Europa negoceia com maioria dos índices no verde. Stoxx 600 aproxima-se de recorde
Juros das dívidas europeias agravam-se
Iene recua com perspetivas de política monetária incertas
Ouro cede com dados da inflação nos EUA. Prata caminha para valorização de 6% na semana
Petróleo desvaloriza e caminha para segunda semana seguida de perdas
Ásia fecha em alta com inflação nos EUA a aumentar apetite pelo risco. Softbank disparou 6%
Europa negoceia com maioria dos índices no verde. Stoxx 600 aproxima-se de recorde
Os principais índices europeus negoceiam com ganhos em praticamente toda a linha na última sessão da semana, depois de o “benchmark” do Velho Continente ter ontem atingido um novo recorde acima dos 886 pontos.
O índice Stoxx 600 – de referência para a Europa – sobe 0,08%, para os 585,84 pontos.
Quanto aos principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX soma 0,22%, o espanhol IBEX 35 cede 0,04%, o italiano FTSEMIB valoriza 0,33%, o francês CAC-40 avança 0,08%, o britânico FTSE 100 sobe 0,01%, depois de ontem ter atingido um novo recorde, e o neerlandês AEX recua 0,07%.
O sentimento dos investidores foi impulsionado depois de se ter registado um arrefecimento da inflação nos EUA, ao mesmo tempo que a previsão de um crescimento económico mais forte pelo Banco Central Europeu (BCE) também oferece algum otimismo aos “traders”.
O Stoxx 600 está agora perto de registar o seu sexto ganho mensal consecutivo, à medida que o índice de referência oscila perto de máximos.
“Sou otimista em relação às ações desde maio e continuo a sê-lo agora — os fundamentos para uma nova subida continuam sólidos, com um crescimento robusto dos lucros, uma economia resiliente, um contexto monetário cada vez mais flexível e um tom mais calmo a continuar a prevalecer na frente comercial”, disse à Bloomberg Michael Brown, da Pepperstone.
Entre os setores, as seguradoras (+0,46%) e o automóvel (+0,42%) lideram os ganhos, enquanto os bens domésticos (-0,40%) e o imobiliário (-0,36%) registam as maiores perdas.
Quanto aos movimentos do mercado, fabricantes de roupa desportiva, incluindo a Adidas (-0,12%) e a Puma (-0,56%), seguem pressionadas pelas contas da gigante norte-americana Nike, depois de a empresa ter alertado que as suas vendas deverão cair neste trimestre. Entre outras cotadas, a WH Smith perde mais de 3%, após a retalhista ter anunciado que iria reduzir o valor do seu dividendo anual pela primeira vez desde a pandemia.
Juros das dívidas europeias agravam-se
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a agravar-se esta sexta-feira. O movimento acontece um dia depois de o Banco Central Europeu ter decidido manter as taxas de juro e apesar da revisão em alta das perspetivas para o crescimento.
As obrigações alemãs a dez anos, tidas como referência para o contexto europeu, estão a avançar 2,4 pontos-base para uma taxa de 2,823%.
Já em França, a subida dos juros é de 2,4 pontos-base para 2,871%. Em Itália a subida é de 1,4 pontos base, para 3,551% de rendibilidade. Espanha acompanha a tendência, com os juros da dívida a 10 anos a subirem 1,9 pontos-base para 3,296%.
A "yield" das Obrigações do Tesouro portuguesas a 10 anos sobem 1,8 pontos para 3,150%.
No Reino Unido, a rendibilidade das obrigações situa-se nos 4,503%, uma subida de 2,4 pontos-base. Nos EUA, as obrigações seguem também a agravar 1,4 pontos-base para uma taxa de rendibilidade de 4,135%.
Iene recua com perspetivas de política monetária incertas
O iene segue a perder terreno depois de o Banco do Japão (BoJ) ter anunciado um aumento nas taxas de juros já antecipado pelos mercados, enquanto o governador do banco central do país deu poucas dicas sobre as perspetivas futuras para a política monetária, deixando em aberto a possibilidade de novos aumentos nas taxas de referência.
A esta hora, o dólar sobe 0,83%, para os 156,840 ienes.
Já pelos EUA, dados mostraram um arrefecimento da inflação, ainda que os investidores se mostrem algo reticentes em relação aos números divulgados, já que a recolha dos dados foi interrompida pela paralisação do Governo Federal dos EUA durante o mês de outubro, fator que inverteu a tendência de desvalorização da “nota verde”.
O índice do dólar - que mede a força da divisa face às principais concorrentes - segue a avançar 0,22%, para os 98,642 pontos.
A libra, por sua vez, segue a negociar com ligeiras desvalorizações, depois de o Banco de Inglaterra ter ontem cortado as taxas de juro. A libra cede 0,03%, para os 1,338 dólares.
Por cá, e depois de o Banco Central Europeu ter mantido os juros diretores inalterados, a moeda única desvaloriza 0,08%, para os 1,171 dólares.
Ouro cede com dados da inflação nos EUA. Prata caminha para valorização de 6% na semana
Os preços do ouro estão a perder terreno nesta sexta-feira, pressionados por uma inflação abaixo do esperado nos EUA e por um dólar mais forte.
O metal amarelo perde 0,22%, para os 4.323,140 dólares por onça.
O dólar manteve-se estável perto de máximos de uma semana, o que torna os metais preciosos cotados em dólares mais caros para os detentores de outras divisas.
“Os dados mais suaves sobre a inflação [...] ajudam a justificar uma trajetória ‘dovish’ da Fed, mas também significa que [os metais preciosos] perdem parte do seu apelo como proteção contra a inflação”, disse à Reuters Tim Waterer, da KCM Trade.
Nesta linha, os futuros das taxas dos fundos federais mostraram um ligeiro aumento na probabilidade de a Fed vir a reduzir as taxas diretoras na sua reunião de janeiro, após a divulgação dos dados da inflação.
Já a prata sobe 0,46%, para os 65,778 dólares por onça. O metal precioso está a caminho de fechar a semana com uma valorização de cerca de 6%, após ter atingido sucessivos máximos históricos. A prata já valorizou 128% no acumulado do ano, superando a subida ouro, que regista, até agora, uma valorização de 65% desde janeiro.
Petróleo desvaloriza e caminha para segunda semana seguida de perdas
Os preços do petróleo negoceiam com perdas esta manhã e caminham para uma segunda semana consecutiva de desvalorizações, com o desenvolvimento das negociações para pôr fim à guerra na Ucrânia a compensarem preocupações com interrupções no abastecimento de crude devido ao bloqueio anunciado pela Administração Trump a petroleiros venezuelanos.
O WTI - de referência para os EUA – cai 0,28%, para os 55,59 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a desvalorizar 0,27% para os 59,66 dólares por barril. Nesta semana, o Brent já caiu 2,3%, enquanto o WTI perde 2,5%.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, disse na quinta-feira que acredita que as negociações para acabar com a guerra na Ucrânia estão “a chegar a algum lugar, antes de uma reunião dos EUA com autoridades russas que terá lugar este fim de semana.
"A incerteza sobre os detalhes da aplicação [do bloqueio norte-americano a petroleiros na Venezuela] e o otimismo de que um potencial acordo de paz na Ucrânia liderado pelos EUA ainda possa surgir [estão] a aliviar as preocupações com o abastecimento global e a moderar os prémios de risco geopolítico”, disse à Reuters o analista da IG Tony Sycamore.
Ásia fecha em alta com inflação nos EUA a aumentar apetite pelo risco. Softbank disparou 6%
Os principais índices asiáticos fecharam com ganhos em toda a linha, impulsionados pelas cotadas tecnológicas e por dados que mostraram um arrefecimento da inflação nos EUA que reforçam as apostas a favor de um novo corte nas taxas pela reserva Federal norte-americana. Isto num dia em que o Japão anunciou que irá aumentar os juros diretores.
Pelo Japão, o Nikkei subiu 1,03% e o Topix ganhou 0,80%. O sul-coreano Kospi - índice com grande peso de cotadas ligadas à tecnologia e inteligência artificial - avançou 0,65% e o índice de referência de Taiwan pulou 0,83%. Já pela China, o Hang Seng de Hong Kong valorizou 0,79% e o Shanghai Composite ganhou 0,36%.
A "yield" da dívida soberana japonesa com maturidade a 10 anos subiu para máximos de várias décadas, depois de o Banco do Japão (BoJ) ter aumentado os juros, conforme esperado, para o nível mais alto desde 1995.
Já o índice regional MSCI Ásia-Pacífico avançou 0,5%, apoiado pela valorização de gigantes da tecnologia como o SoftBank Group, que disparou mais de 6%, e a Tencent Holdings (+1,90%).
Os ganhos nas ações de tecnologia foram impulsionados pelas perspetivas sólidas apresentadas pela Micron Technology, que acabaram também por renovar o ânimo em Wall Street na sessão de ontem, fator que aliviou as preocupações com os avultados gastos e a possível sobreavaliação de cotadas ligadas à IA - receios que têm vindo a pressionar o sentimento dos investidores ao longo das últimas sessões.
Os números da inflação nos EUA reforçaram o apetite pelo risco. Ainda assim, a desaceleração nos números da inflação nos EUA veio acompanhada de alguns problemas com os dados. O Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA não conseguiu recolher números ao longo de outubro devido à paralisação temporária do Governo Federal e começou a recolher dados mais tarde do que o habitual em novembro.
“Dado que a inflação está significativamente mais baixa mês a mês, há claramente espaço para continuar a reduzir as taxas, para apoiar o mercado de trabalho”, disse à Bloomberg Chris Zaccarelli, diretor de investimentos da Northlight Asset Management.
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