Europa afasta-se de máximos históricos. Nokia dispara mais de 20% após acordo com Nvidia
Juros agravam-se na Zona Euro de olhos postos no BCE
Buraco nas finanças britânicas atiram libra para o vermelho. Iene em alta
Petróleo cai quase 2% com novo aumento da produção da OPEP+ no horizonte
Wall Street avança para recordes com Microsoft a tornar-se "4 trillion dollar baby" após acordo com dona do ChatGPT
Euribor desce a três meses e sobe a seis e a 12 meses
Europa recua de recordes. Investidores focam-se na "earnings season" e BCE
Juros aliviam ligeiramente na Zona Euro de olhos postos na Fed e BCE
Euro avança face ao dólar e iene inverte das quedas recentes
Ouro cai abaixo dos 4.000 dólares
Petróleo recua com possibilidade de novo aumento da OPEP+
"Rally" mundial de ações sofre travão. Ásia recua à espera de acordo
Europa afasta-se de máximos históricos. Nokia dispara mais de 20% após acordo com Nvidia
As principais praças europeias encerraram a sessão desta terça-feira divididas entre ganhos e perdas, com o Stoxx 600 a recuar dos máximos históricos atingidos na segunda-feira. O "benchmark" da região esteve a ser pressionado por uma série de resultados trimestrais que acabaram por ficar abaixo das expectativas dos analistas, como foi o caso da farmacêutica Novartis e do banco BNP Paribas.
O Stoxx 600 terminou com perdas de 0,22% para 575,76 pontos, com as ações ligadas ao setor da saúde a registarem o pior desempenho. Já a banca conseguiu sobreviver ao impacto dos resultados do BNP Paribas e o setor das telecomunicações disparou, com o anúncio de um investimento multimilionário na Nokia por parte da Nvidia.
A empresa finlandesa chegou a valorizar mais de 21% para máximos de janeiro de 2016, tendo acabado a sessão com um salto de 20,86% para 6,59 euros. Esta terça-feira, a gigante dos "chips" norte-americana Nvidia anunciou que vai investir mil milhões de dólares na Nokia em troca de 2,9% do capital na fabricante de equipamentos de telecomunicações, com o objetivo de expandir a sua pegada no mercado das telecomunicações com recurso a inteligência artificial.
Por sua vez, a suíça Novartis afundou 4,16% para 98,87 francos suíços, depois de o seu medicamento para o tratamento de doenças cardiovasculares, o Entresto, ter registado uma desaceleração das vendas no terceiro trimestre do ano. Os principais produtos da farmacêutica têm enfrentado uma competição cada vez mais feroz nos EUA, à medida que o mercado norte-americano é inundado com opções genéricas de vários medicamentos.
Já o BNP Paribas caiu 3,54% para 66,74 euros, após ter registado um crescimento de 6,1% nos lucros para 3,04 mil milhões de euros - um valor que ficou abaixo das expectativas dos analistas, que esperavam que chegasse aos 3,09 mil milhões. Também as receitas ficaram aquém do previsto, fixando-se nos 12,6 mil milhões de euros no terceiro trimestre do ano.
Apesar do recuo registado esta terça-feira, o principal índice europeu continua a negociar bastante próximo de máximos históricos. Na sessão anterior, o Stoxx 600 tocou valores nunca antes tocados, à boleia de uma época de resultados que tem sido, no geral, positiva e ainda impulsionado pelos sinais de aproximação entre EUA e China - após meses de relações comerciais bastante conturbadas.
"Os mercados parecem animados pelo otimismo, mas isso também aumenta os riscos: qualquer passo em falso ou desilusão pode desencadear uma forte retração, enquanto notícias que simplesmente correspondam às expectativas devem permitir que as valorizações continuem", explicou Florian Ielpo, diretor de pesquisa macroeconómica da Lombard Odier AM, à Reuters.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX perdeu 0,12%, o espanhol IBEX 35 somou 0,54%, o italiano FTSEMIB valorizou 0,51% e o neerlandês AEX deslizou 0,75%. Já o francês CAC-40 cedeu 0,27%, enquanto o britânico FTSE 100 avançou 0,44%.
Juros agravam-se na Zona Euro de olhos postos no BCE
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro encerraram a sessão desta terça-feira com pequenos agravamentos, num dia em que as principais praças da região terminaram a negociação divididas entre ganhos e perdas. Os investidores antecipam que o Banco Central Europeu (BCE) mantenha as taxas de juro inalteradas na reunião de quinta-feira, enquanto esperam que a Reserva Federal (Fed) norte-americana avance com mais um alívio de 25 pontos base já na quarta-feira.
Os juros das "bunds" alemãs a dez anos, de referência para a Zona Euro, avançaram 0,8 pontos base para os 2,622%, enquanto, em França, a "yield" com a mesma maturidade ganhou 0,3 pontos, para 3,417%.
Mais a sul, a rendibilidade da dívida portuguesa a dez anos subiu 0,5 pontos base para 2,990%, enquanto no país vizinho o agravamento foi de igual magnitude para os 3,142%. A dívida italiana viu a taxa de juro avançar apenas 0,2 pontos, para 3,392%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas chegaram a recuar mais de 3 pontos base, quase atingindo mínimos deste ano, embora tenham encerrado a sessão a ceder apenas 0,1 pontos para 4,398%.
Buraco nas finanças britânicas atiram libra para o vermelho. Iene em alta
A libra está a negociar em território negativo contra o dólar e o euro, num dia em que o buraco nas contas públicas britânicas voltou a estar no foco dos investidores. O órgão que fiscaliza as finanças do Reino Unido estará mais pessimista do que inicialmente previsto em relação ao crescimento da produtividade anual do país, com o Financial Times a indicar que este supervisor poderá cortar as suas previsões em 0,3 pontos percentuais. O impacto estimado nas contas públicas é de 20 mil milhões de libras.
A materializar-se, a ministra das Finanças britânicas, Rachel Reeves, vai ficar ainda mais sob pressão à medida que desenha o orçamento para o próximo ano fiscal, que vai ser apresentado a 26 de novembro. A esta hora, a libra cai 0,43% para 1,3277 dólares, enquanto o euro acelera 0,56% para 0,8781 libras - um movimento que relembra as movimentações do início de setembro, quando o recrudescimento das preocupações com o futuro das contas públicas britânicas levou a divisa do país a registar grandes desvalorizações.
Um corte de 0,3 pontos percentuais no crescimento da produtividade anual "amplia o buraco fiscal que Reeves precisa de preencher com o orçamento de outuno [o documento que vai comandar as finanças britânicas a partir de 1 de abril de 2026]", explica Francesco Pesole, analista de mercado cambial da ING, à Reuters. Com a sustentabilidade das contas públicas em causa, a ministra das Finanças pode ter de ir ainda mais fundo nos seus planos de aumentar impostos e reduzir a despesa pública.
Por sua vez, o dólar está a cair 0,48% para 152,15 ienes, após sete sessões consecutivas de ganhos, depois de comentários de um ministro japonês e do secretário do Tesouro norte-americano terem acalmado as preocupações em torno de uma política orçamental e monetária mais expansiva no país.
O novo ministro da revitalização económica do Japão, Minoru Kiuchi, afirmou esta terça-feira que o país pode impulsionar o crescimento a longo prazo, estimulando a procura e mantendo o mercado de trabalho restrito - sem deixar de lado a necessidade de disciplina fiscal. "Isso ajudou a melhorar o sentimento em relação ao mercado da dívida japonês e do iene", explica James Lord, diretor de estratégia cambial e de mercados emergentes do Morgan Stanley, à Reuters.
Petróleo cai quase 2% com novo aumento da produção da OPEP+ no horizonte
O barril de petróleo está a desvalorizar quase 2% esta terça-feira, pressionado pelas notícias de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) estarão a considerar um aumento de produção na próxima reunião de dezembro, numa altura em que crescem as preocupações em torno de um grande excedente de oferta no mercado em 2026.
O West Texas Intermediate (WTI), que serve de referência para os EUA, perde 1,94% para 60,11 dólares por barril, enquanto o Brent, de referência para o bloco europeu, recua 1,87% para 64,38 dólares por barril. É já a terceira sessão consecutiva de perdas para os dois "benchmarks", depois de uma semana no verde, à boleia das sanções norte-americanas às duas maiores petrolíferas russas.
"Há ceticismo no mercado em relação às sanções contra a Rússia serem tão rigorosas quanto pensávamos inicialmente. Definitivamente, vimos alguma aversão ao risco", explica Phil Flynn, analista sénior do Price Futures Group, à Reuters. Apesar de os investidores mostrarem agora alguma reticência aos planos de Donald Trump, a administração dos EUA introduziu estas sanções para reduzir as fontes de financiamento de Vladimir Putin para continuar a guerra na Ucrânia - um movimento já seguido pela União Europeia e pelo Reino Unido.
As sanções levaram a Lukoil, a segunda maior produtora de crude da Rússia, a vender os seus ativos internacionais. Apesar de ser a consequência mais palpável desde que os países do ocidente começaram a introduzir restrições, o diretor da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol, já veio dizer que o efeito das mesmas vai ser limitado pelo excedente de crude que se espera para o próximo ano.
A piorar este cenário estará ainda um possível aumento da produção por parte dos membros da OPEP+. A Reuters noticiou esta terça-feira que o grupo prepara-se para abrir ainda mais as torneiras, embora de forma "modesta" quando comparado com os incrementos anteriores, de acordo com quatro fontes anónimas próximas do cartel.
Wall Street avança para recordes com Microsoft a tornar-se "4 trillion dollar baby" após acordo com dona do ChatGPT
As bolsas de Nova Iorque arrancaram no verde a sessão, animadas com a perspetiva de um acordo entre EUA e China, a "earnings season" e o acordo entre a Microsoft e a OpenAI, que verá a gigante do software ficar com 27% do capital da dona do ChatGPT.
O Dow Jones sobe 0,42% para os 47.742,02 pontos, tendo tocado os 47.905,95 pontos, um novo máximo histórico. Já o Nasdaq Composite avança 0,48%, até aos 23.751,40 pontos, tendo igualmente alcançado um recorde absoluto ao ter cotado nos 23.788,25 pontos. O "benchmark" S&P 500 ganha 0,13%, para os 6.883,81pontos, tendo igualmente fixado um máximo de sempre nos 6.897,74 pontos.
Momentos antes da abertura, foi noticiado que a Microsoft e a OpenAI, dona do ChatGPT, acordaram uma nova estutura da sua parceria, com a empresa fundada por Bill Gates, o maior investidor na OpenAI, a deter uma participação de cerca de 27%, avaliada em 135 mil milhões de dólares.
O mercado reagiu favoravelmente e as ações da Microsoft avançaram 2,39%, para os 544,23 dólares, colocando a empresa com uma capitalização bolsista de 4,04 biliões de dólares. A criadora do ambiente Windows junta-se, assim, à Nvidia no clube das "four trillion dollar babies" - onde já tinha estado em julho -, com a fabricante de "chips" a estar avaliada em cerca de 4,75 biliões de dólares, graças à subida de 2% nos minutos iniciais de negociação, o que eleva as ações para ose 195,345 dólares, muito próxima do máximo histórico de 195,62 dólares.
Entre as restantes "big tech", a Amazon valoriza 0,02%, depois de se saber que os cortes de pessoal serão de 14 mil funcionários e nãos os 30 mil ontem avançados pela CNBC, enquanto a Alphabet cede 0,52%, a Apple ganha 0,06%, tendo também fixado um recorde absoluto nos 269,87 dólares, o que a deixa a cerca de 100 milhões de dólares de se juntar à Microsoft e Nvidia no lote das "four trillion dollar babies". A Meta avança 0,62%, enquanto a Tesla valoriza 0,8%.
Euribor desce a três meses e sobe a seis e a 12 meses
A taxa Euribor desceu hoje a três meses e subiu a seis e a 12 meses em relação a segunda-feira, numa semana em que os investidores estão pendentes da reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE).
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que recuou para 2,074%, permaneceu abaixo das taxas a seis (2,126%) e a 12 meses (2,195%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu hoje, ao ser fixada em 2,126%, mais 0,002 pontos do que na segunda-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a agosto indicam que a Euribor a seis meses representava 38,13% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 31,95% e 25,45%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também avançou, ao ser fixada em 2,195%, mais 0,020 pontos do que na sessão anterior.
Em sentido contrário, a Euribor a três meses recuou para 2,074%, menos 0,010 pontos do que na segunda-feira.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 29 e 30 de outubro em Florença, Itália, e os investidores estão a antecipar mais uma manutenção das taxas diretoras.
Na anterior reunião, em 11 de setembro, o BCE manteve as taxas diretoras, pela segunda reunião de política monetária consecutiva e como antecipado pelos mercados, depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
Em setembro, as médias mensais da Euribor subiram de novo nos três prazos, mas de forma mais acentuada a 12 meses.
A média da Euribor em setembro subiu 0,006 pontos para 2,027% a três meses e 0,018 pontos para 2,102% a seis meses.
Já a 12 meses, a média da Euribor avançou mais acentuadamente em setembro, designadamente 0,058 pontos para 2,172%.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Europa recua de recordes. Investidores focam-se na "earnings season" e BCE
As bolsas europeias, que ontem atingiram novos máximos históricos, estão hoje a negociar divididas entre ganhos e perdas, num momento em que o otimismo em relação ao acordo comercial entre os EUA e a China perde força. Os investidores preferem maior cautela na véspera do encontro entre Donald Trump e Xi Jinping porque, como dizem alguns analistas, o otimismo em relação a um entendimento pode ser excessivo, caso os dois líderes não cheguem a acordo.
"Os mercados parecem animados pelo otimismo, mas isso também aumenta os riscos: qualquer passo em falso ou desilusão pode provocar uma forte retração, enquanto anúncios que simplesmente correspondam às expectativas devem permitir que a recuperação continue a subir", afirmou Florian Ielpo, da Lombard Odier AM, à Bloomberg.
O mercado está agora de olho nos resultados trimestrais das empresas do bloco, bem como na decisão dos bancos centrais da Europa e dos EUA. Enquanto o Banco Central Europeu deverá optar por manter os juros inalterados mais uma vez, a Reserva Federal deverá cortar os juros em 25 pontos-base. Com estas decisões já incorporadas, o foco vai para os comentários dos presidentes das duas entidades monetárias sobre movimentos futuros.
O índice de referência para o bloco, o Stoxx 600, perde 0,27% para 575,48 pontos, pressionado pelos setores do imobiliário e da construção, que perdem quase 1% cada.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX perde 0,18%, o espanhol IBEX 35 soma 0,06%, o italiano FTSEMIB valoriza 0,07% e o neerlandês AEX perde 0,36%. Em contraciclo, o francês CAC-40 cede 0,19%, enquanto o britânico FTSE 100 soma ligeiros 0,02%.
Entre os principais movimentos de mercado, a Iberdrola sobe 1,6%, apesar de os terem recuado 3% para 5.307 milhões de euros entre janeiro e setembro. A subida deve-se ao facto de a espanhola ter aumentado as previsões de lucros para o ano inteiro.
As ações do BNP Paribas caem 2,75% depois de ter sofrido um impacto negativo devido ao agravamento da dívida no terceiro trimestre, aumentando os desafios para o diretor executivo, Jean-Laurent Bonnafe.
As ações da Novartis cedem 3,44%, após a farmacêutica suíça ter divulgado lucros abaixo do esperado para o terceiro trimestre.
O Deutsche Bank soma 0,6% após os resultados que, segundo o JPMorgan, revelaram uma fraqueza na sua divisão de soluções de gestão de investimentos.
Juros aliviam ligeiramente na Zona Euro de olhos postos na Fed e BCE
Os juros das dívidas soberanas do bloco da moeda única europeia estão a aliviar, ainda que de forma modesta, esta terça-feira. Os investidores estão expectantes em relação às reuniões da Reserva Federal (Fed) dos EUA e do Banco Cental Europeu (BCE), que decorrem esta quarta e quinta-feira, respetivamente. O mercado antecipa que a Fed corte as taxas diretoras em 25 pontos base e que o BCE mantenha as taxas de referência nos níveis atuais.
Os juros das "bunds" alemãs, referência para a Europa, recuam 1,1 pontos base, para os 2,602%, enquanto em França a "yield" cede 0,6 pontos, para 3,407%.
Mais a sul, a rendibilidade da dívida portuguesa a 10 anos cai 0,5 pontos base para 2,979% e no país vizinho o alívio é de 0,6 pontos, para os 3,131%. A dívida italiana vê a taxa de juro baixar apenas 0,4 pontos, para 3,386%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas recuam 3,2 pontos base, até aos 4,368%.
Euro avança face ao dólar e iene inverte das quedas recentes
A moeda única europeia está a ganhar terreno perante a rival do outro lado do Atlântico, com o euro a valorizar 0,11%, para os 1,1658 dólares. A divisa europeia avança igualmente face à moeda britânica, com um ganho de 0,18%, até às 0,8747 libras esterlinas.
Na Ásia, a moeda japonesa conseguiu travar as quedas recentes, que a levaram para mínimos históricos face ao euro e franco suíço, após o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o recém-nomeado ministro das Finanças japonês, Satsuki Katayama, terem discutido a volatilidade na taxa de câmbio entre os dois países.
Desta forma, o euro cede 0,47%, para os 177,19 ienes, enquanto o dólar recua 0,58%, para 151,99 ienes.
Ouro cai abaixo dos 4.000 dólares
O ouro está a cair mais de 1% esta manhã e está a negociar abaixo da fasquia dos 4.000 dólares por onça, numa altura em que as esperanças por um acordo comercial finalizado entre os EUA e a China dá alento aos ativos de risco, deixando os ativos seguros, como o ouro, para trás.
"O degelo das relações comerciais entre os EUA e a China puxou o tapete debaixo do preço do ouro, devido a um declínio nos fluxos de compra de ativos de refúgio", disse o analista da KCM Trade, Tim Waterer, à Reuters. E acrescentou: "Se Trump e Xi Jinping tiverem uma reunião produtiva sobre comércio esta semana, poderá fazer com que o ouro nade contra a corrente. Mas isso pode ser compensado se a Fed adotar um tom mais moderado, com o corte de juros esperado para esta semana".
O metal amarelo tomba 1,43% para 3.925,30 pontos para mínimos de três semanas, depois de ontem ter recuado 3,2%. Ainda assim, valoriza mais de 50% desde o início do ano.
O mercado olha ainda para as reuniões de política monetária da Reserva Federal dos EUA e do Banco Central Europeu esta semana. Enquanto é esperado que o primeiro banco central corte os juros em 25 pontos-base, o segundo deverá mantê-los inalterados pela segunda vez seguida. Com estas decisões já incorporadas, os investidores vão estar à procura de pistas sobre as decisões futuras nas palavras dos presidentes, Jerome Powell e Christine Lagarde, respetivamente.
"Enquanto o ouro continua a atingir mínimos cada vez mais baixos e os volumes de futuros continuam elevados nos dias de queda, é difícil prever o fundo do poço", afirmou Chris Weston, da Pepperstone, citada pela Bloomberg.
Esta segunda-feira, o Citi reviu em baixa as suas metas de preços de curto prazo para ouro e prata: no caso do metal amarelo aponta agora para os 3.800 dólares por onça, face aos 4.000 apontados anteriormente; já para a prata cortou de 55 dólares para 42 dólares por onça.
Petróleo recua com possibilidade de novo aumento da OPEP+
Os preços do petróleo estão a cair ligeiramente esta terça-feira, já que o plano da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) de aumentar a produção em dezembro - decisão que deverá ser tomada na nova reunião deste fim-de-semana -, compensou o otimismo sobre um possível acordo comercial entre EUA e China, enquanto os investidores também avaliam a eficácia das sanções dos EUA aos produtores de crude russos.
O WTI, que serve de referência para os EUA, perde 0,2% para 61,19 dólares por barril, enquanto o Brent, de referência para o bloco europeu, recua 0,21% para 65,49 dólares por barril.
As sanções dos EUA contra as maiores empresas petrolíferas da Rússia elevaram o preço do petróleo bruto na semana passada. Fontes da Casa Branca disseram à Bloomberg que o plano do Governo é tornar o comércio da Rússia mais caro e arriscado, mas sem aumentar os preços. Algumas empresas estatais chinesas já cancelaram as compras de "ouro negro" transportado por Moscovo, enquanto refinarias da Índia disseram que iam reduzir os fluxos.
As sanções “marcam uma mudança clara na narrativa do petróleo: da ansiedade pelo excedente ao risco de interrupção”, disse Charu Chanana, da Saxo Markets, à Bloomberg. “Ainda assim, a menos que as sanções sejam mais severas ou que os abastecimentos alternativos não consigam preencher a lacuna, o mercado em geral pode tratar isso como um prémio geopolítico de curto prazo, em vez de um catalisador de subidas sustentáveis", acrescentou.
Os investidores também estão a acompanhar os desenvolvimentos do acordo comercial entre os EUA e a China, com o presidente Donald Trump e o seu homólogo chinês Xi Jinping a reunirem-se numa cimeira naquinta-feira, depois de os negociadores terem aberto caminho para um acordo durante o fim-de-semana. O Presidente dos EUA disse que poderá levantar a questão das importações de petróleo russo com Xi, dado que a China é um dos maiores importadores da matéria-prima russa.
O petróleo caminha para a terceira perda mensal consecutiva, com as preocupações com o excedente a pesar sobre os preços, com a OPEP+ e as perfuradoras rivais a aumentarem a produção.
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