Os principais desenvolvimentos de segunda-feira, ao minuto
Brent dispara 18% durante a madrugada
Ouro alcança fasquia dos 2.000 dólares pela primeira vez em 18 meses. Euro abaixo da linha dos 1,10 dólares
Juros à procura de tendência na zona euro
Stoxx 600 a um passo do "bear market"
Zelensky apela a boicote do comércio com Rússia: "Deixem que a guerra os alimente"
China diz que situações da Ucrânia e Taiwan são completamente distintas
Kremlin cria "corredores humanitários" para Rússia e Bielorrússia. Kiev classifica manobra como "imoral"
MNE da Lituânia afirma que "não podemos pagar petróleo com sangue da Ucrânia"
Terceira ronda de negociações marcada para as 14h (hora de Lisboa)
MNE da Rússia e da Ucrânia vão reunir-se quinta-feira na Turquia
União Europeia poderá ter de receber cinco milhões de refugiados ucranianos
Bolsa de Lisboa é a única praça europeia no verde. Galp dispara mais de 9%
Euro cai abaixo da paridade com franco suíço pela primeira vez desde 2015. Libra renova mínimos de 2020
Moscovo exige que a Ucrânia reconheça a Crimeia como russa
PM britânico afasta flexibilização de vistos para ucranianos
Índices de Wall Street não escapam à volatilidade do mercado
Evacuação em curso em Irpin, a 20 km de Kiev
Negociador ucraniano apela ao fim de ataques contra civis
Criptomoeda criada por ucraniano dispara desde início da guerra
ONU contabiliza 406 civis mortos desde invasão russa da Ucrânia
Canadá avança com sanções contra dez figuras "cúmplices" da invasão
Preços do petróleo mais longe dos máximos do dia mas ainda em forte alta. Brent nos 123 dólares
Há um "número muito reduzido" de oligarcas russos alvo de sanções com contas em Portugal
Juros agravam-se na Zona Euro
Stoxx 50 e Dax em "bear market" com receio de escalada dos preços da energia
Ucrânia: Marcelo convoca Conselho de Estado para a próxima segunda-feira
Terceira ronda negocial apenas com "pequenos avanços nos corredores humanitários"
Bruxelas quer cortar em 80% dependência do gás russo
Níquel dispara 30% para máximos históricos. Ouro supera 2.000 dólares e trigo atinge recorde de 14 anos
Wall Street cai com fuga para ouro e dólar
Solução para o conflito pode acabar nas mãos do povo russo, diz general Valença Pinto
Rússia propõe cessar-fogo em cinco cidades ucranianas
"Não tenho medo de ninguém", diz Zelensky
- Casa Branca pondera fechar as portas ao petróleo russo e coloca bolsas no vermelho
- Brent dispara 18% durante a madrugada
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Os futuros sobre as ações europeias apontam para o vermelho, num dia em que a imprensa norte-americana noticia que a Casa Branca pode mesmo fechar as portas às importações de petróleo russo, desequilibrando ainda mais a cruz da oferta e da procura no mercado do "ouro negro".
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 estão a cair 2,8%, tendo durante a madrugada chegado a tombar 3,7%. Na sexta-feira, o índice de referência europeu terminou a sessão a renovar mínimos de março.
Na Ásia, o Topix terminou a sessão a perder 2,76%, o Nikkei afundou 2,94%, enquanto em Hong Kong, o Hang Seng tombou 3,35%. Na China continental, Xangai desvalorizou 2,17%.
O governo de Joe Biden está a ponderar proibir as importações de petróleo russo, de forma unilateral, não contando por isso com a ajuda da Europa para este gesto contra a Rússia, de acordo com duas fontes próximas do assunto, contactadas pela Bloomberg.
Para apoiar esta medida, a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, enviou uma missiva aos parlamentares de forma a "explorar uma legislação forte que proíba a importação de produtos energéticos russos".
No domingo, o secretário de Estado Antony Blinken já tinha avançado, em entrevista à NBC, que "estava a discutir com os parceiros europeus a possibilidade de restringir as importações de petróleo russo", no entanto não tinha revelado que a Casa Branca estava disposta a avançar com este plano, mesmo sem a "mão" dos governos europeus.
Para os analistas, caso a Casa Branca avance com esta medida, arrisca um disparo ainda mais profundo no mercado das matérias-primas que já está fortemente pressionado. Em fevereiro, o Commodities Bloomberg Index atingiu o nível mais alto desde 2009.
"Se Washington decidir avançar com esta medida estamos a retirar um dos principais ‘players’ do mercado desta equação, o que terá um impacto não só nas contas da Rússia, como nas do mundo inteiro que verá as cadeias de abastecimento ainda mais afectadas. Corremos o risco de estagflação como nos anos 70", alertou John Driscoll, estratega-chefe da JTD Energy Services, em entrevista à Bloomberg TV.
Por sua vez, o comentador da mesma televisão, Arnab Das da Invesco Assets Management, concordou com esta opinião ao afirmar "nunca estivemos tão perto de chegar à estagflação dos anos 70 como agora. Com esta medida a Europa, parece ser a que será mais exposta a este fenómeno", acrescentou o analista.
O petróleo chegou a disparar até 18% durante a madrugada (segundo o horário de Lisboa) desta segunda-feira, impulsionado pela possibilidade de os EUA suspenderem as importações de ouro negro.
O Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeia e com entrega prevista em maio, segue a somar 9,65% para 129,51 dólares o barril, depois de durante a madrugada ter disparado 18%, tendo ficado a um passo do patamar dos 140 dólares.
Por sua vez, o West Texas Intermediate, referência para o mercado norte-americano e com entrega prevista em abril, está a valorizar 8,76% para 125,81 dólares o barril.
Este rali leva já muitos investidores a apontarem para que o Brent alcance os 200 dólares por barril já a meio do ano. Segundo os dados apurados pela Bloomberg, cerca de 200 contratos de opções, negociados em Londres, apontam para que o barril alcance este valor já em maio, sendo que estas opções expiram a 28 de março.
Para os analistas, a volatilidade da guerra é um fator que torna difícil prever os futuros patamares do petróleo. "A guerra e as sanções contra a Rússia crescem de dia para dia, pelo que é difícil determinar qual será a linha de resistência da cotação de petróleo este ano, mas tudo indica que, pelo menos este semestre, pode tocar nos 150 dólares por barril", defendeu John Driscoll da TD Securities em entrevista à Bloomberg.
O ouro saltou para a fasquia dos dois mil dólares a onça, pela primeira vez em 18 meses, um movimento acompanhado pelos restantes metais preciosos e commodities em geral.
Depois de atingir este patamar, o ouro aliviou, estando agora a subir 0,58% para 1.982,26 dólares a onça. Entre os metais em geral, é ainda de destacar o disparo de 20% do níquel.
Na primeira semana de março, o Commodities Bloomber Index subiu 13%, dando continuidade à escalda de fevereiro que atingiu o nível mais alto desde 2009.
"As atividades militares na Ucrânia alimentaram ainda mais o desequilíbrio entre oferta e procura nas matérias-primas. O mundo só encontrará um novo equilíbrio quando a guerra encontrar um ponto de estabilidade", alertou o Citigroup na habitual nota de "research" trimestral, citada pela Bloomberg.
No mercado cambial, o índice do dólar da Bloomberg, que compara a nota verde com 16 divisas rivais, está a crescer 0,26% para 98,20 pontos.
Já o euro desliza 0,49%, abaixo da linha psicológica dos 1,10 dólares para 1,0874, alimentando ainda mais o medo dos analistas e investidores que temem que a moeda única europeia caia para ou abaixo da linha de paridade com a moeda oficial dos EUA.
Na Rússia, o par dólar/ rublo continua em mínimos de 2003, estando a perder 3,16% para 106,50 rublos.
Os juros na zona euro seguem à procura de tendência, sendo de destacar o facto da yield das bunds germânicas se manter em terreno negativo e os juros das dívidas soberanas da Península Ibérica estarem a agravar.
A yield das bunds alemãs com maturidade a dez anos – referência para o mercado europeu – seguem a aliviar 1,8 pontos base para -0,095%.
Por sua vez, os juros sobre as obrigações italianas com a mesma maturidade estão a agravar de forma expressiva, 4,3 pontos base para 1,575%, enquanto a yield sobre a dívida francesa cai 0,6 pontos base para 0,421%.
Na Península Ibérica, a tendência é de agravamento, ainda que abaixo de 1%, com os juros sobre as dívidas portuguesa e espanhola a dez anos a somarem cada uma 0,7 pontos base para 0,970% e 0,831% respetivamente.
A Europa acordou pintada de vermelho, com o Stoxx 600 está prestes a entrar em "bear market" -- ou seja a um passo de perder 20% face ao máximo atingido em janeiro deste ano.
O índice de referência europeu segue a desvalorizar 3,8% para 406,01 pontos. Dos 20 setores que compõe Stoxx 600, apenas o "oil & gas" – motivado pelo disparo da cotação do petróleo nos mercados internacionais -- e os recursos básicos acordaram no verde, estando a valorizar pouco mais de 2%.
O setor da banca é o que mais perde, ao tombar 6,87% , seguido do setor do retalho (-6,65%) e automóvel (-5,75%).
Nas restantes praças europeias, Milão é quem lidera as perdas, estando a mergulhar 6,22%, seguida de Madrid (5,34%), Frankfurt (4,93%) e Paris (4,51%). Por sua vez, Amesterdão perde 2,72% e Londres 2,45%. Por cá, a praça lisboeta é a que sofre a queda mais ligeira, estando a cair 2,68%.
A sessão está a ser marcada pela incerteza em torno do crescimento económico global, depois de ter sido noticiado que a Casa Branca pondera excluir o petróleo russo das importações, colocando os mercados norte-americano e europeu em risco de estagfação, devido à intensificação do desequilibro entre oferta e procura de matérias-primas.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, renovou o apelo à comunidade internacional para que imponha um boicote às exportações russas, incluindo petróleo e derivados, mas também às importações por parte de Moscovo. "Deixem que a guerra os alimente", afirmou Zelensky, num discurso transmitido esta segunda-feira pela televisão.
"Deixem que a guerra os alimente", afirmou Zelensky, num discurso transmitido esta segunda-feira pela televisão.
Numa conferência de imprensa à margem da reunião anual da Assembleia Popular Nacional, em Pequim, Wang Yi argumentou haver "um duplo critério gritante se alguns respeitam a soberania da Ucrânia, mas repetidamente prejudicam a soberania da China sobre Taiwan".
Segundo o jornal South China Morning Post, o chefe da diplomacia chinesa invocou novamente os Estados Unidos, alegando que "determinadas partes" estão a empurrar Taiwan para o perigo e que isso terá consequências insuportáveis para os Estados Unidos, destacando que o propósito é usar Taiwan para conter a ascensão da China.
O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês reiterou também que as relações entre a China e a Rússia são "sólidas como uma rocha". Leia mais aqui
O Kremlin anunciou esta segunda-feira a criação de novos "corredores humanitários" para fazer passar os civis das zonas bombardeadas da Ucrânia para a Bielorrússia e Rússia. A decisão das forças russas foi classificada por Kiev como um "manobra imoral".
Os corredores foram abertos ao início da manhã de hoje nas cidades de Kharkiv e Mariupol, de acordo com o comunicado do Ministério da Defesa russo.
"Desta vez as tentativas do lado ucraniano de enganar a Rússia e todo o mundo civilizado são inúteis", afirma a nota.
De acordo com os mapas publicados pela agência de notícias russa RIA, citada pela Reuters, o corredor de Kyiv tem como destino a Bielorrússia, enquanto o corredor de Kharkiv termina na Rússia.
A mesma agência russa dá ainda conta que o Kremlin está a preparar uma via aérea para levar os ucranianos da capital ucraniana, Kiev, para a Rússia.
Kiev reagiu a este anúncio classificando a decisão do Kremlin como "uma manobra imoral". Em declarações à Reuters, fonte oficial da presidência ucraniana, acusou a Rússia de tentar "usar o sofrimento das pessoas para criar uma imagem televisiva".
"Eles são cidadãos da Ucrânia, eles devem ter o direito de evacuar para o território da Ucrânia", acrescentou a mesma fonte.
Em linha com estas declarações, a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, num vídeo gravado para as plataformas do governo e redes sociais sublinhou que "o nosso povo de Kiev não vai para a Bielorrússia para depois voar para a Rússia".
A governante exigiu ainda que "a Rússia pare de manipular e abusar da confiança dos líderes mundiais".
O anúncio surge dois dias depois de não ter sido respeitado o cessar-fogo na cidade de Mariupol, onde centenas de milhares de pessoas estão presas sem comida nem água, incapazes de evacuar os feridos de guerra.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, apelou, esta segunda-feira, à imposição de embargos ao petróleo e produtos derivados da Rússia.
"As fontes de energia que importamos pagam a operação militar russa", afirmou Gabrielius Landsbergis, num encontro com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, em Vilnius.
"Não podemos pagar pelo petróleo e gás com o sangue da Ucrânia", realçou, citado pela BBC.
O apelo surge num dia em que o primeiro-ministro de Itália, Mario Draghi, vai reunir-se com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, para discutir a atual dependência energética daquele país relativamente à Rússia e o que pode ser feito para diversificar as fontes de fornecimento.
A Itália e a Alemanha figuram entre os países europeus que serão mais severamente atingidos por restrições às importações de petróleo russo.
De acordo com a BBC, que cita fontes ucranianas, o encontro está marcado para as 14h (hora de Lisboa).
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, deverá reunir-se, na próxima quinta-feira, com o seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba.
O encontro terá lugar em Antalya, na Turquia, avança a BBC.
Se o conflito na Ucrânia continuar, o número de refugiados a chegar à União Europeia (UE) pode chegar aos cinco milhões. O alerta foi dado esta segunda-feira por Josep Borrell. O responsável máximo da diplomacia da UE apelou aos Estados-membros para se prepararem.
"Temos de estar preparados para receber cerca de cinco milhões de pessoas. Temos de mobilizar todos os recursos da UE para ajudar os países a receber gente. Vamos precisar de mais escolas, mais centros de receção, mais tudo", indicou.
Doorstep by @JosepBorrellF at today's Informal meeting of #Development Ministers in #Montpellier.
"We must mobilise all our resources to help the countries that have a border with #Ukraine to establish the means necessary to welcome Ukrainian refugees"https://t.co/yI6dYkaFUH
A bolsa de Lisboa é a única praça europeia a resistir à maré vermelha europeia, num dia marcado pelo recuo dos principais índices bolsistas, pressionados pelo disparo ainda mais agravado das matérias-primas, na sequência das notícias que dão conta que os EUA irão banir as importações de petróleo russo.
O PSI-20 segue a valorizar 0,29% para 5347,29 pontos em contra-ciclo com a Europa. Este valor pode ser explicado pela composição do índice, com grande presença do setor energético, que esta segunda-feira, à boleia do disparo da cotação do petróleo no mercado internacional, está a puxar o PSI-20 para o verde.
O setor energético regista não só as quedas mais ligeiras, como lidera com o ganho mais expressivo da Galp. A petrolífera liderada por Andy Brown segue a disparar 9,39% para 11,82 euros. Para além do disparo do ouro negro no mercado internacional, a empresa está a ser favorecida pela subida do preço-alvo atribuida pelo grupo Mediobanca.
Por sua vez, a EDP Renováveis ganha 3,69% para 21,36 euros, enquanto a empresa-mãe valoriza 2,36% para 4,11 euros, invertendo o arranque de sessão no vermelho. Já a REN permanece inalterada nos 2,59 euros. A Greenvolt é a única cotada do setor energético em terreno negativo, sendo no entanto uma das empresas com as perdas mais ligeiras do PSI-20, estando a derrapar 0,89% para 5,59 euros.
Lá fora, o "benchmark" europeu, Stoxx 600 segue a desvalorizar 2,29% para 412,11 pontos, estando a caminho do "bear market" face ao pico alcançado em janeiro. Dos vinte setores que compõe o índice apenas "oil & gas" (4,26%) e recursos básicos (2,92%) estão no verde, sendo os mais penalizados banca (-4,54%) e automóvel (-4,50%).
Nas restantes praças europeias, o espanhol IBEX caiu 2,56%, o alemão DAX tombou 3,11% e o francês CAC 40 mergulhou 2,01%.Londres caiu 1,63%, enquanto Amesterdão deslizou 0,66% e Milão mergulhou 1,93%.
Os mais recentes desenvolvimentos da guerra da Rússia sobre a Ucrânia estão a atirar o euro para novos mínimos, favorecendo moedas consideradas "ativos refúgio" como o dólar norte-americano o franco suíço.
Pela primeira vez, desde janeiro de 2015, o euro caiu durante a madrugada lisboeta abaixo da paridade com o franco suíço para 0,9980 francos, tendo entretanto aliviado para 1,0065 francos.
Face ao dólar, a moeda única europeia segue a mergulhar 0,53%, caindo abaixo do patamar psicológico dos 1,10 dólares, mais concretamente para 1,0870 dólares.
Por sua vez, a libra caiu 0,12% contra o dólar norte-americano, para 1,3145 dólares renovando mínimos de dezembro de 2020, tendo entretanto aliviado para 1,3197 dólares.
Nos mercados emergentes do bloco, o destaque vai para o polaco zloty que bateu um novo recorde face ao euro, ao descer 0,22% para 0,2003 euros, estando entretanto a ser negociado nos 0,2018 euros.
Do lado de lá do Altântico, o índice do dólar da Bloomberg – que compara a nota verde com 16 divisas rivais – está a subir 0,33% para 98,97 pontos
O Kremlin indicou que poderá suspender os ataques na Ucrânia "a qualquer momento" desde que Kiev aceite as condições de Moscovo. Assim, a Ucrânia terá de reconhecer a Crimeia como russa e Donetsk e Luhansk como Estados independentes, referiu Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin. Mas as condições de Moscovo não páram aqui. A Ucrânia deverá alterar a sua Constituição e rejeitar a adesão a qualquer bloco (como a NATO, por exemplo). A Rússia irá terminar a "desmilitarização" da Ucrânia e, se as condições forem cumpridas, a ofensiva militar russa terminará "de imediato", acrescentou.
Assim, a Ucrânia terá de reconhecer a Crimeia como russa e Donetsk e Luhansk como Estados independentes, referiu Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin.
Mas as condições de Moscovo não páram aqui. A Ucrânia deverá alterar a sua Constituição e rejeitar a adesão a qualquer bloco (como a NATO, por exemplo).
A Rússia irá terminar a "desmilitarização" da Ucrânia e, se as condições forem cumpridas, a ofensiva militar russa terminará "de imediato", acrescentou.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, rejeitou apelos para flexibilizar os pedidos de visto para ucranianos que fogem do país devido à invasão russa.
Boris Johnson afirmou que, apesar de o Reino Unido ser "muito generoso", o país quer manter os controlos a quem chega.
"Dado o que está a acontecer na Ucrânia, penso que é sensato garantir que temos alguma habilidade básica para verificar quem entra", disse, citado pela BBC.
As principais bolsas norte-americanas não escaparam ao dominó de perdas que tem dominado o mercado esta segunda-feira, provocado pela possível exclusão das importações petrolíferas à Rússia que Washington está a considerar.
Apesar de a decisão ainda não estar tomada, a possibilidade bastou para fazer disparar novamente o preço das matérias-primas e provocar um turbilhão nos mercados de capitais, ao qual Wall Street não foi indiferente.
O S&P 500 arrancou a sessão de negociação a cair 0,16% para 4.322,07 pontos, o industrial Dow Jones desvalorizava 0,82% para 33.339,79 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite até começou por somar 0,08% para 13.323,58 pontos, mas rapidamente inverteu para terreno negativo.
"Quando juntamos o impactos da pandemia e a inflação elevada à situação da Rússia, temos como resultado uma maior volatilidade", afirmou Greg Bassuk, da AXS Investments, citado pela Reuters. "Estamos muito otimistas com as ações, mas alermos os investidores para que se preparem para um caminho difícil nas próximas semanas."
O presidente da câmara de Irpin, a 20 quilómetros da capital ucraniana, Kiev, afirmou que as operações de evacuação estão a decorrer de forma pacífica.
Segundo Oleksandr Markushyn, aproximadamente mil civis foram retirados em segurança daquela cidade que esteve, este domingo, debaixo de intenso fogo de artilharia.No entanto, Irpin continua a ser bombardeada, ainda que as forças ucracianas tenham reprimido ataques das forças russas obrigando-as a recuar para os limites da cidade, ressalvou o edil, em declarações ao meios de comunicação social locais, citado pela BBC.
Um conselheiro do Ministério do Interior ucraniano indicou, porém, que outros locais a noroeste, incluindo Bucha, Hostomel e Vorzel encontram-se agora sob controlo das forças russas, pelo que a situação permanece crítica.
Um dos conselheiros do Presidente da Ucrânia, que participa nas negociações com a Rússia, apelou a Moscovo para pôr termo aos ataques contra civis. "Dentro de poucos minutos, vamos começar a conversar com os representantes de um país que acredita piamente que a violência em larga escala contra civis é um argumento. Provem não ser o caso", escreveu Mykhailo Podolyak, no Twitter. A mensagem foi publicada pouco antes do início da terceira ronda de negociações entre a Ucrânia e a Rússia, depois de as duas anteriores não terem resultado em qualquer progresso em direção à paz. O terceiro encontro das delegações, igualmente na Bielorússia, deverá voltar a estar centrado nos corredores humanitários.
"Dentro de poucos minutos, vamos começar a conversar com os representantes de um país que acredita piamente que a violência em larga escala contra civis é um argumento. Provem não ser o caso", escreveu Mykhailo Podolyak, no Twitter.
A mensagem foi publicada pouco antes do início da terceira ronda de negociações entre a Ucrânia e a Rússia, depois de as duas anteriores não terem resultado em qualquer progresso em direção à paz.
O terceiro encontro das delegações, igualmente na Bielorússia, deverá voltar a estar centrado nos corredores humanitários.
A Waves, a criptomoeda criada pela rede blockchain com o mesmo nome fundada pelo ucraniano Sasha Ivanov, disparou mais de 15% nas últimas 24 horas, apresentando o melhor desempenho do mercado das criptomoedas, depois de Ivanov ter publicado no Twitter uma publicação de solidariedade para com o seu país.
I am from Zaporozhye, Ukraine. pic.twitter.com/NwsYRztjr0
O empresário ucraniano, formado em física pela Universidade de Moscovo, publicou um tweet dois dias depois de o exército russo ter começado a invasão com a Ucrânia com a imagem da bandeira da Ucrânia com a frase "eu sou de Zaporizhzhia na Ucrânia" e desde então que a criptomoeda da plataforma tem estado em alta.
Nos últimos sete dias, a Waves escalou 68,78%, tendo nas últimas 24 horas valorizado 15,45% para 21,46 dólares.
Este movimento surge numa altura em que o mercado de mais de 18 mil criptoativos atravessa uma maré vermelha, agravada pelo conflito na Ucrânia e pelo anúncio por parte da Reserva Federal norte-americana sobre a subida das taxas de juro já este mês.
A bitcoin, que domina cerca de 40% da capitalização do mercado das criptomoedas, está a valorizar 0,63% para 38.985,46 dólares, enquanto a ethereum, a "número dois" do mercado, está a cair 0,22% para 2.614,22 dólares.
Nas últimas 24 horas, o mercado de 18.804 criptomoedas está na linha de água, a subir 0,04% para pouco mais de 1,75 biliões de dólares.
Desde as 04h00 de 24 de fevereiro, quando o ataque do exército russo contra a Ucrânia começou, até às 00h00 (hora local) de domingo, dia 6 de março, foram contabilizadas 1.207 vítimas entre a população civil ucraniana, das quais 406 mortais.
Os números foram atualizados esta segunda-feira pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos que dá conta de 406 civis mortos na Ucrânia, assim como de 801 feridos.
A maior parte das baixas civis foi causada por armas explosivas com grande área de impacto, incluindo bombardeamentos de artilharia pesada, lançamento de mísseis e ataques aéreos.
A ONU acredita, no entanto, que os números das vítimas serão significativamente mais elevados, especialmente em zonas do território controladas pelo Governo, atendendo, por exemplo, a que há informações de certas localizações por chegar e outras que carecem de confirmação. É o caso nomeadamente da cidade de Volnovakha, onde existem alegações apontando para centenas de vítimas civis.
O Canadá vai impor novas sanções contra dez indivíduos descritos como "cúmplices" da "invasão injustificada" da Ucrânia por parte da Rússia.
O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro, Justin Trudeau, que indicou estarem em causa "antigos e atuais membros do governo, oligarcas e apoiantes da liderança russa".
Durante uma conferência de imprensa conjunta com os homólogos britânico e holandês, Justin Trudeau revelou que os indivíduos em causa foram escolhidos de uma lista compilada pelo líder da oposição russa Alexei Navalny.
O "ouro negro" segue a negociar em alta nos principais mercados internacionais, se bem que já distante dos máximos da sessão atingidos durante a manhã.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a somar 4,48% para 123,40 dólares por barril, depois de já ter estado a disparar 17,8% - altura em que tocou nos 139,13 dólares.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, avança 3,09% para 119,26 dólares por barril. Durante a manhã chegou a escalara 12,81% para 130,50 dólares.
Os preços estiveram assim muito perto dos níveis mais altos de sempre. Recorde-se que o Brent do Mar do Norte atingiu um máximo histórico de 147,50 dólares a 11 de julho de 2008. Já o recorde de sempre do WTI, também estabelecido a 11 de julho desse ano, foi de 147,27 dólares.
O escalar da ofensiva russa na Ucrânia e as sanções económicas que têm estado a ser impostas a Moscovo têm alimentado a subida dos preços do petróleo, para mais numa altura em que os EUA colocaram a possibilidade de proibir as importações de crude russo.
No entanto, os preços acabaram por aliviar um pouco, depois de a Alemanha ter dito que não planeia suspender a importação de energia russa, o que contribuiu para a volatilidade do mercado, que receia um grande choque inflacionista na economia global devido às subidas de preços.
Os bancos portugueses têm um número "muito reduzido" de ativos financeiros detidos por oligarcas russos que sejam alvo de sanções internacionais devido à invasão da Ucrânia. O Banco de Portugal avançou, em declarações ao Negócios, que está a acompanhar a aplicação das medidas, após ter enviado ainda na semana passada uma lista de pessoas e entidades sancionadas às instituições financeiras. Leia mais aqui.
Os juros da dívida soberana na Europa seguem em alta, alta, numa altura em que os receios em torno da escalada da inflação a nível global se intensificam.
As previsões de inflação ajustadas às obrigações a 10 anos nos mercados europeu e norte-americano dispararam para um máximo histórico, num momento em que os preços do crude continuam a subir.
A taxa de 'breakeven inflation' a 10 anos (um indicador da inflação prevista, contida no preço destes títulos), que decorre da diferença entre as "yields" das obrigações convencionais e as ajustadas à inflação, disparou nos EUA para 2,785%, superando o anterior máximo – que tinha sido atingido em 2005.
Um barómetro similar para a Alemanha escalou 23 pontos base para um máximo de sempre, nos 2,63%.
Nos mercados da Zona Euro, os juros da dívida portuguesa a 10 anos seguem a somar 3 pontos base para 0,855%.
Por seu lado, em França os juros no mesmo vencimento avançam também 3 pontos base para se fixarem em 0,457%.
Já as "yields" das Bunds alemãs a 10 anos, referência para a Europa, acompanham o movimento de subida, a ganharem 4,4 pontos base para -0,033%.
Em Itália e Espanha, também no vencimento a 10 anos, as "yields" sobem 5,3 e 3,1 pontos base, para 1,585% e 0,994%, respetivamente.
As bolsas europeias voltaram hoje a cair, com o índice alemão Dax e o Euro Stoxx 500 a fecharem em "mercado urso". Recorde-se que se entra em "bear market" quando um título, índice ou outro activo regista uma queda de pelo menos 20% face ao anterior máximo.
O Dax encerrou a perder 1,98% para 12.834,65 pontos, o nível mais baixo desde novembro de 2020, elevando para 21% a queda total desde o máximo histórico atingido em janeiro deste ano.
Já o Euro Stoxx 50 terminou a cair 1,2%, tendo também entrado em "bear market".
Por seu lado, o francês CAC 40 abriu a sessão desta segunda-feira a afundar mais de 20% face ao seu máximo de janeiro, mas conseguiu travar as quedas durante a tarde, numa altura em que responsáveis ucranianos e russos se preparavam para uma terceira ronda de conversações. O índice fechou a ceder 1,31% para 5.982,27 pontos.
Quanto ao Stoxx Europe 600, terminou o dia a recuar 0,93% para 417,87 pontos, o nível mais baixo dos últimos 12 meses, o que representa uma descida de cerca de 16% desde o seu recorde de janeiro. Isto numa altura em que os investidores se debatem com o preço do petróleo na casa dos 120 dólares por barril.
"Isto vai ser prolongado e doloroso", comentou à Bloomberg um operador da Forte Securities, Keith Templeton. "A inflação está a subir cada vez mais, os preços do gás e da gasolina podem duplicar", declarou.
As cotadas da energia dispararam na sessão de hoje, atingindo máximos de novembro de 2020, ao passo que os títulos da banca, alimentação e bebidas cederam terreno.
O Presidente da República convocou o Conselho de Estado para a próxima segunda-feira, dia 14 de março com a situação na Ucrânia como único ponto da agenda.
O órgão consultivo de Marcelo Rebelo de Sousa vai reunir-se às 15 horas, no Palácio da Cidadela, em Cascais, refere uma nota publicada esta segunda-feira no site da Presidência da República. "O Presidente da República convocou o Conselho de Estado para o próximo dia 14 de março, pelas 15 horas no Palácio da Cidadela em Cascais, com o único ponto da ordem de trabalhos: a situação na Ucrânia", lê-se na curta nota. O Conselho de Estado é constituído por membros que o são por inerência dos cargos que desempenham (como o Presidente da Assembleia da República, o primeiro-ministro ou o presidente do Tribunal Constitucional) ou que ocuparam e por membros designados pelo Presidente da República (Luís Marques Mendes, Leonor Beleza ou António Damásio) e eleitos pela Assembleia da República (Calros César, Francisco Louçã ou Rui Rio).
O Conselho de Estado é constituído por membros que o são por inerência dos cargos que desempenham (como o Presidente da Assembleia da República, o primeiro-ministro ou o presidente do Tribunal Constitucional) ou que ocuparam e por membros designados pelo Presidente da República (Luís Marques Mendes, Leonor Beleza ou António Damásio) e eleitos pela Assembleia da República (Calros César, Francisco Louçã ou Rui Rio).
A terceira ronda de negociações entre Ucrânia e Rússia terminou sem grandes avanços, admitiram ambas as partes.
Do lado ucraniano, foram destacados "pequenos progressos positivos" na logística dos corredores humanitários.
Um dos negociadores ucranianos disse à Reuters que não foi alcançado qualquer acordo que melhore substancialmente a atual situação no terreno.
Já o Kremlin assume que as negociações que hoje decorreram na Bielorrússia "ficaram aquém das nossas expetativas".
A Comissão Europeia está a tentar cortar a fundo a dependência do gás russo ainda este ano, podendo chegar a 80% das atuais necessidades de importação, avança a Bloomberg, que cita duas fontes conhecedoras do dossier.
O plano, que vai ser apresentado esta terça-feira, deverá avançar com medidas para explorar novas geografias para suprir as necessidades de gás da União Europeia, reduzindo a influência de Moscovo. De acordo com a Bloomberg, o objetivo passa também por aumentar a eficiência energética e por uma maior eletrificação das economias.
A revisão da estratégia energética europeia segue-se à invasão russa da Ucrânia e faz parte de um conjunto mais alargado de medidas de retaliação ao Kremlin.
O executivo comunitário deverá também recomendar aos Estados-membros que iniciem um processo de armazenamento de gás para enfrentarem o próximo inverno, dada a incerteza face à duração e consequências da guerra.
As medidas ainda não estão fechadas e podem sofrer alterações até ao momento da apresentação por parte da Comissão. Em todo o caso, há um duplo objetivo no plano de Bruxelas: por um lado, reduzir a dependência da Rússia e, por outro, alcançar a meta definida para a redução dos gases com efeito de estufa em 55% face aos níveis de 1990.
Os preços das matérias-primas em geral continuam a disparar, devido à ofensiva russa na Ucrânia e às suas consequências.
É o caso do níquel, que hoje escalou 30% para 55.000 dólares por tonelada no Mercado Londrino de Metais (LME), o que constitui um máximo histórico. E isto devido aos receitos dos investidores de que a Rússia não consiga exportar a sua produção deste metal industrial.
A empresa russa Nornickel Norilsk, recorde-se, é uma das mais importantes do setor.
Com esta insegurança e volatilidade nos mercados, os investidores continuam a apostar em valores refúgio, como é o caso do ouro – que superou o patamar dos 2.000 dólares por onça, o que não acontecia desde agosto de 2020.
Já o trigo subiu para máximos de 14 anos, com os operadores e compradores industriais a debatarem-se para arrecadar matérias-primas atingidas por perturbações da oferta devido à invasão da Ucrânia pela Rússia.
As bolsas do outro lado do Atlântico encerraram em baixa, pressionadas pela fuga dos investidores para ativos considerados seguros, como o ouro e o dólar norte-americano.
O índice industrial Dow Jones fechou a ceder 2,37% para 32.817,38 pontos e o Standard & Poor’s 500 recuou 2,95% para 4.201,09 pontos.
Já o tecnológico Nasdaq Composite registou uma descida de 3,62% para 12.830,96 pontos.
A negociação bolsista continua a ser fortemente penalizada pela incerteza que se vive em torno da ofensiva russa na Ucrânia e pelos receios de que a inflação continue a escalar.
A forte subida dos preços do petróleo está a contribuir para deixar os operadores das bolsas ainda mais nervosos.
Perante este cenário, os investidores estão a fugir das ações e de outros ativos de risco, como a bitcoin, e a apostar em valores-refúgio – como o ouro e o dólar.
Perante a situação "difícil" em que o Presidente da Rússia se colocou com a invasão da Ucrânia não será fácil Vladimir Putin "salvar a face" e talvez a solução esteja nas mãos do povo russo, defendeu hoje o general Valença Pinto.
Para Luís Valença Pinto, general e antigo chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, Putin colocou-se numa situação particularmente difícil, ao decidir pela invasão agressora da Ucrânia, mas é necessário e urgente encontrar uma solução diplomática para este problema.
"A única coisa que me parece possível e razoável - mas o acordo de Minsk já o consagrou e depois a Rússia abandonou - seria consagrar uma extensa autonomia às regiões de Donetsk e Lugansk e, nesse contexto, respeitar a identidade dos russófonos dessa região. Mas sem quebrar a unidade do Estado ucraniano", disse Valença Pinto, durante uma sessão das conferências Lisbon Speed Talks, dedicada ao tema da Guerra da Ucrânia.
Mas, mesmo perante esta eventual solução, Valença Pinto admite que não vê uma forma fácil de "salvar a face" de Putin, o que considera ser uma variável relevante para o solucionar da crise ucraniana. "Eu penso que, de alguma forma - mas isto é uma questão delicada - o problema será devolvido aos russos. Aos oligarcas e à população", disse o estratego militar, na conversa desta sessão, onde respondeu às questões da jornalista e diretora da agência Lusa, Luísa Meireles.
Valença Pinto admite que os oligarcas e a população se possam insurgir contra o autoritarismo de Putin, provocando eventualmente uma mudança de regime, resolvendo assim um problema que, de outra forma, se tornou particularmente complexo.
O general começou por dizer que esta invasão agressora da Ucrânia por parte da Rússia foi uma surpresa, porque se acreditava que "a Europa estava a salvo de uma guerra de conquista". Mas, "até pelo inesperado", esta invasão russa vai provocar uma "transformação significativa na segurança europeia", defendeu Valença Pinto, salientando três aspetos em particular.
"Esta guerra reinventou o Ocidente. Já não sabíamos o que era o Ocidente... (...) Esta guerra revitalizou a Aliança Atlântica. (...) E veio provar que, afinal, a Europa não é um território de consensos impossíveis", argumentou o analista.
Para Valença Pinto, a invasão da Ucrânia veio também acentuar a parceria entre os Estados Unidos e a União Europeia, a que se associou "de forma particularmente rápida" o Reino Unido do primeiro-ministro Boris Johnson. "A partir de agora, os Estados Unidos vão dar maior atenção à Europa", defendeu Valença Pinto, considerando que esse é um aspeto que deve ter chamado a atenção de um protagonista relevante nesta crise ucraniana: a China.
"Com a sua sabedoria milenar, a China está particularmente atenta ao que se está a passar. E o que a China viu foi uma rápida conjugação de vontades entre os Estados Unidos e a Europa. E viu também o empenho do Reino Unido para essa conjugação de vontades", concluiu o general.
Valença Pinto considera que a questão da adesão da Ucrânia à NATO é um problema à margem da invasão russa, defendendo que Kiev nunca esteve, e continua a não estar, preparada para aderir à Aliança Atlântica, até porque os países vizinhos nunca viram essa hipótese com bons olhos.
"Uma dimensão diferente é a eventualidade da adesão da Ucrânia à União Europeia. Essa, penso que deverá acontecer, talvez até mais cedo do que estava previsto", antevê o general.
Lusa
A Rússia propôs um novo cessar-fogo, com início às 10:00 na hora de Moscovo (07:00 da manhã em Lisboa) de terça-feira, dizendo estar aberta à abertura de corredores de evacuação a partir de Kiev, Chernihiv, Sumy, Kharkiv e Mariupol.
A informação foi avançada pelos meios de comunicação russos, citando a Sede da Coordenação Russa para a Resposta Humanitária na Ucrânia.
"A Rússia declara um cessar-fogo a partir das 10:00 de 8 de março e está pronta a providenciar corredores humanitários: de Kiev e regiões adjacentes à Federação Russa, através do território da República da Bielorrússia, até Gomel [cidade bielorrussa]", refere a CNN citando alguns meios russos.
A Rússia tem sido acusada de oferecer aos civis ucranianos a possibilidade de sair das cidades bombardeadas apenas em direção à Rússia ou à Bielorrússia.
A Ucrânia ainda não se pronunciou sobre esta nova proposta da Rússia.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, publicou esta noite um vídeo gravado no seu gabinete, em Kiev.
Num discurso de nove minutos, sentado à secretária, no palácio presidencial – de onde não surgiam imagens desde o início da invasão russa, na madrugada de 24 de fevereiro –, Zelensky disse que "o exército ucraniano mantém as suas posições".
Zelensky afirmou, citado pela CNN, que permanece em Kiev. "Não tenho medo de ninguém", acrescentou.
"Costumávamos dizer que segunda-feira é um dia duro. Há uma guerra no país. Por isso, todos os dias são segunda-feira", começou por dizer o presidente ucraniano na sua mensagem ao país.
"Hoje é o 12.º dia. A 12.ª noite da nossa luta. A nossa defesa. Estamos todos no terreno, estamos todos a trabalhar. Todos estão onde deveriam estar. Os militares estão nas suas posições. Os nossos heróis! Médicos, socorristas, transportadores, diplomatas, jornalistas… Todos", declarou.
"Olhemos para o nosso país hoje. Chaplynka, Melitopol, Tokmak, Novotroitske e Kherson. Starobilsk. Em todo o lado, as pessoas estão a defender-se, apesar de não terem armas nessas regiões. Mas é o nosso povo e é por isso que têm armas. Têm coragem. Dignidade. E, por isso, têm a capacidade de sair à rua e dizer: estou aqui, isto é meu e não vou abrir mão disto. Da minha cidade. Da minha comunidade. Da minha Ucrânia".
"Todos os homens e mulheres da Ucrânia que protestaram contra os invasores ontem e hoje, e que o farão de novo amanhã, são heróis".
E prossegue: "Há perto de três anos, após as eleições presidenciais, entrámos neste edifício, neste gabinete, e começámos de imediato a planear a nossa saída. Sonhei transferirmo-nos para Bankova. O Governo e o Parlamento. Para libertar o centro de Kiev e seguirmos para um gabinete moderno e transparente, a condizer com um país europeu democrático e progressista. Agora digo uma coisa: vou ficar aqui. Fico em Kiev. Na Rua Bankova. Não estou a esconder-me. E não tenho medo de ninguém".
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