Europa termina semana em máximos históricos. Petróleo com a pior semana desde março

Acompanhe aqui o dia nos mercados.
Reuters
Carla Pedro e Cátia Rocha e Gonçalo Almeida e Leonor Mateus Ferreira 06 de Agosto de 2021 às 17:28
Últimos eventos
Futuros da Europa apontam para uma abertura cautelosa

Os futuros da Europa apontam para um arranque de sessão cauteloso, numa altura em que os investidores continuam de olho na época de resultados do semestre, mas sem desviar atenções da variante delta da covid-19, que poderá ter reflexo na recuperação económica global.

O aumento do número de casos na Ásia tem merecido especial atenção, numa altura em que a China continua a ver o número de casos a subir. No Japão, por exemplo, os números mais recentes da covid-19 apontam para 5 mil casos diários.

Na Ásia, as principais bolsas fecharam em alta ligeira, com o aumento de casos de covid na mente dos investidores. O índice japonês Nikkei terminou a sessão a subir 0,33% e o Topix a avançar 0,02%.

Na Europa, hoje é dia de conhecer resultados da seguradora Allianz ou da gigante de imobiliário Vonovia.

Na divulgação de dados estatísticos, a manhã começa com uma queda inesperada da produção industrial na Alemanha. Este indicador caiu 1,3% em junho, face ao mês de maio. A estimativa da Reuters apontava para uma subida de 0,5%. Esta quebra sugere que a recuperação económica pode estar a abrandar na maior economia europeia.

Ouro a caminho de uma queda semanal. Onça toca nos 1.800 dólares

O ouro está a caminho de uma queda semanal, numa altura em que os investidores aguardam a divulgação de dados no emprego nos Estados Unidos e acompanham a evolução da variante delta. 

O metal precioso está, nesta altura, a cair 0,24%, com a onça já nos 1.800,09 dólares. Este valor é encarado como uma barreira psicológica no valor do ouro. 

Nas últimas quatro sessões, o ouro tem vindo a fechar no vermelho, com exceção desta quarta-feira, quando apreciou ligeiramente (0,07%). 

Os analistas ouvidos pela Bloomberg apontam que a procura pelo ouro poderá sofrer alterações com a revelação dos dados do emprego nos EUA. "Caso existam dados mais fortes do que antecipado no relatório do emprego isso poderá reforçar a ideia de que uma alteração de posição [na política monetária] pode vir a acontecer mais cedo, o que poderá trazer uma maior pressão aos preços do ouro", diz Yeap Jun Rong, estratega da IG Asia Pte à Blooomberg. 

Dólar em alta ligeira

O dólar está a apreciar ligeiramente, com o índice que mede o desempenho desta divisa contra um cabaz composto por moedas rivais a avançar 0,09%. 

Na Europa, o euro está a cair 0,12% perante a nota verde, para 1,1820 dólares. A libra esterlina cai 0,08% face ao dólar, para 1,3920 dólares.

Juros de Portugal inalterados. Yield da Alemanha a subir

Os juros da dívida dos países da Zona Euro estão a subir esta sexta-feira, com exceção das yields de Portugal e Espanha. 

Os juros da dívida alemã com maturidade a dez anos agravam-se 0,5 pontos base, para -0,496%. 

Já a yield de Itália, também com maturidade a dez anos, sobe 0,5 pontos base para os 0,533%. 

Na Península Ibérica, a tendência é diferente. Os juros da dívida de Portugal com maturidade a dez anos estão inalterados, nos 0,097%. Em Espanha, os juros da dívida a dez anos recuam 0,1 pontos base, para 0,202%. 

Preços do petróleo a subir. Crude ainda abaixo dos 70 dólares

O petróleo está a caminho da maior queda semanal desde o mês de março, com a variante delta a lançar nuvens sobre a retoma económica e a procura. Com o número de casos de covid-19 a subir na China, o maior importador de crude, os investidores estão atentos à evolução da pandemia nesta região. 

Por esta altura, o West Texas Intermediate está a subir 0,26%, com o barril nos 69,27 dólares, ainda abaixo da fasquia dos 70 dólares por barril. Esta semana, o preço do crude já caiu 5,9%, a maior queda desde 19 de março. Além da variante delta, também um número acima do antecipado de inventários nos EUA pesou no preço esta semana.

Já o brent do Mar do Norte, que serve de referência a Portugal, está a avançar 0,34% esta sexta-feira, com o barril a negociar nos 71,53 dólares. 

Europa no vermelho, com apenas dois setores em terreno positivo

As praças europeias estão a negociar no vermelho, num dia em que os investidores continuam de olho na evolução da pandemia e a dedicar atenção à época de resultados. Esta sexta-feira, os investidores aguardam ainda a revelação sobre os dados do emprego nos Estados Unidos.

O Stoxx 600, o índice que agrupa as 600 maiores cotadas na Europa, está a cair 0,15%. Nesta altura, apenas dois setores estão em terreno positivo. 

O setor do turismo e lazer é aquele que mais pesa, a desvalorizar 0,90%. Já o setor do retalho cede 0,45% e o setor do imobiliário deprecia 0,41%. 

Nas principais praças europeias, apenas o PSI-20 e o alemão DAX estão em terreno positivo. O PSI-20 avança 0,54% e o DAX está a valorizar 0,04%. O espanhol IBEX 35 cai 0,39%, o francês CAC40 deprecia 0,21% eo inglês FTSE 100 desvaloriza 0,19%. 

Apesar do deslize para o vermelho nesta sessão, a Europa está a caminho daquela que poderá ser a melhor semana desde maio.

Mais empregos nos EUA embalam recordes em Wall Street

As bolsas do outro lado do Atlântico abriram em terreno positivo, animadas sobretudo pelo número de contratações acima do esperado nos EUA em julho. O Dow e o S&P 500 estão a negociar em máximos de sempre.

 

O índice industrial Dow Jones segue a somar 0,44%, para se fixar nos 35.218,37 pontos, o que constitui um novo máximo histórico.

 

Já o Standard & Poor’s 500 avança 0,23%, para 4.439,12 pontos, que é também um máximo de sempre.

 

Em contrapartida, o tecnológico Nasdaq Composite cede terreno, mas muito marginalmente. Segue a deslizar 0,06% para 14.885,72 pontos. Na negociação intradiária de ontem atingiu um máximo de sempre, nos 14.896,48 pontos.

 

A contribuir para o movimento de subida do Dow e do S&P 500 estão os dados melhores do que o esperado do mercado laboral de julho, com um aumento de 943.000 empregos (a maior subida desde agosto de 2020), quando a estimativa do mercado apontava para 870.000 novas contratações.

 

Este foi o segundo relatório consecutivo do mercado de trabalho com contratações acima da fasquia dos 800.000.

 

Já a taxa de desemprego recuou para 5,4%, contra 5,9% no mês precedente, mais um sinal de que o crescimento da economia continua bem encarrilado.

Dólar forte e receios com covid atiram petróleo para pior semana desde março

Os preços do "ouro negro" seguem a recuperar das maiores perdas da sessão, se bem que nos EUA ainda estejam a negociar em baixa. O petróleo está a caminho da pior semana desde março, uma vez que o aumento de casos de covid-19 suscita dúvidas quanto à procura por esta matéria-prima devido a novas restrições à circulação em muitas regiões do mundo.

 

O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em setembro cede 0,29% para 68,89 dólares por barril.

 

Já o contrato de setembro do Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e referência para as importações europeias, conseguiu recuperar fôlego mas avança muito marginalmente, com uma subida de 0,03% para 71,31 dólares.

 

Além dos receios em torno da pandemia, especialmente com o avanço das infeções com a variante delta do coronavírus, também a valorização da moeda norte-americana está a pesar, dado que os ativos denominados em dólares ficam menos atrativos para quem negoceia com outras moedas.

 

A nota verde está a fortalecer depois dos dados melhores do que o esperado do mercado laboral nos EUA em julho, já que isso reforça a ideia de que a Fed estará perto de começar a retirar gradualmente os seus estímulos [o chamado ‘tapering’].

 

Em julho criaram-se 943.000 postos de trabalho nos EUA (a maior subida desde agosto de 2020), quando a estimativa do mercado apontava para 870.000 novas contratações.

 

Este foi o segundo relatório consecutivo do mercado de trabalho com contratações acima da fasquia dos 800.000.

 

Já a taxa de desemprego recuou para 5,4%, contra 5,9% no mês precedente, mais um sinal de que o crescimento da economia continua bem encarrilado.

Emprego nos EUA dá força ao dólar

O relatório sobre o mercado de trabalho nos EUA de julho foi uma "surpresa positiva", segundo Henrique Tomé, analista da XTB. Foram criados 943 mil empregos na economia norte-americana durante o mês passado, ficando acima do esperado.

A taxa de desemprego situou-se em 5,4% (contra uma estimativa de 5,7%) e os salários subiram 4% face ao período homólogo (em relação a 3,9% esperados). 

Em reação, Wall Street segue em alta a renovar máximos, enquanto o dólar norte-americano aprecia-se contra os principais pares. Face ao iene japonês, a divisa dos EUA aprecia-se 0,5%. Em sentido contrário, o euro cai 0,65% para 1,176 dólares.

Ouro cai abaixo dos 1.800 dólares

O preço do ouro está a cair para o valor mais baixo em mais de um mês esta sexta-feira, após o relatório do emprego nos Estados Unidos ter mostrado um mercado de trabalho mais robusto que o esperado, o que poderá levar a Reserva Federal a começar a retirar estímulos mais cedo que o previsto.

"Os números dos empregos estão a penalizar o ouro porque varreram quaisquer expetativas. Por isso, o mercado está a antecipar que a data de tapering da Fed possa ser antecipada e anunciada em setembro, que um plano seja delineado em dezembro e que o tapering em si mesmo avance em janeiro", diz Phillip Streible, estratega de mercados da Blue Line Futures, à Reuters.

Juros das dívidas quebram série de perdas

Os dados conhecidos nos EUA também tiveram impacto deste lado do Atlântico. A yield das Bunds alemãs a dez anos agrava 4,4 pontos base, mantendo-se ainda assim negativa, nos -0,458%. Esta é a maior subida diária desde 17 de junho.

É que um mercado de trabalho forte é visto como potencial catalisador de uma ação dos bancos centrais e consequente subida dos juros das dívidas públicas. Ainda assim, a reação da Alemanha é menor que nos EUA, o que levou o diferencial entre Alemanha e EUA para o valor mais elevado também desde junho.

Nos países do sul da Europa, a tendência foi semelhante. A yield de Portugal a 10 anos sobe 2,8 pontos base para 0,126%, invertendo a tendência de baixa das últimas sessões. Espanha acompanha com um avanço de 3,7 pontos base para 0,24%.

Europa volta a renovar máximos históricos

As ações europeias terminaram o dia em alta, conseguindo-se assim renovar máximos históricos, com os resultados das empresas e os dados sobre o emprego nos EUA a darem força ao sentimento dos investidores. 

O Stoxx 600, índice que agrupa as 600 maiores cotadas da região, subiu cerca de 0,1% terminando a semana com um ganho acumulado de 1,8%.

Entre as empresas, o banco ING deu gás a todo o setor na Europa depois de ter apresentado resultados acima do previsto.

Nas seguradoras, a Allianz subiu 2,5% depois de melhorar as perspetivas para a segunda metade do ano e de ter anunciado um programa de compra de ações próprias. 

A taxa de desemprego nos EUA situou-se em 5,4%, abaixo de uma estimativa de 5,7%, e os salários subiram 4% face ao período homólogo (em relação a 3,9% esperados).

Pub
Pub
Pub