CAC-40 cede 0,62%.
Entre as principais movimentações de mercado, a Remy Cointreau cai 1,54% para 53,80 euros, isto apesar de a empresa francesa de bebidas espirituais ter aumentado as suas perspetivas para o resto do ano, prevendo um menor impacto das tarifas da administração Trump nas suas contas.
Nos restantes resultados por praças, o alemão DAX recua 0,54%, o italiano FTSEMIB desvaloriza 0,34%, enquanto o holandês AEX desliza 0,35% e o britânico FTSE 100 cede 0,28%. As perdas na Alemanha acontecem no seguimento de novos dados económicos, com as vendas a retalho no país a cair de forma abrupta em julho.
Juros agravam-se na Zona Euro após novos dados económicos
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a agravar-se esta sexta-feira, com os investidores a reagirem a uma série de dados económicos e em expectativa em relação à evolução da inflação nos países da moeda única e nos EUA. As vendas a retalho na Alemanha caíram muito mais do que esperado em julho - mais um sinal de que o motor da economia europeia continua com bastantes dificuldades em erguer-se após ter entrado em recessão.
Neste contexto, os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, que servem de referência para a região, aceleram 1,2 pontos base para 2,704%, enquanto o cupão das obrigações francesas com a mesma maturidade cresce 1,5 pontos para 3,490% e o das obrigações italianas ganha 2 pontos para 3,554%. Com estas movimentações, o "spread" entre a dívida alemã e francesa, bem como desta última com a italiana, permanecem relativamente estáveis em relação à sessão anterior.
Na Península Ibérica, mantém-se a tendência de agravamento, com os juros das dívidas portuguesas a dez anos a crescerem 1,4 pontos base para 3,147%, enquanto o cupão das obrigações espanholas ganha 1,5 pontos para 3,307%.
Fora da Zona Euro, a "yield" das "Gilts" britânicas com a mesma maturidade acelera 2,3 pontos base para 4,721%, enquanto o das "Treasuries" norte-americanas encerrou a sessão de quinta-feira também com agravamentos, ao crescer 2,5 pontos para 4,228%.
Dólar em movimento de correção. Euro prepara-se para fechar mês a valorizar 2%
O dólar está a negociar com uma ligeira vantagem face aos seus principais rivais esta sexta-feira, embora os ganhos não estejam a ser suficientes para compensar o saldo negativo da "nota verde" em agosto. Desde o início do mês, a moeda norte-americana já perdeu 2% do seu valor, elevando o saldo negativo anual para cerca de 10%, com os investidores a responderem negativamente a uma série de políticas adotadas pela administração Trump.
O mais recente "braço de ferro" entre Washington e a Reserva Federal (Fed) dos EUA só ajudou à narrativa contra o dólar. A campanha do Presidente norte-americano para conseguir mais poder de influência dentro do banco central, depois de várias pressões (ignoradas) para a autoridade monetária cortar nas taxas de juro, tem deixado os investidores apreensivos com a independência das instituições do país - principalmente depois de o republicano ter tentado despedir Lisa Cook, governadora da Fed.
"Se os mercados entenderem que a independência da Fed está comprometida, as expectativas de inflação podem ficar desancoradas, levando a um aumento das taxas de juro no longo prazo", explica Carol Kong, estratega cambial do Commonwealth Bank of Australia, à Reuters.
A esta hora, o euro recua 0,04% para 1,1678 dólares, mas prepara-se para fechar agosto com ganhos de 2%. O terreno que a moeda única europeia tem conquistado nos últimos meses afastou por completo os receios do início do ano de que a paridade com o dólar pudesse ser alcançada, numa altura em que a vitalidade económica do Velho Continente era posta em causa.
Por sua vez, a libra cai 0,14% para 1,3494 dólares, enquanto a "nota verde" está praticamente inalterada face à divisa nipónica, com o dólar a ganhar 0,01% para 146,95 ienes.
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